Capitulo 1

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DULCE


Nova York City, 20 de Agosto


Visualizei o prédio em que eu trabalhava enquanto atravessava a rua, trabalhar naquele lugar era um sonho, eu sabia que estar ali era um grande passo na minha carreira. Quando me ligaram, um dia após minha entrevista, para dizer que fui contratada, eu quase pulei de alegria.

Entrei e passei na recepção pegando meu crachá, em seguida segui pra minha sala que ficava no 10º andar, assim como a dos outros funcionários, cada andar era responsável por uma parte da empresa. No começo, quando cheguei, eu peguei alguns projetos pequenos, com o passar do tempo fui ficando cada vez melhor, às vezes eu me juntava a Anahí no trabalho, ela me mostrou a empresa e me ajudou quando cheguei aqui. Ela tinha um cargo muito alto, supervisionava o trabalho dos engenheiros e pegava alguns dos projetos mais importantes, também é casada com Alfonso, braço direito de Christopher Uckermann.

Annie virou minha amiga mesmo eu estando aqui há pouco tempo, ela era ótima, muito engraçada e me fazia rir com facilidade, até nas horas que eu estava cansada ou triste. Parte dessa tristeza era por causa do meu pai.

Já faz um tempo que descobrimos que ele estava com câncer, o tipo dele era raro e letal, então eu me esforçava para deixar ele o mais confortável possível e fazer os tratamentos indicados pelo médico para reduzir a doença. Não sabíamos se iria dar certo, mas eu rezava para que tudo terminasse bem, então todo o meu tempo livre era pra cuidar dele, estar com ele o máximo de tempo que eu podia. Pedro Saviñón era tudo pra mim, depois que minha mãe nos abandonou, nós juntamos os caquinhos e tentamos seguir em frente, eu o amava e ele me amava e era tudo que nos importava.

- Aí esta você – Annie entrou na minha sala sorrindo com uma pasta em mãos.

- Bom dia Annie – disse rindo, ela deu de ombros e se sentou na minha frente.

- Tenho novidades – disse empolgada, acho que Anahí era a pessoa mais feliz do planeta, ela estava sempre rindo ou falando maluquices, acho que era isso que tornava ela tão especial, uma mulher muito linda, loira, olhos azuis e um corpo de dar inveja – Nós fechamos um contrato para a construção de um museu em Manhattan – bateu palmas – É um projeto grande e importante, por isso quero que participe, será eu, você, meu Ponchito e Christopher – arregalei os olhos, aquela era uma oportunidade incrível.

- Tem certeza disso? E o Christopher concordou? – perguntei preocupada, desde que eu tinha começado a trabalhar aqui, tinha evoluído muito rápido, mais até que os outros, e eu sabia que eles falavam pelas minhas costas e com certeza falariam disso também, porque trabalhar ao lado de Christopher Uckermann era o desejo de todo mundo daquela empresa, ele era o melhor.

- Claro que ele concordou boba – disse como se fosse óbvio – Ele sabe que você é muito boa no que faz – piscou pra mim, isso com certeza me deixou chocada, então ele tinha reparado no meu trabalho? – Aceita?

- Claro, isso é incrível – disse contente.

- Ótimo, vamos nos reunir mais tarde para uma reunião, te aviso – mandou um beijo e se foi.


[...]


Bati na porta e esperei uma resposta, eu estava nervosa com aquela reunião, pois eu sabia o quão importante aquilo era, então tentei parecer o mais calma e profissional possível, ouvi um "Entre" e o fiz.

Estavam todos lá, Annie sorriu pra mim, enquanto eu me acomodava. Christopher foi o primeiro a falar, ele contou os detalhes do projeto, que decidiu montar um grupo para o trabalho, porque seria muitas etapas. A reunião correu bem, às vezes eu dava minha opinião, no fim resolvemos que ele ficaria responsável pela planta, eu e Annie pela revisão do local antes e depois do inicio da obra, Alfonso ficou encarregado pelo design interior do prédio e etc.

Assim que decidimos tudo, o casal saiu da sala, me deixando sozinho com Christopher, eu estava terminando de recolher os papeis para a produção do contrato e ele estava distraído olhando o esboço do desenho que haviam feito como modelo.

Olhei de relance para ele, era indiscutível o quão lindo ele era, muitas mulheres babavam nele, agora eu entendia o porquê. Seus traços eram rígidos, de um jeito bom é claro, os cabelos eram de castanhos claro, e os olhos mais lindos ainda, desviei o olhar antes que ele me percebesse.

- Obrigada por me deixar participar desse projeto – disse fazendo ele me olhar surpreso – Vai ser um empreendimento fantástico – ele sorriu de lado, isso o deixava mais sexy.

- Vamos deixar os clientes orgulhosos. E você é uma excelente profissional Dulce, tenho certeza que vai chegar muito longe – Sorriu e deixou a sala, UAU, como eu disse, lindo...


[...]


Já estava no fim da tarde quando recebi uma ligação do meu banco, provavelmente seria do empréstimo que eu tinha solicitado.

- Senhor Evans? – atendi o gerente imediatamente – Tem boas noticias pra mim?

- Eu sinto muito Srta. Saviñón – fechei os olhos, sentido o desespero tomar conta do meu corpo – Fiz tudo que podia – disse com pesar.

- Eu entendo – murmurei limpando a lágrima solitária que caiu – Obrigada – e desliguei.

Eu precisava do dinheiro para pagar o tratamento do meu pai, era caro e nós já tínhamos usado todas as nossas economias. Ele insistia que eu não devia fazer isso, que devíamos parar, mas eu precisava cuidar dele, precisava lhe dar o máximo de tempo que pudesse.

Uma dor sufocante me invadiu, saí da minha sala rapidamente e fui em direção ao elevador, queria estar em um lugar onde eu poderia chorar em paz. O elevador parou na cobertura, e eu caminhei até a borda do prédio, abracei meus braços enquanto as lágrimas corriam livremente pelo meu rosto, fiquei um tempo apenas sentindo a brisa do verão e apreciando a vista da cidade, até que ouvi alguém atrás de mim.

-Dulce, está tudo bem? – ouvi a voz de Christopher atrás de mim, Droga, o que eu diria agora?

- Sim, é claro – limpei as lágrimas e me virei, forcei um sorriso.

- Você não sabe mentir – me olhou com pena.

- Não se preocupe, são só problemas – disse desanimada – Parece que eles me perseguem – ele deu uma risada.

- Perseguem a todos – ele se aproximou, pensei em recuar, mas não o fiz. Seus braços me envolveram em um abraço, eu retribuo sem ponderar, eu precisava daquilo – Tudo bem chorar – Ai meu Deus, eu estava abraçando o meu chefe – Vai me contar o que houve? – perguntou se afastando.

- Não acho que você vá querer ouvir sobre meus problemas – disse mais calma.

- Por que não tenta? –incentivou.

- É bobagem, o banco apenas negou um empréstimo que fiz – suspirei exausta – O meu pai está doente e eu precisava do dinheiro, mas é só isso.

- Eu posso te ajudar se quiser – ofereceu, arregalei os olhos.

- Não – disse rapidamente – Eu nem devia estar aqui, te contando essas coisas – exclamei nervosa – Além do mais você é meu chefe – ele tentou me interromper, mas fui mais rápida – Com licença – me retirei dali o mais apressado que pude, sem ter coragem de olhar pra trás...

Mi Nuevo Vicio - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora