Capítulo 4

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Quando terminei o jantar subi com Mathilde, e para minha surpresa dois seguranças que ficam na parte externa da casa subiram conosco.

- São ordens do seu avô, você sabe como as coisas funcionam. - Mathilde fala entrando comigo dentro do banheiro.

- Mas eu só vou fazer minha higiene bucal e urinar. - Argumento constrangida.

- Eu só sigo ordens. - Ela diz dentro do banheiro comigo, já os dois seguranças ficaram no corredor.

Escovo os dentes e quando vou fazer xixi Mathilde tem a decência de se virar de costas.

Faço xixi e quando termino lavo minhas mãos, em seguida vamos para o meu quarto.

- Coloque seu pijama. - Ela ordena fechando a porta quando entramos no quarto.

Troco de roupa guardando o vestido novo no guarda-roupas, e quando acho que Mathilde vai sair do quarto tenho uma surpresa, pois ela abre a porta e o segurança coloca uma cadeira dentro do quarto.

Mathilde se senta na cadeira e espio para fora do quarto vendo o segurança indo se sentar em uma outra cadeira que está no corredor, já o outro segurança se aproxima e fica de pé na porta.

- São ordens do seu avô, vá dormir. - Mathilde diz e sentindo uma angústia que nem sei explicar me deito.

Me cubro e a luz do quarto é apagada, mas a luz do corredor está acesa, então o quarto está iluminado.

O velho não é burro, com certeza já prevendo que eu poderia tentar algo colocou Mathilde é os seguranças para me vigiar.

Sinto um desespero e começo a chorar baixo, como vou fugir se até no banheiro vou ser vigiada?

Chorei por muito tempo e não conseguia dormir, minha mente estava a mil e estou tomada pelo medo, fico imaginando mil coisas e nem sei que horas eram quando escutei a voz da cobra peçonhentos da Mathilde cochichando com o venho.

- Ela está chorando já tem mais de duas horas... - Escuto a desgraçada falar.

- Vou dar um jeito nela, desça e mande a cozinheira preparar um chá, mande servir no meu quarto. - O velho diz e alguns segundos depois a luz do meu quarto é acesa e escuto a porta se fechando.

- Senta nessa porra de cama sua cadela. - Ele vocifera e faço o que ele manda.

Me sento na beirada da cama e abaixo minha cabeça olhando para minhas mãos, pela minha visão periférica vejo o velho pegar a cadeira e se sentar na minha frente.

- Quando o verme do seu pai e a vagabunda da sua mãe morreram eu fiquei como responsável por tudo que eles deixaram, coloquei gente da minha confiança para administrar tudo e por lei eu teria que passar tudo para o seu nome assim que você completasse 18 anos, mas não acho justo você ficar com um só centavo do que eu me esforcei para manter por todos esses anos. - Sinto tanto ódio quando ele se refere aos meus pais dessa maneira, mas se eu fizer cara feia, gritar ou falar algo ele vai me agredir sem dó.

- Daqui a duas semanas você vai assinar alguns papéis, você vai me doar absolutamente tudo que tem... - Ele diz e sinto um gosto amargo na boca. - Junto com esses papéis você vai assinar o contrato do seu casamento. Olhe para mim. - Ele ordena e levanto meu olhar ajeitando minha postura.

- Conheci Allan Petrov tem uns 5 anos, ele é um dos maiores empresários dos Estados Unidos, na época ele queria comprar a empresa que fica nos Estados Unidos, mas obviamente eu não podia vender, vim mantendo contato com ele por todos esses anos, o homem é a porra de um tagarela, fica se vangloriando por ter uma família, ele tem a porra de uma língua frouxa e quando me disse que se casou por contrato eu comecei a pôr meu plano em prática. - Ele diz e só vou prestando atenção.

- Ele queria comprar a empresa, e eu queria me desfazer de tudo que tenho nos Estados Unidos, não gosto de americanos, aturar homens como o Allan é um desafio. - Sim, esse é o velho, um homem falso e sem escrúpulos.

- Então no último ano eu fiz o inventário da empresa e de todos os bens que possuo nos Estados Unidos, com isso cheguei a um valor e fui negociar, venderia a empresa e os bens para o Allan, mas só venderia tudo se ele aceitasse um casamento por contrato, no caso, você se casaria com o filho aleijado dele. - O velho diz com um ar de deboche.

- O rapaz sofreu um acidente com 15 anos, parece que estava em um acampamento com uns amigos e alguma coisa deu errado, ele teve quase o corpo todo queimado e hoje em dia é uma aberração, ele vive trancado dentro de casa, raramente sai para rua e é claro que seria o par perfeito para você. - Ele vai falando e só sinto medo.

- Fiz a cabeça do Allan no último ano, falei que você não ligava para beleza e que era generosa e desapegada de bens materiais, disse que você mesmo sem conhecer o filho dele já se sensibilizou com a história e que já estava até apaixonada sonhando com o casamento... foi bem difícil chegarmos a um acordo, parece que a mulher do Allan não acha certo esse tipo de casamento, mas no final das contas nós homens temos a palavra final, e chegamos a um acordo. - Ele diz e sinto lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

- Portanto daqui a duas semanas você vai assinar os papéis, entrar na porra do avião e sumir da minha vida, você vai ir morar com aquela aberração e vai ser uma boa esposa, você só precisa abrir as pernas e deixar o aleijado te comer quando ele quiser, você vai ter comida, água e um lugar para dormir, ou seja, vai ser uma cadelinha bem obediente. - O velho diz com seu ar arrogante.

Me sinto um nada, e em uma última tentativa de fazer algo começo a falar.

- Eu posso assinar os papéis passando tudo para o Senhor, assim o Senhor faz o que quiser com tudo, em troca eu só quero ir embora, eu vou sem levar nada, eu juro que nunca mais volto. - Falo corajosamente.

O velho começa a gargalhar e mesmo com vontade de gritar fico calada.

- Isso não é uma negociação, minha intenção era te vender para algum sádico, na verdade tentei te vender por duas vezes, mas não deu certo, então ficamos com a opção mais simples, você vai se casar com aquela aberração e vai se comportar muito bem, caso contrário vai se divorciar e voltar para minha casa, e se isso acontecer você vai se arrepender de ter nascido. - Ele diz se levanta da cadeira e vindo para o meu lado, sinto meu coração batendo acelerado, pois sei que ele vai fazer algo.

- Por todos esses anos eu não te toquei intimamente, afinal uma virgem tem mais valor, a questão é que se você voltar pra cá por ter feito alguma merda já vai ter mais de 18 anos e possivelmente não vai ser mais virgem, então eu vou estar liberado para te foder, e acredite apesar da minha idade sou um homem viril, ia te comer por horas, quando e aonde eu quisesse. - Ele diz passando a mão nos meus cabelos e sinto ânsia de vômito.

- Se você não quiser assinar os papéis vou chamar um psiquiatra amigo meu, vou fazer ele assinar um laudo dizendo que você sofre de retardo mental, vai levar mais alguns anos e vou precisar comprar muitas pessoas, mas por fim você vai ficar sem nada, então vou te foder todos os dias até quando eu me cansar, e daqui uns anos te interno em algum hospício, aonde vou fazer questão que você tome choques toda semana. - Ele termina de falar e puxa meus cabelos com força.

- Você tem duas semanas para pensar muito bem no que quer, espero que você assine os papéis e se contente em ser a puta de uma aberração, caso contrário você já sabe... - O desgraçado fala e solta os meus cabelos, então senta um tapa no meu rosto.

Ele diz que até o dia de assinar os papéis vou ser vigiada, então sai do quarto.

Tudo que consigo fazer é chorar, me deito na cama me encolhendo e choro, eu fiquei sem opção, na verdade depois que meus pais morreram nunca mais tive opção de nada, e agora tudo vai piorar.

Se minha vida já era ruim vai ficar pior. Me sinto impotente e com tanta raiva que começo a pensar que a morte seria a melhor solução, talvez se eu morresse tudo isso acabaria, se eu morresse finalmente teria paz.

Casamento Por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora