Capítulo 17

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Adriane levantou devagar da cama. Heitor dormia tranquilamente, depositou um beijo em sua testa, apagou a luz e saiu pé ante pé para não fazer barulho.
Desceu ao encontro de Caio que a esperava na sala com a  mesa de jantar posta e a lareira aquecendo o ambiente.
__ Ele dormiu. Demorou um pouco, estranhou a cama, o lugar...
__ Acho que isso é normal, dormir fora de casa não é bom.
__ Ah, é? Vou lembrar disso quando dormir na minha cama, sr. Santelli! - cutucou ele na barriga e sorriu.
__ Dormir sozinho numa cama que não é sua, é ruim sim! Bom, é quando estamos acompanhados, srta  Adriane Mello!
A abraçou pela cintura, beijando seus cabelos e caminharam abraçados até a mesa.
__ Vamos jantar antes que esfrie. - alertou Caio, puxando a cadeira para ela se sentar. __ Luzia cozinha muito bem, acho que vai gostar.
Adriane se serviu, provando um pedaço da carne assada.
__ Você tem razão. Está muito bom!
Caio serviu um pouco de vinho; o líquido escuro cintilou no copo e Adriane fez um sinal com a mão para ele.
__ Não muito Caio, sou fraca pra bebida.
__ Eu sei e também sei do que é capaz quando bebe demais. - afirmou com um sorriso sacana.
Ela passou a mão no cabelo, enrolando e deixando sobre um ombro e sorriu de leve acompanhando seu pensamento. 
Jantaram e ficaram ainda um bom tempo conversando, bebericando na mesa até que Caio se  levantou para por mais lenha na lareira; Adriane o seguiu, tirou as sapatilhas, sentando no sofá e encolhendo as pernas
Ele se serviu de um pouco mais de vinho, pôs um pendrive no som e se recostou, na almofada macia do sofá, estendendo a mão para que ela se aproximasse mais e o ambiente se tornou ainda mais aconchegante com a música no volume baixo.
Adriane sentou no meio de suas pernas, se espichando  no sofá. Ele a abraçou; as costas dela coladas em seu peito. Podia sentir o coração dele batendo forte.
__ Gosto dessa banda... esse som é maravilhoso! - disse se referindo à banda The Calling e à música Wherever You Will Go. __ Vai mesmo pescar com Heitor amanhã? - perguntou, virando o pescoço para olhá-lo.
__ Claro. Sempre cumpro o que prometo. - ele passou o dedo, afastando seu cabelo para trás da orelha e depositou um leve beijo em seu pescoço. Adriane se arrepiou.
__ Esse lugar é lindo! Passou bons momentos aqui com sua família?
__ Sim. Meu avó comprou essa casa para minha vó, que amava vir para cá. Depois que ele faleceu, nunca mais sentiu prazer em ficar aqui. As lembranças a deixavam triste demais, então, ela passou para minha mãe tomar conta do lugar. Sempre vínhamos durante as férias de inverno e alguns dias durante o verão. Minha mãe decorou a casa do jeito dela. Ela amava deixar as coisas bem arrumadas.
__ Notei isso. O seu quarto tem um toque feminino.
__Aquele quarto era da minha mãe e do meu pai. Vamos usá-lo hoje. É o único que tem banheiro anexo.
__ Parece que esse lugar presenciou muitas histórias, principalmente as de amores... seu pai, sua mãe, sua vó...- enumerou ela. __ Seus pais se amavam?
__ Sim, pelo menos eles sempre passaram isso pra nós. Quando ela morreu a família se dispersou... Ela era o esteio da casa. Mantinha todos unidos.
__ E seu pai? Casou de novo?
__ Casou. Minha madrasta é vinte anos mais nova que ele, mas eles estão felizes  e isso é que importa! Estão aproveitando a vida por aí... O último dia que falei com eles estavam na Grécia. E você? Quando vai visitar seu pai?- indagou Caio.
