Capítulo 3

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Uma semana havia se passado, nesse período não apanhei do velho, mas levei duas reguadas da professora só pelo fato de ter errado dois exercícios.

Ela pediu que eu colocasse a mão na mesa e eu sabia que ia levar a reguada, e entre a reguada ou a tortura do velho, optei pela reguada.

Mesmo com ódio não disse nada e continuei com a lição, o mais estranho é que era segunda-feira e ela veio me dar aula no sábado e no domingo.

Almocei com aquela maldita caixinha na minha frente, e depois do almoço fiquei surpresa ao ver que não ia para o meu quarto, fui levada para o escritório, aonde uma senhora de uns 50 e poucos anos de cabelos grisalhos me aguardava.

Ela se apresenta como professora de Alemão e Francês, e diz que me dará aulas nas segundas e nas terças-feiras depois do almoço.

Por sorte ela não tem uma régua, mas ela é fria e muito formal, a aula seguiu pela tarde e quando acabou fui levada para tomar banho e depois para jantar.

Na quarta-feira fui apresentada a professora de etiqueta e costura, passei parte da tarde tendo aulas de postura, e depois de corte e costura, eu odiei aquilo, era chato e eu não levava jeito, mas ao lembrar da tortura fiz o que pude.

Quinta-feira foi um dos piores dias, fui levada para a cozinha e a empregada disse que me ensinaria a cozinhar, mas que eu não podia comer nada, só comeria sentada a mesa com o velho.

Eu tinha que cortar legumes e verduras e Mathilde ficava como um corvo observando tudo, aquela praga fofoqueira parecia torcer para eu fazer algo de errado, tinha chocolates, biscoitos e muitas coisas espalhadas pela cozinha, e era torturante olhar aquilo sem poder pegar, mas aguentei firme e fiz o que a empregada mandou.

Sexta-feira uma professora de educação física se apresentou, fui levada para uma academia dentro da casa, tinha alguns aparelhos como esteira, bicicleta ergométrica e outros.

Fui obrigada a passar a tarde me exercitando. No sábado ela veio outra vez e me levou até uma piscina coberta que também ficava na propriedade, ela disse que assim que eu tirasse o gesso ia começar as aulas de natação, e que por enquanto íamos fazendo aulas de dança.

No domingo à tarde não tive nenhuma aula, passei a tarde toda trancada no quarto, e brinquei com meu ursinho.

E assim foram se passando as semanas...

Tirei o gesso, fazia aulas das quais não gostava, cozinhava comidas que eu não comia, e nunca tinha me sentido tão sozinha na vida, mas o que eu podia fazer? Não tinha ninguém e a única opção era suportar, simplesmente suportar.

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Seis meses haviam se passado e eu tinha bolado um plano de fugir de casa, ia enganar a professora de educação física e fugir na aula de natação com a roupa do corpo, talvez se eu fosse na polícia poderia denunciar o velho.

Na metade da aula de natação disse que não me sentia bem, falei para a professora chamar a Mathilde, ela saiu me deixando sozinha, e rapidamente coloquei minha roupa e sai pela janela, mas minha alegria durou pouco, fui para o quintal e os muros eram enormes, cheguei perto do portão e quando estava o escalando um dos seguranças me pegou.

Naquela tarde de sábado tive minha perna quebrada pelo velho, fui levada a uma clínica aonde fiquei internada por 2 dias, o médico que cuidou do meu ferimento era amigo do velho, Mathilde e um segurança ficavam comigo o tempo todo na clínica, e com a perna quebrada não podia fazer nada, a não ser chorar.

Quando voltei para casa tive que me virar com as muletas para descer e subir as escadas, nunca mais vi a professora de educação física, mas assim que tirei o gesso outra professora apareceu e minha rotina voltou ao que era.

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