Capitulo 34

1.2K 71 2
                                    



DULCE


Suspirei me recostando na cadeira depois de um longo dia de trabalho. A semana tinha sido tão corrida e eu estava tão cansada que podia deitar no chão e dormir agora mesmo sem me importar com nada, durante esse tempo tive que me dividir entre cuidar das obras de Annie e estar com meu pai no hospital, o que me deixou muito sobrecarregada.

Finalmente eu tinha conseguido organizar tudo e podia trabalhar mais tranquila a partir de agora. Olhei a hora no relógio e já estava ficando tarde, resolvi terminar de arquivar os últimos projetos e podia ir pra casa, hoje eu não ia para o hospital a pedido do meu pai, que queria que eu descansasse um pouco, então resolvi aceitar.

Sai da sala com os papeis na mão e me topei com Christopher em minha frente.

- Você está com uma cara péssima – falou me abraçando, ri encostando minha cabeça em seu ombro.

- Eu sei, mas consegui adiantar boa parte do trabalho e posso relaxar – comentei e ele beijou meus cabelos.

- Então acho que devemos ir pra casa, tomar um banho bem quente e dormir – falou no meu ouvido e eu gemi em satisfação ao ouvir aquilo, era mesmo o que eu precisava. Me afastei sorrindo de canto.

- Só vou guardar esses papeis e te encontro – ele assentiu e me beijou, arfei aprofundando o beijo.

Separamo-nos ofegantes e sai dali antes que não parássemos mais. Peguei o elevador e cheguei rapidamente até o andar que queria. A sala de arquivos estava vazia, então guardei os documentos depressa e me virei pronta pra sair dali quando encontrei Pablo me olhando.

- Pablo – falei assustada por não ter percebido sua presença – O que faz aqui? – perguntei séria.

- Estava indo embora e vi você – se aproximou e eu dei um passo pra trás – Faz muito tempo que não te vejo – sorriu de canto de boca e isso me arrepiou.

- Pois é – disse sem graça e passei por ele até a porta, antes que eu chegasse a saída ele me parou.

- Podíamos conversar, sei que nosso ultimo encontro não foi muito bom...- fechei a cara diante daquela conversa.

- Você ofendeu meu marido, não foi nada bom – debochei sorrindo falso.

- Me desculpe por aquilo – tocou no meu braço e logo me afastei – Mas não consigo me controlar quando se trata de você, preciso confessar que estou muito interessado em você Dulce.

- Você é maluco – falei como se fosse óbvio – Eu sou casada e mesmo que não fosse eu não ficaria com você – disse irritada – Eu amo o Christopher, entendeu?

- Não vou desistir Dulce, você vai ser minha – segurou meu braço, tentei me soltar, mas ele era mais forte – Por bem ou por mal – e antes que eu pudesse fazer algo, Pablo me beijou, tentei me livrar dele, mas o idiota apertou meu braço forçando ainda mais nossos lábios, eu mordi seu lábio e o impedi de continuar – Ai – reclamou se afastando e colocando a mão sobre o lábio que saia um pouco de sangue.

- Nunca... Nunca mais faça isso – falei espumando de raiva, ele me olhou e achei que fosse fazer algo, mas só riu, como se aquilo fosse bem engraçado.

Isso foi o auge pra mim, cheguei perto dele o suficiente pra meter a joelhada no seu amiguinho, ele caiu apertando o lugar e gemendo de dor.

- Não sou o tipo de mulher que aceita que riam de mim, é bom que saiba – disse e saí da sala furiosa.

Senti meu coração bater forte e quase pulei de susto quando encontrei Alfonso no corredor, ele me olhou confuso.

- O que está acontecendo com vocês hoje? – perguntou revirando os olhos.

- Não entendi – arqueei as sobrancelhas.

- Christopher passou por mim agora mesmo e estava tão irritado que nem me notou – arregalei os olhos. Ele não podia ter visto aquilo, ou pior, ter entendido tudo errado – Vocês brigaram? – perguntou, mas não prestei atenção.

Comecei a ficar desesperada e sai correndo atrás de Ucker. Poncho até falou algo, mas não ouvi, chamei o elevador e entrei rezando para que ele andasse logo.

Quando cheguei ao estacionamento o carro de Christopher não estava mais lá, suspirei amaldiçoando Pablo pelo que aconteceu. Resolvi pegar um táxi, já que eu estava sem carro e o Ucker era minha carona.

O caminho até a mansão foi longo, já que o transito estava péssimo. Assim que entrei em casa Anna veio até mim.

- Dulce, o que houve? – perguntou preocupada.

- Ele está aqui? – atropelei sua pergunta,

- Chegou a pouco, estava muito irritado – respirei fundo sabendo que ia dar trabalho convencer ele – Está no escritório – avisou e eu assenti me dirigindo até lá.

Bati na porta, mas ele não respondeu. Entrei mesmo assim, precisava que ele me escutasse. Ucker estava em pé olhando pela janela que tinha a vista do enorme jardim.

- Eu quero ficar sozinho – murmurou.

- Não, preciso que me ouça – senti minhas mãos tremerem – não sei o que você viu, mas eu não beijei ele, não foi minha culpa, acredite em mim.

- O que eu vi foi a minha mulher beijando outro – falou com raiva – Acredito que seja o mesmo cara que te convidou pra sair, mas você não quis me falar quem era meses atrás – meu corpo enrijeceu, mer/da – Agora entendo o porquê – disse frio e meu coração acelerou.

- Eu nunca te trairia Christopher – falei indignada – O que está dizendo é um absurdo. Pablo me agarrou e me beijou antes que eu pudesse impedi-lo tentei explicar e ele negou com a cabeça.

- Eu não sou bobo Dulce. Sei que esse casamento é falso e parece que nada mudou pra você nesse tempo – meus olhos lacrimejaram ao ouvir aquilo.

- Por Deus Christopher, olha só o que tá dizendo - não consegui me controlar e comecei a chorar – eu amo você, acho que deixei isso bem claro durante esses meses – falei aos soluços.

- Eu não quero mais brigar, cansei disso tudo – apontou pra nós, em seguida pegou a chave do carro e saiu batendo a porta com força. Fiquei parada com o rosto todo molhado.

Ele não acreditou e nem confiou em mim, depois de tudo que vivemos juntos, nunca achei que Ucker duvidaria da minha fidelidade.

Limpei as lágrimas e peguei meu celular que estava vibrando no meu bolso, era do hospital que meu pai estava internado...

Mi Nuevo Vicio - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora