DULCE
A semana foi corrida e eu estava extremamente cansada, nos últimos dias eu andava passando muito mal, quase não comia e quando fazia botava tudo pra fora, pra minha sorte o Christopher não tinha percebido ou ele tinha me forçado a ir ao médico de qualquer maneira.
- Dulce amor... – chamou do quarto. Eu que estava no banheiro vomitando novamente, escovei os dente e passei água no rosto indo para o quarto.
- Estou aqui – sorri fraco me aproximando.
- Está um tanto pálida, está se sentindo bem? – perguntou desconfiado.
- Sim, deve ser a falta de sol - falei sem importância e ele assentiu.
- Tudo bem, vamos descer para jantar? – balancei a cabeça e descemos para a sala.
Anna nos serviu como sempre, nós jantamos enquanto conversávamos e eu tentava disfarçar o quanto a comida não estava me caindo bem, eu definitivamente devia ir ao médico, mas depois do acidente eu não queria voltar a um hospital tão cedo. Depois que terminamos eu e Ucker sentamos na sala pra assistir um filme qualquer. Graças a Deus ele não me questionou sobre o pouco que eu comi.
[...]
Entrei na sala de Annie que estava concentrada no notebook.
- Ei loira – chamei e ela levantou a cabeça assustada – Bati na porta, mas você não respondeu – avisei.
- Desculpe, estou tão atarefada, foi muito tempo afastada. E olha que peguei os projetos mais leves – suspirou.
- Está tudo bem? – questionei preocupada.
- Arthur não dormiu essa noite, fiquei acordada junto com ele – bufou cansada.
- Logo ele se acostuma a dormir a noite toda e você vai poder dormir também – tentei acalmá-la e a mesma sorriu.
- Estou torcendo que sim – riu negando com a cabeça – Sabe, às vezes sinto falta dos meses de grávida, eu amo o Arthur, mas ele me dá muito cansaço – brincou.
- Sente falta do barrigão? – perguntei me sentando na sua frente.
- Estranho isso, mas é verdade, sinto falta até dos enjoos e de ficar o dia todo com a cara na privada vomitando – falou divertida e eu engoli em seco quando algo me veio a mente – Menos das tonturas, essa é um parte ruim – constatou com a mão no queixo.
- Aposto que sim... – murmurei perdida.
- O que foi? Você está branca como um papel – falou confusa.
- Não é nada, apenas lembrei que tenho que fazer algo – me levantei rapidamente – depois nos falamos – Annie assentiu e fui para minha sala.
Fechei a porta com as mãos trêmulas e busquei pelo meu celular. Mesmo tremendo consegui ligar para Maitê, que atendeu segundo depois.
- Oi Dul, tudo bem? – perguntou animada.
- Tudo Mai. Liguei pra saber se você está no hospital ainda? – falei me sentando.
- Sim, estou de plantão, só vou sair a noite – revelou.
- Posso ir ai te encontrar? – pedi.
- Claro, aconteceu algo? - falou preocupada
- Nada grave, depois te conto – ela assente e nos despedimos.
Suspirei espantada com a possibilidade de estar grávida, minhas mãos suaram de nervosismo.
[...]
Depois que consegui finalizar meu trabalho, arrumei minhas coisas e fui me encontrar com Mai. Assim que saí da sala dei de cara com Christopher.
- Estava mesmo indo até você - disse sorrindo e meu coração deu um pulo.
- Eu também estava indo te procurar – contei mordendo o lábio nervosa – Vou me encontrar com Mai, tem algum problema?
- Não, claro que não. Eu vim avisar que devo chegar tarde em casa, pois tenho uns problemas pra resolver – assenti.
- Então nos encontramos mais tarde – falei ansiosa.
- Certo – me deu um selinho e se foi. Respirei fundo imaginando se ele gostaria da ideia de ter um filho, afinal nunca conversamos seriamente sobre isso.
[...]
Estacionei em frente ao hospital e tremi ao lembrar o que aconteceu há meses atrás, Pablo e o acidente. Suspirei descendo do carro e entrando no local. Mai já me esperava na entrada e tinha uma expressão aflita. Cumprimentamo-nos e ela perguntou o que eu tinha.
- Acho que posso estar grávida – sussurrei com um nó na garganta. Ela arregala os olhos.
- Ah meu Deus Dul, isso é incrível – me abraçou entusiasmada – eu vou ser titia.
- Eu ainda não sei Mai, por isso vim para confirmarmos - ela assentiu se acalmando e me guiou pelo hospital até um quarto reservado.
- Primeiro vamos fazer um exame de sangue, eu vou apressar o laboratório e se a gravidez for confirmada podemos fazer um ultrassom – explicou e concordei ansiosa.
Mai tirou meu sangue e saiu por um minuto para levar ao laboratório, depois voltou e conversou comigo até que eu me acalmasse. Eu só não queria criar expectativas e me decepcionar no final, pois na verdade eu queria muito ter filhos com o Christopher, um serzinho que se parecesse com nós dois, principalmente com ele.
Algumas horas depois Mai me avisou que o exame ficou pronto e trouxe para abrirmos juntas.
- Estou nervosa – confessei trêmula.
- Não fique, seja lá qual for o resultado eu vou estar aqui para te dar apoio – assenti agradecendo.
- Pode abrir – pedi sabendo que não teria coragem.
Ela abriu o envelope e leu as informações, depois de alguns segundos de silêncio ela me olha séria.
- E então? – questionei – Deu negativo não é? – falei desapontada. E ela sorriu.
- Deu positivo – contou e eu prendi a respiração em choque – Você vai ter um bebê e eu vou ser titia – bateu palmas feliz.
- Vou ter um bebê – repeti suas palavras soltando o ar.
- Vai sim – me abraçou – Quer vê-lo? – perguntou com um sorrisão.
Balancei a cabeça sem conseguir falar nada. Mai me deitou e puxou o aparelho para perto de nós, levantei minha blusa e ela passou o gel.
- É um pouco gelado – assenti e ela passou o aparelho na minha barriga – Ainda não dá pra ouvir o coraçãozinho, mas ele está aqui, este pontinho – apontou para a pequena tela, aquilo me deixou tão emocionada que comecei a derramar lágrimas – Seu filhinho.
- Ele é lindo – falei com a voz embargada –Ou ela né? – Mai assentiu rindo e limpou minha barriga – Eu posso ter a foto?
- Claro – imprimiu me entregando – O Christopher vai amar a novidade.
- Você acha? – perguntei limpando as lágrimas e me sentando.
- Tenho certeza – me deu força e eu sorri contente...
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Mi Nuevo Vicio - Vondy
RomanceQuando Dulce Maria aceitou se casar com Christopher Uckermann não pensou em como se envolveria profundamente com ele. Um homem que vira seu mundo de cabeça pra baixo e a transforma no melhor que ela pode ser.