Capítulo 60

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Adriane acordou, levantou com dificuldade. A barriga de nove meses impedia sua agilidade.
Caio se virou e abriu os olhos sonolento .
__ Está bem? - indagou preocupado.
__ Sim, amor, só vou fazer xixi...pode dormir.
Foi ao banheiro e quando voltava para cama sentiu uma pontada no seu baixo ventre.Segurou a barriga, assustada.
Deu mais um passo e sentiu algo quente escorrendo pelas pernas. Sua bolsa tinha estourado.
Procurou manter a calma, não podia deixar Caio nervoso e um misto de medo e alegria tomou conta de seu ser. 
Foi até a cama e o sacudiu de leve.
__ Caio...
Ele abriu os olhos.
__ Acho que nossa bebê vai nascer. -
informou com a voz baixa franzindo a testa, sentindo uma nova pontada, só que mais fraca.
Caio arregalou os olhos verdes, procurando entender o que aquilo significava.
__ Como assim?- passou a mão no rosto.
__Caio, minha bolsa estourou... estou tendo contrações leves.
Num salto, apavorado, se pôs em pé a procura de sua roupa. Andou atordoado de um lado para o outro no quarto.
__ O que eu tenho que fazer? - perguntou enquanto vestia a calça jeans. __ Logo hoje, que Marisa está de folga. - se referiu a moça que  ajudava nos cuidados com Heitor.
Adriane sorriu, tentando passar tranquilidade a ele, explicou:
__ Hoje é domingo, não demos folga, "É" o dia de folga dela. Calma. Primeiro se veste, acorda Heitor, enquanto eu me preparo. Põe um roupa bem quentinha nele, faz muito frio. Segundo Matheus, eu tenho que contar o intervalo entre uma contração e outra. Estou bem. Vai rápido, por favor!

Ele correu até a porta, nervoso e voltou, segurando seu rosto e lhe dando um beijo terno nos lábios, sorrindo, com se a ficha agora estivesse caído.
__ Volto logo. Grita se precisar. Vou ser pai novamente! - disse emocionado lhe dando um abraço.

Adriane procurou uma calça de moletom grossa e um blusão de lã largo. Trocou de roupa e com dificuldade calçou seu tênis. Há dias, tudo estava preparado, então não foi difícil se achar e em menos de meia hora, eles desciam para a garagem da casa.
Caio acomodou o filho no banco traseiro e ajudou Adriane a entrar no carro.
Quando sentou atrás do volante, num gesto nervoso, passou a mão nos cabelos a encarando. Sorriu de felicidade, girando a chave na ignição. 
Heitor reclamou dengoso: 

__ Porque temos que ir ao hospital  buscar minha irmã? Eu quero dormir e eu tô com frio!
Adriane o acalmou.
__ Porque é lá que os bebês nascem! Em breve, poderá pegá-la no colo. O que aconteceu com toda aquela ansiedade para conhecer sua irmã?
Ele resmungou algo, e fechou os olhos e Caio seguiu em direção a maternidade. Enquanto dirigia mantinha um olho em Adriane e outro na rua.

__ Está com dor? Droga, errei o caminho! - exclamou.
Adriane o sossegou.
__ Estou bem, apenas uma dorzinha leve. Não se preocupe, é normal. Posso ligar para o seu pai e Sabrina e avisá-los que Laís está prestes a chegar?
__Claro. Alguém terá que tomar conta do ciumentinho aí de trás. - brincou.
Chegaram a maternidade e o seu médico de confiança foi avisado.
Adriane não teve dilatação e então, a prepararam para uma cesárea.

Laís, veio ao mundo com os pulmões a pleno vapor. Caio acompanhou todo o parto, segurando a mão de Adriane e acariciando seus cabelos. Em meio, a tudo aquilo e apesar de estar com os nervos a flor da pele, procurava transmitir força e segurança, dizendo  que ele a amava muito. Assim que cortaram o cordão umbilical, a enfermeira depositou a pequenina Laís junto ao corpo de Adriane, que procurou seu seio com avidez e  achando, parou de chorar. Caio não conseguia tirar os olhos do rostinho minúsculo, enterrado no seio de Adriane e então, foi a vez deles dois, se emocionarem, vendo o quanto ela era linda. Choraram com as testas encostadas uma na outra.

Caio foi informado que Adriane ficaria um tempo na sala de recuperação e ele se despediu com um beijo cheio de amor.
__ A gente se vê mais tarde... Eu te amo! - disse saindo da sala.
Adriane fechou os olhos para descansar.

Ele apontou sorrindo na porta da sala de parto, Giovanni e Sabrina, se apressaram ao seu encontro. Entre sorrisos e lágrimas Giovanni e Caio se abraçaram emocionados.
Palavras naquele momento eram desnecessárias. Giovanni relembrando o quanto era emocionante o nascimento de um filho.
Heitor segurando a mão de Sabrina, assistia a tudo.
Caio se desvencilhando dos braços do pai, se agachou para encarar o garoto.
__ Laís, sua irmãzinha, nasceu! Está com a mamãe. Ela é linda e tem a mesma cor dos seus olhos, meu filho!

__ Ela é de que tamanho? - indagou inocente.
__ Muito pequena, mas vai crescer e então poderão brincar juntos. Você agora é  um homenzinho e precisa proteger sua irmã.
__ Eu vou proteger papai. Sou forte igual ao Homem de Ferro!
__ Isso aí, agora somos uma equipe, temos que cuidar da mamãe e de Laís.
Sabrina se aproximou parabenizando e então, convidou Heitor para irem para a casa do avô, o que ele aceitou, pois explicaram que hoje, ele não poderia ver a mãe e nem a irmã.
Giovanni os levou, porém voltou para fazer companhia para o filho no hospital.
O resto da madrugada passou rápida e Caio há muito não tinha um tempo sozinho com o pai. Conversaram muito sobre a vida e seus sentimentos. Sentiu-se mais próximo dele.

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Adriane foi transferida para o quarto ao amanhecer. Ressonava tranquila.
Caio sentado numa poltrona ao lado dela, não desgrudava o olho da pequena Laís, que já se mexia, resmungando.
Com as mãos trêmulas, se atreveu a segurá-la no colo, meio sem jeito, a trazendo para junto dele. Ficava ainda menor diante do tamanho de seu peito. Caminhou pelo quarto, conversando com a bebê.

Adriane abriu os olhos e se deparou com aquela cena. Sorriu feliz.
__ Caio? - chamou baixinho para não assustá-lo.
Ele se virou, o sorriso largo emoldurando o rosto anguloso.
__ Acho que ela está com fome... - disse se dirigindo até beirada da cama, entregando o pacotinho a ela, que se ajeitou, com dor, na cama e ofereceu o seio a pequena, que sugou com gosto.
Adriane levantou os olhos para observá-lo.

__ Está  feliz?
__ Muito. Se for um sonho não quero acordar nunca mais .- respondeu pegando a mãozinha da filha.

__ Ela é muito parecida com Heitor. Aliás, tem que buscá-lo para conhecer a irmã.
__ Sabrina deve estar quase chegando com ele. Julio também ligou. Ele e Matheus marcaram voo para amanhã. Vêm conhecer a afilhada. - Caio informou.
Estavam encantados com a pequena Laís, quando a porta abriu devagar e avistaram a cabeça de Sabrina no vão. Com ela, Heitor.

Caio se aproximou dele o pegando nos braços trazendo para perto da mãe.
__Olha, filho, está é sua irmãzinha... - Adriane apresentou, lhe dando um beijo estalado na bochecha rosada.
Os enormes olhos se arregalaram e ele sorriu, tocando de leve os cabelinhos castanhos dela.
__ Meu pai disse que tenho que cuidar dela.
Heitor piscou para Adriane.
__ Sim, você viu como ela é pequena?

Ele assentiu com a cabeça.
__ Eu e Heitor temos um trato, ele cuida da irmã e eu de vocês três.
O menino esperto concluiu.
__ E nós, cuidamos de você!
Adriane e Caio riram. Sabrina se aproximou mais, pedindo para segurá-la  no colo, embevecida.
__ Às vezes tenho vontade de ter um bebê...mas tenho receio de que Giovanni não queira passar por tudo de novo.

__ Alguma vez me perguntou isso? - a voz veio da porta. Giovanni tinha escutado a conversa.
Sorriu se aproximando para conhecer a neta.
___ Já criei três...o que custa fazer a sua vontade. - disse passando a mão pelos cabelos de Sabrina. __ Vamos conversar melhor sobre isso!
Sabrina sorriu demonstrando todo o seu amor e admiração pelo marido e lhe deu um beijo nos lábios. O tempo demorou a passar e ficaram por ali, todos conversando. Laís era uma vida tão pequena, mas que já enchia seus corações de felicidade.
Naquela noite, Adriane sonhou com irmã.

No sonho, Ariane corria feliz com ela, Heitor e Laís, num lindo jardim.
Os quatro brincavam  de esconde-esconde, brincadeira que costumavam fazer quando eram crianças e em certo momento a irmã  a abraçou forte.
Adriane acordou sentindo o cheiro do perfume dela e o calor do seu abraço.
Olhou para o lado, Caio dormia recostado na poltrona.
Sorriu em paz e fechou os olhos tentando dormir novamente, sabia que a irmã, se estivesse viva , estaria dando pulos de alegria com o nascimento da sobrinha. Preferia pensar como Heitor, que a imaginava morando naquele maravilhoso jardim.



Prometo que amanhã eu finalizo o livro. kkkkk Não consigo parar de imaginar a vida desses dois juntos.

Amanhã terá casamento e tudo!Beijos, suas lindas!! 

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