Capitulo 17

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DULCE


Decidi vir ao shopping com Mai e Annie, mas já mudei de ideia. Essas duas são impossíveis nas compras.

- Vamos parar um pouco – reclamei quando meus pés já começavam a doer.

- Dulce não reclame – Annie começou – Passamos a semana toda enfurnadas naquele escritório, merecemos um pouco de compras.

- Annie tem razão – Mai concordou e eu revirei os olhos – Pra você não ficar tão entediada vamos naquela loja de lingerie, tem cada peça linda, você vai adorar.

- Sim – a loira comemorou – Compre as mais sexys e faça uma surpresa pro Uckerzinho – piscou maliciosa.

Dei risada pensando que talvez não fosse uma má ideia.

- Meu maninho vai amar – Mai riu.

- Tá bom, vamos logo antes que eu desista – chamei e fui andando na frente com elas atrás me zoando.


[...]


- UAU garota, tá um arraso – Mai disse assobiando e eu ri.

Virei-me pro espelho olhando a lingerie vermelha rendada que coube perfeitamente no meu corpo e que destacava as minhas curvas.

- Até que ficou boa – sorri me analisando – Acham que o Ucker vai gostar? – perguntei temerosa.

- Gostar não, vai amar – Annie disse – Vai ficar até de quatro – corei com seu comentário, as mulheres ao nosso lado nos olharam rindo.

- Você não tem escrúpulos Annie – disse baixinho pra ela que deu de ombros rindo – Porque não experimenta uma pra usar com o Poncho – brinquei e fechei a cortina do provador.

- Ué, mas você não estava fazendo greve de sexo? – Mai perguntou confusa.

Depois que os dois brigaram Anahí decidiu fazer greve com o Poncho até que ele parasse de responder as mensagens da ex-namorada, que segundo ele era sobre trabalho. Mas minha amiga não gostou nada da ideia e deixou o coitado sofrendo por duas semanas.

- Ele obedeceu minhas ordens e voltamos a transar – disse simples e alto, eu arregalei os olhos pensando que toda a loja deve ter ouvido.

- Annie fala baixo – pedi saindo do provador já vestida.

- Meu Deus que louca – Mai riu – Acho que vou levar essa aqui pra usar com o Chris – ela apontou pra preta em sua mão – Vamos fazer loucuras – disse animada.

- Não quero saber da intimidade de vocês dois, obrigada – falei constrangida e Annie gargalhou.


[...]


- Sabe o que estava pensando? – Annie fala enquanto eu dirigia pra fora do shopping.

- Fala loira – Mai revirou os olhos.

- O aniversário do Ucker tá chegando, dia 21, se bem me lembro – olhei pra ela espantada, a mesma ficou confusa – O que foi Dul?

- Eu não sabia – falei baixinho, triste por não ter pensado sobre esse assunto.

- Não fica triste – Mai disse – o Christopher nem gosta de comemorar, não depois que o papai foi embora de casa – justificou me deixando pensativa.

- Tudo bem – forcei um sorriso pra elas e voltei minha atenção para a estrada – Qual era sua ideia Annie? – mudei de assunto.

- Podíamos ir a uma boate, só os casais – começou a falar empolgada, mas eu não prestei atenção.


[...]


Cheguei em casa já no fim de tarde, assim que passei pelo hall da mansão Anna me avisou que o jantar ficaria pronto em pouco tempo, apenas assenti e subi as escadas com as muitas sacolas nas mãos.

- Que dia longo – resmunguei pondo as sacolas em cima da cama.

- Princesa, que bom que chegou – saiu do banheiro e veio até mim – Achei que tivesse se perdido com a Annie e a Mai – brincou e sorri timidamente.

- Nós demoramos um pouco nas compras – murmurei mordendo o lábio.

- O que aconteceu? – perguntou preocupado – Por que está triste?

- Não é nada – disse desviando o olhar.

- Dulce, você não sabe mentir – ergueu meu rosto pelo queixo me fazendo encará-lo – Vamos me conte – pediu.

- Por que não me disse sobre seu aniversário? – ele me olhou surpreso – Annie falo que será daqui a uns dias.

- Eu não gosto de comemorar essa data Dul – falou desgostoso – Traz lembranças ruins – me soltou e sentou na cama.

- Desculpa – me sentei ao seu lado e segurei sua mão – eu não deveria ter tocado no assunto – me senti mal, era a primeira vez que eu o via tão vulnerável.

- Não é sua culpa – me abraçou e eu retribuo.

Alisei suas costas e suspirei sentindo o seu calor.

- Vem cá – me puxou para o seu colo e segurou minha cintura – Na época eu tinha uns 15 anos e era meu aniversário, estávamos dando uma festa em casa... – começou.

- Não precisa me contar se não quiser – o interrompi, não queria deixa-lo desconfortável.

- Eu quero – balancei a cabeça e ele continuou – Meu pai tinha desaparecido e então fui procura-lo –respirou fundo – Quando o encontrei ele estava na cama com a melhor amiga da minha mãe transando, como se não fosse nada – fechou os olhos, imaginei a cena e isso me deixou triste, ver o quanto aquilo o magoava. Acariciei seu rosto e ele continuou – Mamãe chegou logo depois e ficou horrorizada com a cena, os dois começaram a discutir e da casa toda podiam se ouvir os gritos.

- Eu sinto muito – o abracei tentando acalmá-lo.

- A festa acabou no mesmo instante, mas a briga durou horas até que ela expulsou Vitor com a amante de casa – apoiou a cabeça no meu pescoço e suspirou – Por isso eu não comemoro, me faz lembrar desse dia horrível – concluiu.

Me afastei dele para mirá-lo.

- Eu te entendo – lhe dei um selinho e ele sorriu – Prometo que nesse dia vamos ficar dentro do quarto abraçadinhos e sem ver ninguém – falei e ele deu risada.

- Ai como você é perfeita – segurou em minha nuca e me beijou docemente...

Mi Nuevo Vicio - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora