DULCE
Aqui estava eu em frente ao cartório, com Christopher, Anahí e Alfonso ao meu lado. Hoje me casaria, tendo Annie e Poncho, como ele gostava de ser chamado, como padrinhos. Inúmeras vezes pensei se eu estava fazendo o certo, afinal, casamento era uma coisa séria e então lembrava do meu pai, essa era a confirmação para tudo aquilo. Esperava que ele não ficasse chateado com o que eu estava prestes a fazer.
Três dias atrás eu tinha aceitado o pedido de Christopher, no dia seguinte assinei o contrato, no qual ele concordava em pagar todos os gastos médicos do meu pai e também disse que eu devia ir morar com ele, fiquei hesitante por essa última parte, mas ele acabou me convencendo e disse que meu pai também devia ir morar com a gente, deste modo ele ficaria mais confortável e teria companhia dos empregados quando eu estivesse fora, foi gentil da parte dele, tenho que admitir.
Concordei com os pedidos dele e ele concordou com as minhas condições, queria me casar antes de contar ao meu pai, assim ele não faria nada para me impedir. Hoje era sábado, foi o tempo que ele precisou para organizar todos os nossos documentos.
- Vamos – Christopher chamou e entramos.
Foi um processo rápido, o juiz disse algumas palavras e assinamos os papeis, Annie e Poncho também. Assim que terminado Christopher concordou em me deixar em casa, precisava conversar com meu pai. Ele pediu que assim que terminasse eu mandasse uma mensagem para ele, pois queria conversar com meu pai também, apenas assenti para isso.
- Pai – chamei quando adentrei o apartamento.
- Olá querida, onde você foi toda arrumada? Acordou tão cedo que nem te vi sair – disse saindo da cozinha, estava um pouco pálido, provavelmente por causa dos remédios.
- É sobre isso que eu queria falar – o chamei para o sofá - Eu fiz uma coisa e acho que o senhor não vai gostar – mordi o lábio nervosa.
- Se minha filha toda certinha está tão nervosa assim, acho que devo me preocupar – disse brincalhão enquanto segurava minhas mãos - Pode me contar o que for querida, eu vou te apoiar em tudo, sabe disso.
- Eu me casei com meu chefe – disse e fechei os olhos com medo de sua reação.
- Nossa, eu esperava um "Pai, arrumei um namorado" ou "Usei drogas" – gargalhei com as suas palavras – Porque não me disse antes? Sabe que eu não te impediria Dul, afinal não há nada mais bonito que amar outra pessoa – disse carinhoso, fiz uma careta pra isso.
- Bom o que existe entre nós não é amor, Christopher e eu fizemos um contrato – disse antes que eu perdesse a coragem, então contei tudo a ele. Pensei que iria ficar bravo, mas apenas me deu um olhar compreensível.
- Você não deveria ter feito isso, não quero que estrague sua felicidade por mim – me abraçou de lado, enquanto eu encostava minha cabeça em seu peito.
- O senhor é a minha felicidade pai, só quero o melhor pra você e se eu tiver que passar um ano casada com meu chefe bonitão, eu vou fazer isso – ele sorriu.
- Bonitão é? – arqueou as sobrancelhas rindo.
- O senhor só reparou nessa parte – revirei os olhos também rindo...
CHRISTOPHER
Toquei a campainha do apartamento de Dulce, assim que terminou de conversar com o pai ela me mandou mensagem avisando que ele queria falar comigo também e me enviou seu endereço.
- Oi – Dulce abriu a porta e me deu um sorriso, aquele eu esperava ver todos os dias – pode entrar – deu passagem e entrei. Seu pai que estava sentado se levantou quando me viu.
- Você deve ser o Christopher.
- Sim Senhor Saviñón, pode me chamar de Ucker – cumprimentei nervoso e me aproximei estendendo minha mão- É um prazer finalmente conhece-lo - ele apertou educadamente.
- Digo o mesmo, e pode me chamar de Pedro – assenti, ele se sentou e me convidou para sentar também, o fiz - creio que temos muito a conversar.
- Sim, quero lhe explicar tudo – confirmei, Dulce apenas nos olhava quieta.
- Dulce querida, por que não nos deixa um pouco a sós? – Pedro pediu, ela apenas concordou e seguiu por um corredor – Então Ucker, você vai me contar a verdadeira razão deste casamento? – o olhei franzindo o cenho.
- Como assim? Pensei que Dulce havia contado tudo – perguntei confuso.
- Filho, eu posso estar doente, mas meu cérebro ainda funciona – sorriu – ninguém se casa sem ter um mínimo de sentimentos – sorri sando que fui pego no flagra – Gosta dela verdade?
- Sim, eu gosto muito – admiti – Fiz tudo isso pra ficar perto da Dul, mas não pense que quero me aproveitar da dela – disse rapidamente – Eu queria ajuda-la, mas ela recusou e parecia tão triste e desesperada que eu só queria acabar com o sofrimento dela, foi por isso que armei tudo.
- Eu só quero o melhor pra minha menina – ele suspirou – Sei que Dulce é teimosa e não aceita ajuda de ninguém, vive se esforçando pra cuidar de mim, do trabalho, que as vezes esquece de sua própria vida – deu um sorriso fraco – sabe que vai ter que conquista-la né?- Brincou.
- Pois é, essa é a parte mais difícil – rimos. Eu entendia agora porque Dulce estava disposta a tudo pelo pai. Pedro só queria a felicidade da filha, mesmo que fosse com um estranho. Pelo pouco tempo que estive aqui percebi o amor que os dois sentiam pelo outro.
Continuamos conversando até que Dulce apareceu na sala, no primeiro instante ficou paralisada por nos ver rindo, mas logo se juntou a nós.
Já estava tarde quando decidi ir embora.
- Amanhã venho te buscar, certo? – perguntei a Dul, ela concordou em se mudar para minha casa depois que falasse com o pai, ela assentiu – E o senhor também, Pedro – disse a ele.
-Oh não – balançou a cabeça – não pretendo ir morar com vocês – exclamou.
- Papai – suspirou – Já tínhamos conversado sobre isso.
- Sim Pedro, vai ser um prazer ter você conosco, fora que a Dulce ficará mais tranquila, já que na minha casa você terá toda a companhia que quiser – tentei convence-lo.
- Eu não posso te deixar aqui sozinho – Dul falou exasperada.
- Não vou estar sozinho, tenho a Claire que fica comigo o dia todo – explicou, se aproximou dela e segurou seus ombros carinhosamente – Filha, você merece um tempo pra si mesma, e eu posso cuidar de mim mesmo, não vou aceitar o contrário – ela revirou os olhos.
- Tudo bem, me convenceu – o abraçou – Mas tem que me prometer que se sentir alguma coisa, não importa a hora, vai me ligar.
- Eu prometo – disse beijando a testa dela. Fiquei em silêncio, não queria interromper o momento dos dois.
Despedi-me de ambos e fui pra casa, pensando nas palavras de Pedro. Eu teria um ano para convencer Dulce Maria que eu era o homem certo para ela...
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Mi Nuevo Vicio - Vondy
RomanceQuando Dulce Maria aceitou se casar com Christopher Uckermann não pensou em como se envolveria profundamente com ele. Um homem que vira seu mundo de cabeça pra baixo e a transforma no melhor que ela pode ser.