A placa dos anjos

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Dean Winchester

Amy nos ignorava, e aquilo doía, doía mais que qualquer tipo de tortura que eu já tinha sofrido em toda minha vida. Mas eu merecia. Merecia pelo o que eu tinha feito com ela, por te-la magoado. 

- É ali que a Cripta ficava- Meg aponta para uma área de uma maquete da cidade que nós tínhamos roubado.

- E agora o que é?- pergunta Sammy.

- Tá me achando com cara de google? Nenhum desses prédios existia naquela época, descubra gênio- ela sai andando- não tem bebida nessa birosca não?

Castiel vai atrás dela, deixando eu, Sam e Amy sozinhos. Meu irmão e eu trocamos olhares e encaramos nossa irmãzinha, que olhava a maquete atentamente. Ou talvez ela estivesse tentando não nos olhar.

- Talvez esteja em baixo desse prédio- ela diz nos pegando de surpresa- o que foi?

- Agora decidiu falar com a gente?- questionei.

- Escuta aqui Dean, eu tô aqui por causa do Castiel e não por que eu quero, então podemos ser profissionais até tudo isso acabar e eu poder ir embora e nunca mais ver vocês de novo?- ela arqueia uma sobrancelha, aquilo doeu.

- Não pode fugir de nós.

- Sim Sam, eu posso.

- Não, não pode. É nossa irmã, é a nossa responsabilidade- me aproximo- eu sei que eu fiz besteira e me arrependo todo santo dia. Eu quis te proteger e acabei te afastando de nós, fiz com que você me odiasse. E eu sinto muito por isso- percebi que ela segurava o choro- não tô pedindo o seu perdão, por que o que eu fiz foi imperdoável. Mas eu quero que você saiba que eu te amo, que nós te amamos e vamos sempre estar aqui por você, mesmo você nos odiando, vamos estar aqui pro que precisar.

Ela desviou o olhar, fechou os olhos e respirou fundo. Engoliu seco e voltou a nos olhar.

- Castiel mentiu pra nós sobre as Criptas- muda de assunto drasticamente- tem alguma coisa muito errada com ele.

- É, nós já sabemos disso faz tempo- Sam começa a pesquisar no computador- mas é compreensível, se a placa dos demônios pode fechar os portões do inferno, o que a placa dos anjos não faz?

- Independente disso, ele não confia na gente. Não sei se podemos confiar nele ou na demônia.

- A Meg eu até concordo, mas o Castiel é da família- digo e ela dá um sorrisinho irônico.

- Encontrei- o moreno chama nossa atenção- de acordo com isso a Cripta deve estar embaixo do prédio abandonado que você falou Amy.

- Ótimo, vamos - ela sai e nós a seguimos.

Amy Morgam Winchester

Nós tínhamos chegado ao suposto local onde estava a placa dos anjos. O que Dean tinha me dito me afetou, é claro que afetou, mas eu não podia dar o braço a torcer. 

- Castiel e eu vamos entrar, vocês três fiquem aqui fora- Dean ordenou, como se ele mandassem em alguma coisa.

- O que?- questionou Sam- não vou deixar você entrar lá sozinho.

- Ele não vai estar sozinho- defendeu o anjo.

- Não foi o que eu quis dizer, a Meg pode ficar aqui e dar cobertura.

- Qual é? você agora confia na Meg?

- Ué, eu trouxe vocês aqui...

- Cala boca Meg!- disseram os dois juntos.

- Sam, eu vi o pano ensanguentado lá na lixeira, valeu?- do que eles estavam falando?

- Eu to bem!

- Não, você não ta bem não. Não ta nada bem desde o primeiro teste- que teste?

- Teste?

- Cala boca Meg!

- Dean, eu to falando. Eu to bem!

- Não, não está- contradiz o anjo- Sam, você sofreu danos que nem eu posso curar. Dean tem razão, fique aqui e proteja a Amy e a Meg.

- É, só que não- cruzo os braços- eu vou entrar também e nem adianta me impedir- já começo a andar para a entrada do prédio.

Dean e Castiel vem atrás. Ligamos a lanterna e começamos a vasculhar o lugar.

- O que você disse sobre o Sam- começa Dean- é letal?

- Eu não sei- responde o anjo.

- Que história é essa de sangue e primeiro teste?

- É uma longa história maninha, posso te contar se você não fugir da gente de novo- reviro os olhos e bufo.

- Espera- o anjo põe a mão na parede- tem alguma coisa aqui. Pra trás.

O loiro e eu recuamos até darmos de costas para a outra parede do corredor. O anjo usa seus poderes angelicais e desmorona a parede. Tossimos por conta da poeira.

Lá dentro tinha uma mesa com uns vasos velhos, e várias espécies de sepulturas na parede.

- Quanta velharia- resmungo enquanto analiso um dos vasos em minhas mãos.

- É aquilo- ele aponta para um baú em cima da mesa- é a única coisa que está protegida contra anjos.

Dean vai até ele e o abre sem dificuldade. De lá de dentro, ele tira um pedaço grande de rocha, não parecia ser muito bem uma placa.

- Legal. Vamos levar isso pro Kevin, pra ele traduzir- meu irmão disse,e eu concordei com ele, apesar de tudo.

- Tá, é claro eu levo direto pra ele - o anjo estava estranho- não há tempo a perder.

- Ele não tá muito longe- aquilo estava ficando tenso- tava até pensando em fazer uma visita, levar mantimentos.

- Eu levo mantimentos ao profeta.

- Será que não é melhor Dean e Sam levar isso a ele?- me pronuncio- e nós voltamos a nossa missão, encontrar a outra metade da placa do demônios. Aliás, foi pra isso que pediu minha ajuda, não é?

- Não posso deixar que levem isso.

- Não pode ou não quer?- questiona o loiro.

- Os dois...

A pequena Winchester IIOnde histórias criam vida. Descubra agora