A pequena Winchester II

Ninho de ratos

Amy Morgam Winchester

Amarramos Crowley e Sam, um de frente pro outro. Nós só esperávamos Sam acordar, e a minha ansiedade era grande.

- Quase todas as feridas internas do Sam estão curadas- diz Castiel- eu poderei cuidar do resto.

Aparentemente ele não era mais humano, mas como ele recuperou a graça dele era um mistério pra mim, Dean parecia saber mas aquele não era o momento para perguntar.

- Quem é você?- pergunto assim que ele acorda.

- E por que eu diria alguma coisa à vocês?

- Eu não to nem ai pra quem você é- Dean se aproxima dele- eu quero que você saia, agora!

- E se eu não sair?

- Então- começa Crowley- você e eu vamos ter uma bela brincadeira.

- Eu posso destroçar esse corpo- ameaça- fala pra eles Castiel.

- Faça isso e você morrer!- rosna Dean.

- Quer que isso acabe? vai em frente, enfie uma faca no coração do seu irmão- Dean se cala- se serve de consolo, eu tranquei Sam em um sonho.

- Por que você está fazendo isso?- meu irmão pergunta.

- Por que ele está trabalhando com Metatron, não é isso?- ando alguns passos em sua direção- nós confiamos em você seu cretino!

- Metatron está reconstruindo o céu, ele irá nos salvar. Eu to fazendo o que eu tenho que fazer!

- É, nós também!

Dean olha para Crowley dando o sinal para que ele possa começar a invadir o anjo. Ele pega uma agulha e enfia na cabeça de Sam, o mesmo grita de dor. Aquilo me lembrou os momentos de abstinência que Sam sofreu no porão do Bobby, o gritos eram agonizantes e eu não conseguia ficar ali, então me retirei.

- Amy- escuto a voz do loiro.

- Eu não aguento ver isso- engulo o choro.

- É, eu sei- ele suspira- como sabia que ele estava trabalhando com Metatron?

- Foi meio que uma dedução. Metatron apareceu dizendo que eu sou especial e tudo mais, dias depois o anjo mata Kevin e ai eu viro uma profeta, muito coincidência, não acha?

- É, é sim- Sam grita mais alto- merda! 

- Castiel recuperou a graça?- puxo assunto para tentarmos esquecer que um demônio furava o cérebro do nosso irmão.

- É, ele na verdade roubou a graça de um.

- Dean! Amy!- Castiel nos chama e corremos até lá.

- Ele adormeceu- diz Crowley- mas vejam isso.

O demônio mexe em uma das agulhas e Sam começa a falar umas palavras estranhas, era enoquiano.

- O que ele disse?- pergunto

- O nome dele é Gadreel- responde o Cass- por isso eu não o conhecia, ele era prisioneiro desde a Aurora dos tempos. Gadreel era o sentinela que deixou Lúcifer entrar no Éden.

- Rapaz, uma celebridade- debocha o demônio.

- É tudo culpa dele, a corrupção humana, demônios, inferno- o anjo da graça roubada se exalta- Deus foi embora por causa dele!

...

Crowley ainda furava a cabeça de Sam tentando encontra-lo. Não havia mais gritos de dor,  o silêncio reinava naquele lugar. O tal Gadreel acordou, depois de muito tempo, e disse que não iria adiantar nada pois não encontraríamos Sam.

- Vamos ao plano B- Dean fala- Castiel, entra lá e encontre o Sam, diga a ele pra chutar esse filho da mãe.

- Pode até funcionar mas eu não posso entrar em uma casca sem permissão.

Crowley tosse para chamar nossa atenção e levanta a mão.

- Demônios podem pegar o que quiserem, eu posso entrar nesse ninho de ratos, posso acordar o Sam. Me chame de plano C.

- Dean, você não pode...

- Tem ideia melhor?- ele me corta. Não respondo.

- Bom, é claro que pra fazer isso vai ter que tirar minha correntes. E elas ficam fora, eu salvo o Sam e saio daqui como um homem livre. Temos um acordo?

- Castiel, queime a tatuagem do Sam.

Mesmo relutante, o anjo obedece. Ele vai até nosso irmão e queima sua tatuagem anti-possessão. Crowley senta na cadeira de frente pro Sam, Dean tira suas correntes. Então o "show" começa. Uma fumaça vermelha sai de Crowley e entra em Sam.

Muito tempo depois, uma fumaça azul brilhante sai de Sam. Logo, a fumaça vermelha sai também. Tiramos as agulhas da cabeça do nosso irmão.

Um som de carro vindo do lado de fora nos faz ficar alerta.  O anjo vai até lá.

- São demônios!

- Vão, eu cuido disso.

- Desde quando é o mocinho?- pergunto.

- Sou o melhor que vocês tem, pulguinha. Agora vão!

Dean e Castiel carregam Sam enquanto eu abro caminho. Entramos no Impala e vamos embora.

...

Castiel curou Sam assim que estacionamos.

- Tudo bem?- pergunto.

- Eu estaria melhor se isso não tivesse acontecido.

- Olha, não briga com ela, a culpa é minha- Dean se pronuncia.

- Eu deixei você fazer isso, a culpa também é minha!

- Eu não ligo de quem seja a culpa, você mentiram pra mim.

- Não tivemos escolha- defende o loiro.

-Só que eu tava querendo morrer. Vocês não tinham o direito de decidir por mim. E agora, o Kevin tá morto.

- Não, isso não é culpa sua- digo me segurando para não chora, eu era muito mole.

- O sangue do Kevin está em minhas mãos!- Dean diz- eu vou encontrar o Gadreel e vou matar ele, eu vou! Mas eu vou sozinho.

- O que?- questiono. Lá vinha a história de se separar.

- Eu sou veneno. As pessoas que se aproximam de mim se machucam, ou pior. Eu não quero arrastar mais ninguém pra lama comigo.

- Você não pode...

- Vai- Sam me interrompe- eu não vou tentar impedir.

Ele tava ficando maluco? Crowley enfiou agulhas demais na cabeça dele, só pode. Dean concorda com a cabeça, se vira e começa a ir embora. Tento impedir mas Castiel me segura.

- Dean, volta aqui!- grito -DEAN!

Ele entra no carro, e se vai...