Capítulo 12

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Caio a ajeitou no sofá, colocando uma almofada sob sua cabeça. Buscou um cobertor no quarto e a cobriu.
__ Vamos fazer silêncio, sua mãe está cansada. Que tal a gente dar uma saidinha? Quer ir comigo até ao mercado comprar umas coisas para a gente fazer o jantar?
__ Oba!! Eu vou. - saiu correndo. Voltou arrastando  uma jaqueta grossa e um par de tênis.
Ele arrumou o garoto e desceram. 
Quando voltaram, cheios de sacolas, ela ainda dormia.
__ Agora, campeão, você vai me ajudar a cozinhar! 
__ Eu?
__ Sim, o senhor. Vamos lá. Um bom ajudante tem que usar um avental pra não sujar a roupa. - falou amarrando um pano de prato na cintura do menino.
__ Minha mãe não me deixa usar a faca.
__ E ela tem razão. É perigoso. Você vai lavar os tomates. - puxou a cadeira colocando em frente a pia. __ Cuidado para não se molhar. Vamos fazer macarrão ao molho de tomate e queijo.
__ Hummm!! Eu gosto de macarrão.

__ Minha Nona sempre fazia pra mim, quando eu passava férias na casa dela.
__ O que é uma Nona?
__ Uma avó. Mamãe do meu papai.
__ Mamãe do teu papai? Que complicado!
Enquanto Caio cozinhava, o menino fazia perguntas e ele respondia  a todas, explicando tudo o que ele queria saber. Heitor era muito esperto. Aprendia as coisas rapidamente, sua idade mental não era de uma criança de quase quatro anos.
__ Prontinho! Agora, vamos só esperar sua mãe acordar, ok?
__ Ok! - respondeu, imitando Caio. __ Vou acordar ela com um beijo. É assim que os príncipes acordam as princesas nas histórias.
__ Então, não perca tempo!!
O menino correu até a mãe, passando a mãozinha no rosto dela e beijando a face rosada devido ao calor da coberta. Ela abriu os olhos.
__ Oi. - falou com os olhos entreabertos e a voz rouca .
__ Fizemos janta. Eu e o Tio Caio. Fomos no mercadinho e eu ajudei ele a preparar. Tio Caio tem uma Nona que é vovó dele. - Heitor bombardeou a mãe com a história toda. Ela sorria.
Caio sentou ao lado dela. 
__ Meu Deus, fizeram tudo isso enquanto eu tirava uma soneca?- puxou o menino para o colo. 
__ Tio Caio, cozinhou. Eu ajudei a lavar os tomates. Tenho até avental!
Caio ria da pressa que ele contava as coisas a mãe.
__ Então, se fizeram comida, vamos comer, senão vai esfriar.
Ele saiu correndo e parou na porta da cozinha. 
__ Vem mamãe! Tá muito bom. Eu provei.
__ Então, vamos lá.
Levantou e deu a mão a Caio.
__ Desculpe, eu dormi. Não pode ir pra casa.
__ Nem vou mais. Vou tomar um banho aqui.  Amanhã bem cedo, vou pra casa. Não vai ficar sozinha hoje. - falou, levantando e pondo um braço sobre os ombros dela, enquanto iam para cozinha.
__ Tem certeza? Tenho a impressão que estou abusando da tua boa vontade.
__ De jeito nenhum!
O jantar estava ótimo, Caio cozinhava maravilhosamente bem.
Heitor como de costume saiu da mesa e deitou no sofá, pegando logo no sono.
Caio e Adri terminaram de lavar a louça e levaram o menino para o quarto. Dormia feito uma pedra.
__ Não está cansado, Caio?- indagou, sentando no sofá, acionando o controle da TV. __Se quiser tomar banho, o banheiro fica a esquerda, quase no final do corredor. Você sabe onde é.
__ Estou, não vou mentir. - sentou ao lado dela. __ Está mais calma?
__ Sim. Ainda bem que ela não sofreu. Isso me consola um pouco.
__ Vai passar, eu te garanto, no início é muito difícil...mas vai passar. - chegou mais perto dela, puxando para que encostasse suas costas no peito dele. __ Perdi minha mãe há dois anos... sei exatamente o que sente.
Ficar assim com ele, era tão bom... - pensou Adriane. O perfume ... as batidas do coração...o abraço...
Caio beijou seus cabelos. 
__ Estive pensando... se você e Heitor não gostariam de passar um final de semana em Gramado. Temos uma casa lá. Essa época é a melhor pra visitar a serra gaúcha. O que acha?
__ Acho que Heitor iria gostar! Depois seria bom espairecer um pouco. Ainda não perguntou da tia, mas amanhã vai perguntar .
__ Então, vou providenciar tudo e vamos na sexta à tarde, tudo bem? 
__ Por mim tudo bem. Não vou aguentar ficar aqui num final de semana inteiro sem ela.
__ Vai mandar Heitor para a escola amanhã? 
__ Sim, a rotina dele não deve mudar, nem a minha. Amanhã volto a trabalhar, preciso ocupar minha mente. 
__ Não se preocupe.Tem o tempo que quiser pra curar sua dor. Se não quiser voltar essa semana tudo bem. É direito seu. Joana contratou uma auxiliar para você, está dando conta do recado.
__ Eu sei que tenho direito a ficar em casa pra chorar a morte dela, mas não quero. Volto amanhã. Gosto de trabalhar.
__ Você é quem sabe. Vou tomar um banho e deitar. -anunciou e Adriane se afastou para ele levantar. 
__ Tem toalhas limpas no armário do banheiro, tudo que precisa tem lá, porém de mulher. - ela avisou. 
__ Um homem prevenido vale por dois. Comprei escova, shampoo e sabonete masculinos no mercado.
Ela deu um sorriso, virando a cabeça para falar com ele.
__ Sério? Caio Santelli comprando produtos de higiene comuns em mercado?
__ E mais, passei na seção de roupas e comprei cuecas. Não iguais as que uso, mas quebra o galho até amanhã.
Ela levantou e o empurrou até o banheiro.
__ Vai logo então.
Ele saiu. 
Adriane ficou assistindo o noticiário. O assassinato da irmã foi um dos assuntos em destaque. A polícia estava em busca dos assaltantes.
Suspirou, tentando não chorar. 
Foi ao quarto de Heitor verificar se estava tudo bem e seguiu para o seu. 
Sentou na poltrona que ficava num dos cantos, perto da cama e ouviu quando a porta do banheiro, no corredor, abriu e em seguida, Caio bateu na sua. 
__ Entra. - disse ela.
Ele apareceu enrolado numa toalha. Caminhou até a cama, puxou o edredom e se enfiou debaixo arrancando a toalha e jogando para ela.
__ Não está pensando em dormir na minha cama, Caio! 
__ Sim, estou. Por acaso quer que eu durma no sofá ou no quarto da sua irmã? É assim que vai me pagar tudo o que fiz por você hoje? - disse sorrindo.
__ Caio, claro que sou grata! E que..
Ele interrompeu.
__ Deita comigo, prometo que não vou te tocar. Só quero dormir.
Ela exitou por um momento, concordando logo em seguida, afinal que mal tinha em só deitarem lado a lado?
__Tudo bem. Vou trocar de roupa.
Abriu uma gaveta e puxou uma camiseta.Sentou de costas para ele na cama e tirou o blusão que usava.
Caio viu as costas nuas dela, o contorno lateral do seio direito...Teve uma ereção.
__ Dorme sem nada.- pediu ele.
__ Não. Já estou achando demais você dormir na mesma cama que eu.- negou vestindo a camiseta, levantando e tirando o abrigo de moletom que vestia.
__ Está linda de camiseta calcinha e meias!- deu uma gargalhada. __ Acredite, nunca, nenhuma mulher dormiu comigo assim!
Ela se irritou.
__Sim, com toda a certeza, elas ficavam nuas, acordadas, gemendo, pedindo para serem comidas por você!
Ele ficou sério de repente
__ Não devia julgá-las. Você me fez o mesmo pedido ontem ali naquela sala.
Ela ficou vermelha de raiva.
__ Ai, quer saber de uma coisa? Vai se danar!- xingou entrando debaixo do edredom.
__  Ui!  A executiva  perdeu a linha agora! - riu subindo pra cima dela, prendendo os braço no alto da cabeça. Apertando suas coxas com as pernas dele.
__ Caio, você prometeu!
__ Relaxa! Não vou te estuprar, Adriane! Acha que seria capaz disso? - perguntou examinando o rosto dela em busca de reações.
__ Claro que não! Confio em você! 
Ele relaxou o aperto das  pernas nas coxas dela, a beijando em seguida. Um beijo leve; terno.
Saiu de cima e a puxou para perto dele. Pegou sua mão e a guiou por baixo da cueca até seu membro rijo, fazendo ela apertar para sentir o tamanho dele pulsando quente na sua mão.
__ Estou explodindo de desejo. - sussurrou no ouvido dela. __ Mas sei que hoje não tem clima pra você. Vou respeitar o seu momento. Sei esperar.
Ela assentiu com a cabeça.
__ Não esperaria outra atitude de você... sabe que não tenho cabeça pra nada agora...acabei de enterrar minha irmã. - ela tentou virar as costas.
Ele soltou a mão dela e a abraçou. Seu pau duro encostando nela. 
Enfiou a mão por baixo da camiseta e acariciou um seio, apertando delicadamente o bico, arrancando um gemido leve dela.
__Viu, porque disse que não pode julgar as mulheres que estiveram comigo numa cama? Elas sentiam o mesmo que está sentindo agora. Quando fizermos sexo, vai implorar assim como elas imploravam, como é mesmo? - perguntou debochado. __ Ah, sim para serem comidas e pode ter certeza, vou saborear cada canto do seu corpo, por isso não quero nada com pressa...
__ Caio! - repreendeu ela. __ Vamos dormir, já está tarde!
__ Ok, senhorita executiva desbocada.
Não demorou muito para que Adriane o ouvisse ressonar. Ficou acordada no escuro, lembrando da irmã. Chorou até pegar no sono. 
O relógio despertou às três horas da manhã. Hora de levar Heitor para fazer xixi.
Voltou ao quarto, estava gelada. Caio abriu os olhos  perguntando:
__ Aonde estava?
__ Sempre levanto para levar Heitor ao banheiro, senão ele faz xixi na cama.
__ Conseguiu dormir um pouco?
__ Sim.
Ele levantou o edredom a chamando para entrar debaixo.
__ Vem cá, que vou te esquentar. Está batendo queixo de frio. 
Ela entrou e se aconchegou nele. Por um momento, quis que o mundo congelasse nessa cena. 
Caio a apertou passando uma coxa por cima das suas, transmitindo o calor do seu corpo para o dela. Ela fechou os olhos e dormiu novamente.
Sonhou com a irmã.
"Adriane, você tem que contar! Se ele descobrir sozinho vai se arrepender!
Fiz minha parte, deixei ele entrar, agora é com você! Heitor... diz pra ele que eu o amo. Não chora por mim. Conta a verdade e vai ser feliz . A felicidade é logo ali. Eu estou feliz..."  
A imagem da irmã foi sumindo, num lindo jardim cheio de Girassóis.
"Fica, Ariane, não vai embora! Por favor! Não!Solta ela!  Não, arma, não!"
__ Adriane! Adriane, acorda! Está sonhando. Acorda! - Caio sacudia  ela. 
Adriane chorava desesperadamente. Ela abriu os olhos e o abraçou.
__ Eu falei com ela, Caio! - disse desesperada.
__ Está sonhando, Adri. Calma. Está tudo bem agora, está tudo bem... foi só um pesadelo...
__ Eu preciso te contar... Caio, o Heitor...
__Heitor está bem. Está dormindo. Calma, tá? Dorme de novo. Eu estou aqui.
Caio a fez deitar no seu peito, passou a mão nos cabelos dela até ouvir sua respiração se acalmar. Ela dormiu novamente.

