Capitulo 24

1.3K 83 1
                                    



DULCE


- Dul se acalma – Annie me entregou um copo com água, aceitei sem forças pra falar. As lágrimas ainda desciam e eu não tinha controle sobre elas.

Ainda estávamos na empresa, eu não ia conseguir ir pra casa ou qualquer outro lugar agora, o telefone da empresa tocava a todo minuto, a impressa já devia estar acampada aqui em frente em busca de informação.

Alfonso tinha saído pra tentar falar com quem pudesse dar alguma notícia, ele não queria nos deixar mais nervosas então se retirou, ainda mais por Annie que estava grávida e não podia passar nervoso.

- Eu preciso dele Annie – disse com a voz rouca e ela me olhou penalizada.

- Eu sei amiga, ele vai ficar bem, confia que tudo vai dar certo – segurou minhas mãos me apoiando. Assenti encostando-me à sua cadeira, seu cheiro estava lá.

Olhei pra nossa foto novamente e isso me permitiu ter um pouco de esperança, que ele voltaria pra casa inteiro e com saúde. Sequei o rosto molhado, devia estar com a cara horrível.

Meu celular tocou novamente e eu o peguei rapidamente esperando que fossem boas notícias.

- Alô – atendi mesmo com as mãos tremendo.

- Dulce, sou eu Ale – minha sogra falou do outro lado da linha, tinha a voz chorosa, provavelmente ela já sabia do ocorrido.

- Oi Alê – suspirei e Annie me encarou triste – Já soube? – perguntei.

- Sim querida – ouvi seu soluço – Poncho me ligou e vi a matéria na TV – contou – meu menino vai ficar bem Dul, ele é forte, não vai nos deixar – murmurou.

- É o que mais desejo – deixei uma lágrima escorrer – Mai já sabe?

- Sim, me disse que vai ficar no hospital esperando novidades – avisou. Esperar. Era só o que tínhamos feito e eu não aguentava mais essa angústia – Vou desligar, qualquer notícia me avise.

- Está bem – desliguei deixando o telefone na mesa.


[...]


Já era tarde da noite e o prédio havia ficado vazio, a não ser por Annie, Poncho e eu. Ele havia insistido para que fôssemos pra casa, mas eu não quis e a loira também não. Estar lá só ia me deixar pior.

Minha amiga até tentou me convencer a comer algo, mas nada descia na minha garganta, então depois de muita insistência ela desistiu. Apenas me escorei no sofá e me perdi em pensamentos.

Recebi ligação de todo mundo, Christian, meu pai, Mai me ligou também, até Anna. Porém não quis falar muito com eles, qualquer coisa e minha voz já falhava e eu começava a chorar.

Era 23:00h quando Poncho voltou e sorria. Levantei num pulo e rezando pra que ele tivesse novidades. Annie apenas sentou esperando.

- Acharam ele, está vivo – meu alívio foi tão grande que quase chorei novamente – Pedi que o levassem para o hospital onde Mai trabalha – assenti respirando fundo – Disseram que ele só está um pouco machucado, mas não corre risco de vida.

- Temos que ir pra lá – ele concordou, mas antes me abraçou e a Annie também.

- Agora as duas podem ficar calmas – eu ri fraco e balancei a cabeça.

Ele foi dirigindo e apesar do trânsito horrível chegamos em alguns minutos. No caminho ele contou que ninguém morreu e que Christopher e o piloto tinham saído do helicóptero com medo que explodisse e se perderam na mata, por isso demoraram em acha-los.

Olhei para a frente do hospital e estava cheio de repórteres, com ajuda dos seguranças conseguimos entrar rápido.

Passamos pela recepção e assim que a moça conferiu nossos documentos nos liberou e indicou o local.

- Ainda bem que chegaram – Ale disse quando nos viu. Ela estava lá com Christian e meu pai.

- Ela já está aqui? – perguntei trêmula.

- Sim, acabou de chegar e está fazendo uns exames – assenti e me aproximei de Christian que me abraçou e logo fui pros braços do meu pai que me consolou.

- Está tudo bem agora querida – falou carinhoso e me permiti sorrir um pouco.


[...]


Sentei na sala de espera e ficamos esperando pelo médico. Minutos depois uma enfermeira veio em nossa direção.

- Vocês são os parentes de Christopher Uckermann? – todos assentiram – ele fez alguns exames e já está no quarto, a Dra. Uckermann está terminando os curativos. Não sofreu nenhuma lesão grave, apenas uma costela fraturada e machucados pelo corpo – meu coração acelerou por imaginá-lo ferido – Ele vai passa a noite aqui e pode ir pra casa pela manhã.

- Podemos vê-lo? – Poncho perguntou preocupado, eu não consegui falar nada, parecia como um nó na garganta.

- Claro, me acompanhem – pediu e todos seguiram, fiquei parada uns segundo antes de ir também.

Parece que o caminho durou uma eternidade, mas quando chegamos à porta pude ouvir sua voz e meus olhos lacrimejaram, eu ainda não sabia como podia chorar tanto em um só dia.

- Ai Mai, isso dói – falou com a voz emburrada que sempre tinha quando reclamava de algo.

- Não seja turrão, preciso cuidar disso – minha cunhada avisou e eu sorri de lado.

Assim que todos entraram os dois pararam de conversar. Apesar de tanta gente no quarto pude vê-lo claramente. Estava sem camisa, com alguns machucados no rosto e no toráx, seu pulso direito enfaixado. Sentado na cama e Mai em sua frente cuidando dos ferimentos

A multidão de gente ali correu para abraça-lo, Ale chorava e o resto tinha uma expressão de alivio no rosto. Continuei parada na porta, minhas pernas não se mexiam.

- Calma gente, eu estou bem – resmungou rindo.

- Nunca mais me dê um susto desse moleque, quase tive um enfarte - disse Ale dramática e todos concordaram.

Ucker não respondeu, vi seus olhos em minha direção, nos olhamos por um tempo, eu já não conseguia segurar as lágrimas. Os outros conversavam, mas nós dois estávamos apenas nos encarando como se não houvesse mais ninguém ali. Naquele momento só conseguia agradecer a Deus por ele está bem.

Quando ele me deu um meio sorriso eu criei forças pra me mexer. Corri até ele o abraçando com cuidado por conta dos machucados. Enterrei meu rosto em seu pescoço enquanto soluçava. Ucker me abraçou me puxando mais pra ele, se eu conseguisse falar certamente teria recriminado ele por causa das costelas.

- Já passou princesa – tentou me acalmar enquanto acariciava as minhas costas...

Mi Nuevo Vicio - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora