Capitulo 36

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CHRISTOPHER


- CHRISTOPHER – Poncho gritou tentando me impedir, eu estava tão possesso que nem liguei e continuei andando. Pude sentir os olhares das pessoas sobre mim, mas não me importei.

Depois que Alfonso me contou tudo sobre o tal Pablo, que Annie havia lhe dito e pedido pra ele não me contar, me assegurei que o canalha que beijou a minha mulher nunca mais pisasse os pés na minha empresa, agora eu ia comunicá-lo da sua demissão.

Adentrei a sala do tal Pablo sem bater e ele pulou de susto e se levantou rapidamente.

- O que está acontecendo? – perguntou sério.

- Aqui está o papel da sua demissão, quero que pegue suas coisas e se retire daminha empresa – falei entre dentes jogando o papel sobre a mesa, vi de canto de olho Poncho entrar e fechar a porta trás de nós para que os outros funcionários não escutassem.

- O meu trabalho não está agradando aos senhores? – perguntou sarcástico e sorriu.

- Você deve ser muito cara de pau mesmo – fechei os punhos com raiva, eu estava pronto pra partir pra cima daquele imbecil – beija minha mulher a força – ele não mostrou surpresa com minhas palavras, e eu soube que era verdade, maldição - e ainda se acha no direito de fazer piadinhas – cuspi irritado.

- Devo admitir que fiquei impressionado com ela desde a primeira vez que a vi neste lugar, entendo porque se casou com ela, uma mulher fascinante – passou a língua nos lábios e sorriu debochado, parti pra cima dele e o prendi na parede pelo pescoço, não o suficiente pra sufoca-lo. Com certeza eu era mais forte que ele, já que o mesmo tentou se soltar e não conseguiu.

- Ucker, solta ele – pediu Poncho tentando me afastar de Pablo, minha fúria era tanta que me mantive firme no mesmo lugar encarando Pablo.

- Eu não tenho medo de você Uckermann, eu disse a Dulce que queria ela e eu vou tê-la – falou calmo, como se não se importasse com minhas mãos em seu pescoço.

- Você nunca vai ter a Dulce – falei baixo e frio – Sabe por quê? – debochei e o sorriso dele morreu aos poucos – A Dulce me ama, assim como eu a amo. O máximo que ela pede sentir por alguém como você é desprezo – o soltei de vez e ele quase caiu, uma mão segurando o pescoço e a outra servindo de apoio na parede.

Me virei pra sair daquele lugar, mas antes que eu pudesse até mesmo abrir a porta Pablo voltou a falar.

- Você não é homem suficiente pra ela, a Dulce vai perceber isso, uma hora ou outra – eu não disse nada, apenas me virei e fechei a mão acertando seu nariz, ele caiu segurando o local da ferida, que sangrava.

- UCKER – Poncho arregalou os olhos, eu o ignorei.

- Saia daqui e não volte mais, ou farei você ser humilhado da pior maneira que pode imaginar – ameacei e sai da sala rapidamente, não queria ficar ali, pois se não iria terminar o que comecei, e eu não podia ser preso por agressão.

Respirei fundo entrando no meu escritório, eu estava estressado e também preocupado com a Dulce, eu ainda não tinha visto ela esta manhã, e ela também não havia aparecido na empresa. Xinguei-me mentalmente lembrando das coisas que falei pra ela, eu estava tão possesso naquele momento que não consegui segurar as palavras e acabei ferindo-a.

- Você ficou maluco? – Poncho entrou me trazendo de volta a realidade, apenas dei de ombros me jogando na cadeira – Imagina se esse cara resolve te processar por agressão? A loucura que não vai ser – reclamou nervoso.

- Não estou nem ai pra esse cara e para o que ele vai fazer – suspirei passando a mão pelo rosto estressado – quero que se fo/da – murmurei irritado.

- Não acredito que está falando isso – sorriu sarcástico – quer saber, não dá pra conversar com você agora, eu vou trabalhar que ganho mais – saiu chateado. Suspirei novamente e peguei o celular pra ligar para Dulce, eu precisava urgentemente pedir desculpas. Antes que eu pudesse discar seus números, recebi uma ligação da mansão, arqueei as sobrancelhas confuso. A Anna nunca me ligava no trabalho.

- Anna – falei assim que atendi – O que houve?

- Senhor, que bom que atendeu – suspirou aliviada me deixando apreensivo – Precisa vir pra casa imediatamente – disse aflita e meu corpo enrijeceu.

- O que houve? – repeti me levantando atordoado.

- A dona Dulce chegou em casa e não parecia nada bem, não quis falar comigo e se trancou no quarto, achei melhor ligar pro senhor, ela está muito mal – avisou preocupada. Fiquei tenso ao imaginar que devia ser minha culpa tudo aquilo.

- Estou indo pra aí – foi só o que eu disse antes de desligar e correr para o estacionamento.


[...]


Não demorei muito para chegar à mansão, falei com Anna rapidamente e subi até a suíte, a porta estava trancada, mas usei a chave reserva.

- Dulce – chamei, porém não recebi resposta. O quarto estava vazio, procurei por todos os lados e ela não estava lá, caminhei até o banheiro e abri a porta lentamente – Dul – sussurrei paralisando ao vê-la sentada em um canto no chão, a mesma nem se virou para me olhar.

Ela estava péssima, ainda usava a mesma roupa de ontem, os cabelos desgrenhados, os olhos e nariz vermelhos de choro e o rosto inchado ainda molhado pelas lágrimas, que, entretanto não escorriam mais. Sai do meu transe e me aproximei, ajoelhando-me ao seu lado.

- Ei princesa – ela me mexeu a cabeça e me olhou, pude ver a dor estampada em seu rosto, isso fez meu coração se apertar.

- Me deixa só – pediu baixinho e com a voz rouca.

- Não – falei firme levando minha mão até seu rosto e o secando – Me diz o que aconteceu? – ela se encolheu ao meu toque e isso doeu – Foi por causa das coisas que eu falei? – perguntei assustado pelo estado dela – Me perdoa meu amor, eu sei que passei dos limites. O meu ciúmes me fez perder o controle, ver o Pablo te beijando me deixou furioso, você sabe o quanto é importante pra mim, mas eu prometo que nunca mais vou desconfiar de você – disparei a falar – acredite em mim, por favor – implorei desesperado – me diz o que posso fazer pra que se sinta melhor.

Ela soluçou e eu fiquei sem entender, mas o que me deixou mais surpreso foi ela se jogar nos meus braços e enterrar a cabeça no meu pescoço começando a chorar novamente.

- Só me abraça – sussurrou entre soluços, eu obedeci a envolvendo em meus braços e a puxei para meu colo e acariciei suas costas tentando acalmá-la

Ficamos um bom tempo naquela posição, e depois de um tempo Dulce se acalmou. Me afastei para encara-la, sequei suas lágrimas e beijei sua testa, esperando que ela confiasse em mim.

- Eu tenho algo pra contar – Dul respirou fundo e eu esperei que continuasse – Ontem depois que você saiu eu recebi uma ligação do médico do meu pai – disse com a voz falha e temi pelo que ela tinha a dizer – eu fui até o hospital... – parou por um momento e segurei sua mão lhe dando força – o doutor disse que meu pai havia piorado e que eles não podiam fazer mais nada – engoli em seco – passei a noite ao lado dele, mas... – escondeu o rosto com as mãos esforçando-se pra não chorar – ele não resistiu – disse com a voz embargada – Meu pai morreu Ucker – a olhei paralisado, eu não esperava por aquilo...

Mi Nuevo Vicio - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora