Capítulo 2

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Sinto algo cutucando meu braço e abro meus olhos, vejo Mathilde me olhando com cara feia.

- Se levante, já te chamei três vezes. - Ela diz e me sento na cama, não escutei nada, só sei que estou com fome e com dor na perna.

- Arrume sua cama. - Ela diz e com dificuldade me levanto, quando fico de pé reparo na poça de xixi que ainda está lá.

Ignoro o xixi e arrumo a cama como ela mostrou ontem, se eu não fizer certo acho que fico sem café da manhã, isso é, se eu tomar café.

Depois da cama arrumada seguimos para o banheiro, ela anunciou meus 15 minutos para o banho e minha higiene, reparei que minhas roupas já estavam no banquinho e minha sapatilha está no chão, fiz xixi e enquanto fazia o número 2 enrolei meu braço engessado com o saquinho.

Quando fui para o chuveiro e abri o registro começei a chorar, meu corpo estava quente, e ia ser uma tortura tomar banho gelado, mas como o tempo estava passando fiz o mesmo processo que fiz na noite anterior, rapidamente me lavei, me enxuguei e me troquei, então coloquei as sapatilhas, penteei os cabelos e escovei os dentes.

Assim que Mathilde abriu a porta só faltava eu tirar o saquinho do braço, o tirei jogando no lixo e a segui, ela foi para o quarto e fui atrás.

Quando entrei no quarto havia em balde com um esfregão e um pote com uma embalagem de produto de limpeza, também reparei em uma escovinha pequena.

- Limpe essa sujeira! - Ela disse e senti raiva e vergonha ao mesmo tempo.

- Eu chamei ontem e ninguém veio, eu segurei até onde consegui. - Falo irritada e ela não diz nada, então contínuo. - Eu estava com dor! Ou eu fazia no chão, ou nas minhas roupas, você não pensou que depois de eu tomar o remédio e beber a água teria que usar o banheiro? - Perguntei ainda irritada.

- Eu só sigo ordens. - Ela diz me deixando mais brava ainda.

- Segue ordens? Você acha certo o que ele está fazendo comigo? Olhe como eu estou! Meu braço quebrado, meu corpo cheio de vergões, minha perna roxa, estou morrendo de fome e com dor no estômago, essa madrugada tive que fazer xixi no chão por não poder nem usar o banheiro, você acha isso certo Mathilde? - Pergunto a encarando com raiva.

- Não sou paga para achar nada. - Ela diz secamente.

- Sabe como eu cheguei aqui? Meus pais morreram, eu nem sabia que tinha um avô, então ele apareceu e me trouxe pra cá, eu nunca fiz nada pra ele, eu só tenho 9 anos e esses últimos dias tem sido os piores da minha vida, como você pode não achar alguma coisa? - Questiono e ela segue impassível, a encaro e ela não demonstra nada.

Estou com tanta fome que começo a limpar o xixi para poder descer e comer.

Com dificuldade limpo o xixi, mas não é fácil fazer as coisas com um braço engessado.

Quando termino me levanto do chão e acho que finalmente vou tomar café, mas a desgraçada da Mathilde diz que tenho que limpar todo o chão do quarto, fico tão revoltada que sinto meu rosto quente e começo a chorar de nervoso.

Minha fome é tanta que começo a limpar o mais rápido que posso, assim que finalizo a limpeza de todo o chão ela me entrega um pano e outro produto de limpeza, e diz para eu limpar a cômoda o guarda-roupas e a cabeceira da cama.

Rapidamente espirro o produto e limpo tudo, enquanto limpo me sinto fraca e tenho vontade de deitar, mas quero muito comer então continuo.

Assim que termino uma outra empregada surge na porta e entrega para Mathilde um outro frasco com produto de limpeza e um pano, Mathilde pede que eu limpe os vidros da janela, pego o produto e o pano na mão e faço como ela manda.

Casamento Por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora