Adriane levantou na segunda-feira, mais cedo do que de costume, estava ainda sem carro.
O seguro liberaria somente à tarde o carro reserva.
Penteou os cabelos se olhando no espelho do banheiro. Não tinha dormido direito, na esperança de que Caio pudesse ligar ou mandar uma mensagem a ela.
Disfarçou as olheiras com maquiagem, prendeu os cabelos num rabo de cavalo, ajeitou sua roupa, chamou um táxi e seguiu em direção à escola e depois ao trabalho.
Estava apreensiva, talvez Caio a mandasse embora. Sempre deixou bem claro que não queria envolvimento e saber que agora, tinha um filho seria um problema pra ele.
Entrou no elevador e subiu até ao escritório.
Cíntia ainda não havia chegado. Foi a cozinha anexa e preparou o café, como sempre tinha feito. Serviu um copo, precisava espantar os sintomas da noite mal dormida.
Se dirigiu a sua mesa, ligando o computador; abriu a agenda que tinha sido feita sexta à tarde, na sua ausência. Em seguida, separou alguns documentos que exigiam a assinatura de Caio naquela manhã.
Analisava uns relatórios quando ouviu passos, o perfume dele invadiu o recinto.
Adriane levantou os olhos do papel que escrevia.
__ Bom dia! - cumprimentou ela com um pouco de receio.
__ Bom dia. Cíntia ainda não chegou? - seu tom de voz era frio.
Adriane tremia, a presença dele e o jeito com que se despediu dela no dia anterior, na porta do prédio, anunciava que algo estava por vir ou na melhor das hipóteses, não seria fácil conviver com ele daqui pra frente.
__ Ainda, não. Fiz café, se quiser...
Estava sendo o mais profissional possível, tentando disfarçar seu nervosismo.
__ Quando Cíntia chegar peça a ela que leve na minha sala. - falou virando as costas.
__ Caio! - chamou.
__Sim?
__ Preciso de sua assinatura em alguns documentos...
__ Daqui a pouco, resolvo isso. - falou girando a maçaneta da porta de sua sala.
Adriane sentiu seu estômago embrulhar devido ao estado de ansiedade em que se encontrava. Esperou alguns minutos para entrar na sala de Caio. Tinha que repassar seus compromissos para aquele dia.
Bateu e entrou.
Caio olhava algumas fotos e imediatamente, as guardou num envelope amarelo, fechando em seguida a gaveta.
__ Algum problema, Adriane?
__ Não, Caio, nenhum. Só avisando que daqui a uma hora, tem uma reunião com investidores do mercado imobiliário de São Paulo. A reunião será aqui nesse andar, na sala 8 e...
Foi interrompida pela chegada de Cíntia.
__ Bom dia! - cumprimentou se derretendo para Caio.
Ele se levantou bruscamente e tirou a agenda das mãos de Adriane, entregando para Cíntia. Seu olhar era de absoluto desprezo.
Adri não o reconhecia mais. O homem que dormira com ela, não era mais o mesmo.
Sentiu seu rosto queimar. Ele fazia de propósito, dando a entender que dela só queria o necessário e que sua presença não era mais bem vinda naquela sala.
__ Cíntia agora, cuidará dos meus compromissos!
Cíntia sorriu, com olhar debochado; Adriane entregou a agenda e voltou seu olhar para Caio
__ Como quiser, Caio!
Humilhada, saiu, fechando a porta atrás de si.
Simplesmente, não entendia o porquê dele agir assim.
A imagem do filho veio em sua mente, queria tanto um pai e agora o pai não o queria. O ódio tomou conta dela. Suas mãos tremiam de tanta raiva dele.
No final do dia, exigiria uma explicação para o comportamento dele. Queria algo plausível que lhe explicasse onde estava o seu erro.
***************************************************************************************Caio entrou e fechou a porta atrás de si. Não sabia por quanto tempo aguentaria se manter frio.
Ela dominou seus pensamentos, quase, a noite toda.
Pensou que Adriane fosse diferente das outras e até chegou a pensar em ficar com ela como namorada, dividir sonhos, assumir o menino que dizia ser seu, no entanto, sabia que ele jamais poderia ser seu filho biológico.
Ela era uma mentirosa!Talvez quisesse se dar bem.
Heitor jamais poderia ser seu filho!
Há alguns anos, enfrentou algo parecido, uma mulher com quem manteve um relacionamento, chegou dizendo estar grávida dele. Todos na família sabiam que ele era estéril. Teve caxumba quando adolescente. Os exames comprovaram isso. O DNA de paternidade deu negativo.
Agora, aparecia ela dizendo a mesma coisa. Adriane era mais uma!
Pensou em despedi-la, mas lembrou que não seria justo. Ela tinha um filho e não era assim tão desumano. As dúvidas também faziam parte dessa história toda.
Adriane sabia que com um simples DNA tudo se resolveria, no entanto a segurança com que afirmava que Heitor era seu filho deixava dúvidas no ar.
Não cometeria nenhuma injustiça por enquanto, apesar de sentir-se traído e ludibriado.
Notou que ela estava com olheiras. Pensou em ligar na noite passada, chamar para conversar, mas estava com raiva.
Precisava conversar com alguém, talvez seu irmão. Ligaria para ele mais tarde, para tirar algumas dúvidas.
Não queria ficar perto de Adriane e quanto menos tempo ficasse junto dela, melhor seria. Talvez pudesse ir se desacostumando dela.
O que mais o deixava irritado foi que ela sondou seu comportamento com Heitor; o que ele achava do menino não conhecer o pai... as conversas que tiveram... Ela ganhou a sua confiança para tentar aplicar um golpe. - pensou.
O pior de tudo é que tinha se apaixonado. Desta vez, o tiro saiu pela culatra. Ele que sempre fora esperto, tinha se deixado envolver.
Tentaria manter Adriane longe dele e para isso deixaria que Cíntia tomasse à frente das atividades mais importantes.
Sabia que isso deixaria Adriane chateada, mas, era um modo de puni-la por tentar lhe ludibriar e também de ficar protegido de seus encantos.
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Palavras Não Ditas 🔞 Proibido Para Menores 🔞.
RomanceAdriane conhece Caio, um homem bonito, charmoso e e extremamente sedutor, numa balada em Madri. Assim que seus olhos se cruzam, o desejo entre eles explode e então transam desvairadamente, sem medir as consequências de seus atos. Ao amanhecer, Caio...