Adriane segurou o teste e se negou a acreditar que duas linhas fortes se formavam rapidamente, na tira mergulhada no potinho de urina.
Não é possível! - pensou apavorada. Isto está errado!
Abriu com as mãos trêmulas a segunda caixinha e esperou intermináveis três minutos. Seu coração batia fora de compasso e sua mente se recusava a acreditar que isto estivesse acontecendo com ela. Como poderia ser possível?
Tentou lembrar, se alguma vez, esquecera de tomar a pílula e abriu a gaveta do armário do banheiro em busca da cartela de anticoncepcional. Todos tomados nos dias certos.
Se assustou com as batidas na porta do banheiro. Caio estava ansioso.
__ Adri, abra aporta!
A voz saiu mais baixa do que o normal, simplesmente, a segunda tira mostrava as mesmas duas linhas fortes da primeira.
__Só um minuto.
Abriu a porta. Os olhos arregalados; pálida.
__ E então?- indagou descendo os olhos para o balcão da pia onde os dois potinhos se encontravam.
Adriane passou por ele rapidamente e sentou na beira da cama com as duas mãos na cabeça abaixada. Um pavor tomou conta do seu ser.
Logo agora?! - seus pensamentos giravam dentro de sua cabeça. Um turbilhão de emoções contraditórias a invadiram.
Caio saiu do banheiro e se aproximou dela se abaixando sobre as pernas para ficar na sua altura.
__ Li a bula. Duas linhas fortes... Está grávida! - concluiu, a voz quase inaudível.
Ela levantou a cabeça e o olhou. As lágrimas agora, desciam livres pela face pálida.
__ Não sei como aconteceu, Caio! Não fiz de propósito! - disse se levantando e parando a sua frente. __ Deus, é muita coisa pra minha cabeça assimilar!!
__ O fato é que aconteceu. - suspirou se levantando.
Adriane o encarou tentando decifrar o que se passava dentro dele. Suas feições não demonstravam nem raiva, nem alegria.
__ Deve estar pensando...
Caio não deixou que ela terminasse a frase, puxando seu corpo contra o dele. Os braços a apertando forte contra o seu peito. Ela sentiu o coração dele batendo forte.
__ Não estou pensando nada, Adri! Não ponha palavras na minha boca!
A afastou um pouco, segurou seu rosto com as duas mãos e com os polegares limpou uma e depois, outra lágrima que escorria.
__ Essa é a melhor notícia que poderia receber hoje! - sorriu.
Adriane arregalou os olhos tentando entender.
__ Como assim? Não está bravo, achando que fiz de propósito?
Ele intensificou o sorriso e depositou um leve beijo em seus lábios.
__ Claro que não! Mais um motivo pra você voltar pra mim! - confessou.
Adriane soltou o ar dos pulmões com força.
__ Como pode pensar só em você? E eu? Olha o impacto que isto vai causar na minha vida, Caio! Um filho agora! Deus!!
Se desvencilhou dele passando as mãos pelos cabelos, nervosa.
__ Adriane, qual o problema? Não estará sozinha desta vez! Vou te dar todo o apoio que precisar. Quero ficar com você, não entende isso?! - a pegou pelo braço trazendo para perto dele novamente. __ Você só está surpresa e é normal. Nunca esperou que isso fosse acontecer, mas aconteceu!
__ Como, Caio, se nunca esqueci nenhuma pílula?!
__ Antes do jantar, liguei para o Matheus e expliquei o que estava sentindo. Ele me disse que provavelmente, estaria grávida e que os antibióticos que tomou para pneumonia cortaram o efeito dela.
__ Não acredito! Porque o médico não me falou que poderia acontecer?!
__ Não sei, Adriane! Quando é para acontecer... acontece.
Ela se desvencilhou indo em direção a porta do quarto. Caio se aproximou mais e a abraçou por trás, os lábios roçando o seu pescoço. Ela se arrepiou com o toque suave.
__ Quero você, Heitor... e agora, este bebê que tá vindo.- desceu a mão para seu ventre , acariciando sobre a roupa de leve. - anunciou em seu ouvido, a voz baixa.
Adriane sentiu seu corpo amolecer e por um instante desejou esquecer aquelas cenas mostradas nas fotos. Fechou os olhos.
Aquela sensação de estar sendo protegida nunca tinha experimentado. Na gravidez de Heitor, sentiu- se sozinha o tempo todo e muitas vezes imaginou em como seria se ele estivesse presente.
Ela se virou em busca de seus olhos.
__ Estou confusa Caio! Como vai ser daqui pra frente?
__ Adriane, como foi Madri. Só que agora, eu estarei aqui
Simples!
Ele a pegou pela mão e puxou pelo corredor a fora.
__ Vem, vamos pra sala. Heitor já dormiu no sofá. Vou colocá-lo na cama. A partir de hoje está proibida de carregá-lo no colo e vai se cuidar. Se quiser pode parar de trabalhar. Dou um jeito, adio os projetos que estão em andamento...
__ Caio, para com isso, gravidez não é doença! Claro que vou continuar a trabalhar!Heitor dormia tranquilo no sofá, a face amassada na almofada. Caio o segurou no colo e o levou para o quarto.
Adriane descansou as pernas trêmulas no sofá. Sua cabeça girava com a notícia da gravidez.
Caio ao voltar sentou ao seu lado e a puxou para que se recostasse nele.
__ Não quero te pressionar a nada...- falou cauteloso.__...mas vamos ter que pensar no assunto, Adri. Não tem estrutura para cuidar de duas crianças sozinhas.
__ Sem pressão, Caio! - bufou ela se virando para olhá-lo. __ Já disse que não vou viver uma vida de insegurança com você! - foi categórica.
__ Adri... vai ter que confiar... assim como eu confiei em você.
__ Estrutura a gente arruma. Babás... - argumentou Adri.
__ Vai deixar seus dois filhos com babás? - interrompeu Caio.
__ Porque não? A maioria da população deixa os filhos com babás ou em escolas.
__ Não os meus! - ele rebateu.
__ Porque tá dificultando as coisas? Heitor sempre foi à creche, logo que deixou de mamar no peito. Tinha seis meses. Acha que vou me atirar em seus braços porque estou grávida de um outro filho seu?
__ Deveria. - sorriu, mostrando que estava brincando .
Adriane revirou os olhos .
__ Sei que me ama tanto quanto eu, Adri. - falou num tom de seriedade.
__ Eu disse isso?
__ Não com todas as letras, mas eu sei exatamente, como vai reagir se eu te beijar agora. - afirmou pegando em seu queixo para forçar seu olhar no dele. Ela baixou os olhos .
__ Sei que se abraçar agora e te tocar, você não vai resistir... E isso não é só desejo, é amor. O fato de estar aqui, agora, sentado com você é prova disso. Já vivo mais aqui, do que no meu apartamento. Para e pensa, convivermos não será difícil!
__ Para com isso! As fotos, Caio... por mais que te ame, aquelas fotos não saem da minha cabeça.
Caio sorriu satisfeito com a confissão.
__ Viu? Acabou de falar que me ama! Esquece essas fotos! Nem sei se cheguei a transar com aquela maluca!
__ Ah, sim... claro, excitado daquele jeito! Ela se aproveitou de você...sei.- falou irônica.
__ Adri... o que importa isto? Não quis fazer nada com ela... Meu pensamento era só em você e na noite, em que fizemos amor antes da viajem. - a puxou, dando um beijo em seus lábios, exigindo que sua boca se abrisse para receber as carícias de sua língua nela.
Adriane se sentiu fraca diante de toda aquela situação. O queria demais.
Seus lábios aos poucos foram se descolando e uma lágrima correu pela face dela. Seus sentimentos em relação a Caio a assustavam desde o início e ainda mais agora, que teria um outro filho. Estava totalmente, na mão dele.
__ Eu sei que está confusa, Adri. Mas o que posso fazer pra você acreditar em mim?
__ Não sei, Caio.
Se aconchegou um pouco mais, em seu peito e fechou os olhos , tentando assimilar tudo o que estava acontecendo.
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Palavras Não Ditas 🔞 Proibido Para Menores 🔞.
Roman d'amourAdriane conhece Caio, um homem bonito, charmoso e e extremamente sedutor, numa balada em Madri. Assim que seus olhos se cruzam, o desejo entre eles explode e então transam desvairadamente, sem medir as consequências de seus atos. Ao amanhecer, Caio...