Quando acordou, Adriane ressonava ao lado dele. Virou esticando o braço e olhou as horas; seis da manhã. Foi ao banheiro, voltando em seguida. 

__ Oi! - Adriane abriu os olhos inchados do choro da noite anterior.
__ Bom dia! - entrou debaixo das cobertas. __ Que frio!! - se agarrou nela. __ Deixa eu me esquentar no teu corpo.
__ Está gelado! Também dorme só de cueca! 
__ Da próxima vez lembrarei dessa observação e dormirei pelado. - ironizou ele.
__ Tenho que levantar, arrumar Heitor e deixá-lo na escola. Depois, tenho que resolver essa  questão do carro. Acionar o seguro. Minha manhã vai ser longa, pelo menos não vou ficar em casa.
__ Podemos almoçar juntos se quiser. Naquele restaurante, onde te  encontrei pela segunda vez. O que acha?
__ Claro. Combinado. Vou acordar Heitor e vesti-lo. Faz café pra gente?
__ Faço. Vai ver como sei fazer café melhor que você. - disse a puxando para beijar de leve seus lábios.
Em menos de uma hora, estavam saindo do apartamento. Quem os visse assim, pensaria que eles eram uma família como outra qualquer indo trabalhar e deixando o filho na escola.
Mal sabiam que Caio nem sonhava que tinha um filho. Esse era outro problema que teria que resolver em breve.




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