__ Vou em setembro, nos feriados. Quero voltar a ter uma boa relação com ele. Ficamos um tempo sem nos falar. Só aceitou falar comigo depois que Heitor nasceu. Eles são muito religiosos. Fui criada assim e quando as coisas saíram como não planejaram, paramos de nos relacionar.Queriam que eu casasse, que fosse uma esposa submissa ... Quando me rebelei e saí em busca dos meus sonhos, eles me disseram que eu envergonhei a família, ainda mais tendo um filho sem pai. Minha madrasta também botou pilha. Então, para viver em paz, não o procurava muito...no entanto, com a morte de Ariane, me dei conta que não podemos perder tempo com bobagens.
__ Às vezes complicamos as coisas... a vida é tão simples... Olha só nós aqui... Uma noite fria, o calor do fogo, um bom vinho...uma mulher linda e a melhor companhia que já encontrei até hoje. - beijou sua nuca, afastando um pouco mais os cabelos dela. __ Amo esse seu jeito de agir com naturalidade.
Adriane virou o pescoço.
__ Ama? - seu coração bateu forte ao ouvir aquela palavra.
__ Sim, eu gosto, admiro...Não tem nada a ver com amor de verdade, Adriane. Só modo de falar.
__ Claro. Eu entendi ...só quis brincar com você! Temos um trato ... - disse, não deixando transparecer a decepção na voz.
Ele espichou o braço largando a taça de vinho na mesa, ao lado do sofá e a abraçou, fazendo com que se virasse para ele.
__ Quero te ver nua. - pediu em voz baixa, os olhos verdes devorando os seus. __ Quero te ter aqui, sob a luz e o calor  do fogo.
Ela se levantou e obedeceu tirando a roupa devagar. Ficou só de lingerie. O tecido  fino de renda emoldurando seu corpo.
Quando estava com ele não tinha pudores. Seu corpo tremia, arrepiado de excitação e pelo frio.
__ Você é linda! - levantou e a puxou pela mão para perto da lareira.
Ele se ajoelhou, forçando para que ela também fizesse o mesmo. Ficaram um de frente para o outro. O brilho do fogo, iluminava ainda mais os olhos de Caio.
Ele a beijou lentamente, segurando seu rosto com as mãos; desceu os lábios úmidos e quentes sobre a pele perfumada do seu pescoço, parando para abaixar as alças do sutiã, abrindo o fecho e o jogando de lado, revelando os seios redondos, com as auréolas rosadas e os bicos delicados. Passou os polegares delicadamente, sobre eles, arrancando suspiros dela.
Suas mãos quentes acariciaram as costas de Adriane descendo até suas nádegas firmes e Caio as apertou simultaneamente, a trazendo de encontro o seu corpo. O calor delas em contato com a pele fria a deixava mais excitada. Ele puxou o elástico da calcinha minúscula, abaixando, revelando seu sexo. Passou a mão com delicadeza, sentindo o calor dele em seus dedos; ela gemeu, afastando um pouco as pernas para que Caio introduzisse um dedo e sentisse  o quanto ela estava úmida de excitação.
__ Caio...
__ Shiiiuu!! Não fala nada ... quero fazer sem pressa.
Adriane deslizou os dedos pelos botões da camisa, os abrindo devagar, a tirando enquanto se beijavam. Desceu as mãos até ao cinto e abriu o zíper da calça também e acariciou seu membro que latejava duro sob a cueca.
__ Tira. - pediu ela.
Caio obedeceu, levantando e se livrando da calça, a jogando em cima do sofá.
Adriane de joelhos a sua frente, subiu e desceu as mãos pelas pernas, sentindo a musculatura das coxas de Caio. Abaixou a boxer preta que ele usava; seu membro saltou, ficando na altura do rosto dela, que o abocanhou, arrancando gemidos dele. O sugou com vontade e quanto mais deslizava a boca por toda a sua extensão, mais seu desejo de tê-lo dentro dela crescia. Sugava devagar, massageando em movimentos de vai e vem,  passando delicadamente a língua na ponta, voltando a introduzi-lo todo na boca.
Caio respirava ofegante, se controlando para não gozar.  A boca macia descendo ao longo de seu membro lhe proporcionava um prazer indescritível.
__ Adriane... para.. posso gozar a qualquer momento... - as palavras saiam entrecortadas por gemidos.
Ela se afastou limpando o canto da boca com a ponta dos dedos e Caio se abaixou, a fazendo se deitar no tapete macio, a beijando forte, sentindo o seu próprio gosto na boca de Adriane. 
Desceu a língua pela barriga lisa e subiu novamente  para sugar seus seios, intercalando com pequenas mordidas, extraindo gemidos e palavras sem sentido da parte dela.
Adriane estava enlouquecida de tesão.
Desceu novamente, desta vez em busca de seu sexo. Afastou suas coxas e sugou suas entranhas, passando a língua, provando seu gosto até chegar em seu clitóris entumescido de tanto desejo. O sugou  com força, enquanto ela se debatia, não aguentando as ondas que chegavam num orgasmo forte, contraindo toda  a sua musculatura.
Ele sugou ainda mais ao escutar os sussurros de prazer dela e num giro, a virou de costas e a penetrou devagar. Ela empinou mais a bunda para facilitar a penetração.
Caio esperou um pouco até ela se acostumar com o tamanho do seu membro e então começou o ritmo, de início lento, aumentando a força e a velocidade conforme ela pedia.
Sentiu quando sua vagina se contraiu e seu corpo tremeu todo, demonstrando assim que  estava tendo um orgasmo. Caio aumentou ainda mais a velocidade e a profundidade das estocadas dentro dela, fazendo com que ele também a inundasse com seu líquido quente e abundante.
Adriane não aguentou e caiu deitando no tapete macio. Seu coração batia acelerado.
Caio deitou ao seu lado passando o braço por cima de suas costas, tirando os cabelos longos que caiam por cima do seu rosto e procurou seus lábios, num beijo suave de puro carinho. Adriane abriu os olhos e deu um sorriso lânguido de satisfação.
__ Obrigada! - sussurrou ela.
__ Não entendi o agradecimento.
__Obrigada por me fazer sentir especial...depois que a gente faz...quero dizer, depois que a gente transa.
__ Você é especial, Adriane! Se não fosse, não estaríamos aqui. Toda mulher que está comigo é especial.
Adriane chegou mais perto. Ouvindo as palavras dele, sentiu vontade de chorar. No fundo, queria ser a única que ele achava especial. Ele generalizava. Seu coração se apertou e naquele momento soube, como se uma algo iluminasse sua mente, que estava apaixonada por ele.
Enxergava claramente, agora, que ao concordar com as condições do trato, fora ludibriada por sua mente; foi o que sempre quis, se sentir amada por Caio.
A atração que tinha, não era só física. O modo como ele a tratava, a preocupação, o jeito que lidava com Heitor...
Escondeu o rosto no pescoço dele, não queria que ele visse em seus olhos o sentimento que acabava de descobrir. Sentiu seu corpo tremer de frio, o fogo estava acabando.
Caio levantou, recolhendo as roupas de ambos, estendeu a mão para que também se levantasse.
__ Vamos subir, está começando a ficar frio demais aqui.- convidou com voz serena.
Subiram em silêncio, de mãos dadas.
Adriane entrou no quarto, acendendo a luz da cabeceira da cama e se dirigiu ao banheiro.
A descoberta de estar apaixonada por ele a deixara praticamente, sem ação. Não sabia como agir com Caio, temia que ele descobrisse o amor que sentia e lhe dispensasse. Não queria perdê-lo. Amarrou os cabelos, ligou o chuveiro e entrou debaixo da água quente, cuidando para não molhá-los.
Caio entrou logo em seguida e passou os braços ao redor de sua cintura, a água quente escorrendo pelos seus corpos.
Somente, o barulho da água quebrava o silêncio entre eles. Caio a ensaboou, deslizando as mãos pelo seu corpo, tomou sua boca, num beijo delicado. Adriane se segurou em seus braços, sentindo a boca macia dele deslizar por seu pescoço, suas mãos fortes a apertando contra o seu corpo musculoso; seu toque estava diferente, mais delicado. Se ele não tivesse falado que todas que dormiram com ele eram especiais, Adriane se deixaria enganar, achando que ele a amava. Seus gestos debaixo do chuveiro demonstravam isso. - pensou.
Caio desligou a água, pegou uma toalha e a enxugou com paciência. Enrolou a toalha na cintura dele e num gesto, a surpreendeu, a pegando no colo.
Adriane o abraçou pelo pescoço, escondendo o rosto em seu pescoço. Podia sentir as batidas do seu coração.
Ele a depositou sobre os lençóis gelados, fazendo ela se arrepiar e fez a volta na cama, arrancou a toalha e secou as gotas de água que escorriam pela musculatura do seu  corpo.
Adriane o admirava, sob a luz fraca do quarto. Deitou e fez com que ela se aproximasse mais para ficar junto dele.
Até aquele momento, nenhuma palavra foi dita. Palavras naqueles instantes, eram desnecessárias.
Ela se aninhou junto ao seu  corpo e Caio acariciou seus cabelos descendo a mão e a segurando firme pela cintura, a beijou. Adriane suspirou ao sentir a língua dele explorar sua  boca.
O desejo tomou conta deles novamente, dessa vez, calmo, sutil, sem  pressa. Se amaram lentamente, como se quisessem prolongar aquele momento. O que sentiam era mais do que carnal, era sublime. Não precisavam de palavras para expressar o que sentiam; os gestos, toques e gemidos traduziam muito mais que desejo. Daquela forma, fizeram, então, amor.
Adriane adormeceu aconchegada no corpo quente de Caio. O sono demorou a chegar para ele, apesar de todo o esforço que tinha feito. Essa noite, nunca mais sairia da sua cabeça.
Já não dominava mais seus sentimentos. Sempre, teve o cuidado para não cair nessa armadilha, mas com Adriane tinha sido em vão.
O jogo para tê-la em sua cama revelava agora um perdedor: Ele. Todo o cuidado e a preocupação que teve com ela, tinham um nome: amor.
Ele estava apaixonado por Adriane, aliás, sempre esteve, essa era a verdade. Esse sentimento lhe apertava o peito.
Tinha dito a ela que todas as mulheres que teve foram consideradas especiais. O que ele não sabia é que estava enganando a si próprio. Ela foi a mulher que ele procurou como louco em Madri. Como não enxergou o óbvio? Essa longa espera onde ela habitou seus sonhos, o desejo senti-la novamente, tinha um nome e era amor!
Esperaria passar o final de semana, sondaria para saber se ela sentia o mesmo por ele. Precisava descobrir se para Adriane não se tratava apenas de desejo físico.
Adri era quente, sensual e com ele sua sexualidade era liberada, talvez ela só sentisse desejo por ele, porém uma coisa era certa, ela se liberava de tal forma, porque confiava. Isso era um ponto a seu favor! Adormeceu.
Na madrugada, acordou com a cama afundando ao seu lado. Adriane tinha ido ver o filho e agora se deitava novamente.
__ Heitor está bem?- indagou baixo com a voz sonolenta.
__ Está. Voltou a dormir. - se aconchegou mais a ele para se esquentar.
Sentir os braços dela em volta do seu corpo, transmitia uma paz jamais sentida antes com outra mulher. Já estava quase amanhecendo, fechou os olhos e dormiu novamente.

                                                                   

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