Capitulo 23

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DULCE


Christopher havia saído para uma viagem repentina e eu estava agoniada, acho que por passar a noite sem ele, já era um costume que eu não conseguia largar.

Estava saindo do elevador quando bati de frente com Pablo.

- Dulce – disse parecendo surpreso – Já é a segunda vez que nos encontramos só nessa semana – forcei um sorriso.

- Pois é, que coincidência – disse pensando em como fugir daquela conversa.

Automaticamente as palavras de Annie sobre ele não ser uma boa pessoas vieram a minha mente.

- Estava pensando que poderíamos tomar um café um dia – o olhei pronta pra recusar, se Ucker soubesse disso ele ficaria louco – Como colegas de trabalho – concluiu.

- Quem sabe um dia – falei desconfortável, não queria sair com ele, sabia que era encrenca – Estou muito ocupada com o projeto do museu – menti.

- É claro, eu entendo – sorriu de lado – quando estiver livre nós marcamos – assenti.

- Eu tenho que ir agora, tchau Pablo – me despedi e antes que ele dissesse mais algumas coisas sai dali.

Não queria dar motivos ao Christopher pra ele ser demitido, por que seria isso que aconteceria. Também não desejava brigar com Ucker, estávamos em um bom momento, então eu não precisava de Pablo armando confusão.

Passei pela sala de Annie e ela estava conversando ao telefone, assim que me viu mandou que eu entrasse.

- Sim, essa data está ótima – disse e desligou – Estava marcando uma consulta para o bebê – sorri vendo sua animação – Alfonso me fez prometer que faria isso – revirou os olhos – agora está todo protetor com esse bebê.

- Ele vai ser um ótimo pai – falei me sentando na cadeira a frente dela.

- Vai sim – confirmou – E que cara é essa? – notou minha expressão nervosa.

- Encontrei com Pablo e me lembrei do que você disse – falei sem rodeios.

- Esse ai é furada – avisou e eu suspirei.

- Ele me chamou pra sair, como colegas de trabalho – contei e ela me encarou perplexa.

- Que coragem, chamar a mulher do chefe pra sair – brincou e eu fiquei ainda mais séria.

- É sério Annie, não ri, eu não sei o que fazer – botei a mão na testa

- Fala pra ele que não está interessada, simples e curta - sugeriu.

- Talvez eu deva mesmo – disse e ela piscou satisfeita.


[...]


- Verônica – chamei a secretaria e ela me olhou – Christopher deixou os documentos que eu pedi – perguntei.

- Ele deixou em sua sala, disse que a Sra. devia pegar dentro da gaveta – assenti entrando na sala de Ucker.

Tudo estava organizado, caminhei até sua mesa e abri a gaveta pegando o envelope. Assim que subi a cabeça pude encarar a nossa foto juntos, a mesma que ué dei pra ele em seu aniversário.

Ucker fez uma cópia da foto, disse que queria ter uma em seu escritório pra sempre olhar pra mim, pra nós, principalmente nos dias ruins e cansativos.

Um porta retrato estava no nosso quarto e tinha este aqui. Sorri já sentindo sua falta. Coloquei a foto de volta no lugar e percebi que meu telefone tocava, vi a foto do meu pai na tela.

- Papai – atendi e ouvi seu suspiro do outro lado da linha.

- Dulce, graças a Deus, onde você está? – perguntou exasperado e me preocupei.

- Na empresa, aconteceu algo? – questionei – Está passando mal, eu vou pra ir agora mesmo – me exaltei.

- Não filha, não é nada comigo – o ouvi respirar fundo e eu suspirei aliviada – E Christopher? – estranhei seu interrogatório.

- Ele foi viajar, por que essas perguntas?

- Precisa ligar a TV agora mesmo e você vai entender – não entendi seu pedido, mas o fiz.

Olhei para a televisão que passava um jornal, a matéria me fez tremer e tive que me segurar pra não cair ali mesmo.

"O empresário Christopher Uckermann sofreu acidente de avião esta tarde, segundo os bombeiros o helicóptero que ele estava perdeu o controle e acabou caindo em uma reserva florestal, ainda não se tem noticias sobre paradeiro das vitimas ou se estão bem"

Era o que a repórter dizia e mostrava imagens do acidente. Meus olhos marejaram e minhas pernas bambearam. Não podia ser verdade.

- Eu sinto muito Dulce – meu pai falou depois de um tempo, havia me esquecido dele.

- Preciso desligar papai – avisei com a voz trêmula e nem esperei ele responder. Corri até o telefone em cima da mesa e chamei a secretária.

- Peça para Alfonso e Anahí virem até a sala de Christopher o mais rápido possível – falei com a voz embargada, ela respondeu e desligou.

Sentei na cadeia e comecei a chorar descontroladamente. Não podia perder ele.

- Dul o que foi? – Annie perguntou aflita e Poncho me olhou confuso.

Não consegui falar apenas apontei para a televisão, os dois entram na sala e pararam diante da TV.

Poncho paralisou e Annie começou a chorar também.

- Meu Deus – ele murmurou incrédulo e pegou o telefone, vi suas mãos tremerem, eu não estava diferente.

Ele ligou para alguém que pudesse dar qualquer informação sobre o acidente. Andava de um lado pro outro gritando ao telefone. Eu ainda estava sentada enquanto sentia meu coração encolher de desespero...

Mi Nuevo Vicio - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora