Capitulo 54

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DULCE


Pablo ainda apontava a arma para minha cintura e me fazia dirigir cada vez mais rápido, minhas mãos estavam trêmulas de tanto medo. Eu já não controlava mais as lágrimas, que escorriam pelo meu rosto.

- Pablo...por favor...para com isso, me deixa ir embora –pedi aos soluços, ele balançou a cabeça negativamente parecendo um maluco.

- Não se preocupe linda, em breve estaremos no nosso paraíso particular – passou a mão livre na minha coxa, o toque dele me deu nojo – E te mostrarei que sou homem suficiente pra você, diferente do pateta do Uckermann que não sabe segurar uma mulher – sorriu diabólico e eu estremeci.

- Porque está fazendo tudo isso? Se descobrirem você vai ser preso. Desista enquanto dá tempo. – tentei convence-lo, Pablo apenas deu de ombros como se aquilo não importasse.

- Querida Dulce...eu já fiz coisa muito pior e a justiça nunca me descobriu, não vai ser por sua causa que vou ser preso – sorriu sarcástico e me assustei pensando no quão longe ele já tinha chegado ou quais crimes já cometeu – E respondendo sua pergunta, estou fazendo isso, porque te desejo, desde a primeira vez que ti vi naquele escritório eu soube que seria minha, o Uckermann apenas chegou primeiro – piscou enquanto eu continuava dirigindo e chorando – e quando eu quero algo, eu pego.

- Você é um louco obcecado Pablo – murmurei.

- Pode até ser, mas vou te fazer mudar de ideia sobre ficar comigo quando estivermos em um lugar apropriado – fiquei com mais medo, temendo pelo que ele planejava.

- Nunca vou permitir que toque em mim – ousei falar e ele me olhou com raiva.

- Quem disse que eu preciso da sua permissão – mordeu o lábio pressionando a mão na minha perna. Eu estava definitivamente em pânico, eu não podia permitir que Pablo me tocasse, só de pensar nisso eu desejava morrer. Queria tanto que o Christopher soubesse onde estou, que viesse atrás de mim – Agora acho melhor acelerar esse carro – ameaçou e eu obedeci, estávamos correndo muito, sorte que era madrugada e a rua estava quase vazia e ninguém se machucaria.

Poucos minutos depois uma viatura da policia com a sirene ligada e seguia o nosso carro fazendo sinal para que parássemos. Agradeci mentalmente a Deus enquanto meu coração batia acelerado. Pablo estava nervoso e olhava pelo retrovisor a todo momento.

- Não pare – mandou e arregalei os olhos. Resolvi não desobedece-lo, até porque ele ainda apontava a arma pra mim.

A viatura não parou também e continuou nos seguindo, eu apertava o volante com força rezando pra que tudo ficasse bem. Pablo gritava, xingava e me mandava ir mais rápido. Quando passamos por uma curva não tive tempo de controlar o carro e acabamos capotando.

O carro girou várias vezes, senti os vidros quebrarem e minha cabeça acabou bateu no painel, tudo parecia em câmera lenta e vi minha vida passar diante dos meus olhos.


CHRISTOPHER


Já tinha amanhecido e eu estava parado no mesmo lugar desde minha ligação para Dulce, ela não veio, olhei o celular e nenhuma mensagem ou chamada dela, só Mai que estava me ligando igual uma louca, mas não atendi, não estava com cabeça pra discutir com minha irmã de novo.

Respirei fundo e tomei o resto de whisky que tinha na garrafa, eu tinha tomado ela toda e estava um pouco bêbado, ainda por cima no meu local de trabalho, mas não me importava. Eu tinha perdido minha mulher, minha princesa, e isso doía muito. Pensar que foi tudo culpa minha pesava ainda mais na consciência.

Mi Nuevo Vicio - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora