Condolências

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Duas semanas depois...

Amy Morgam Winchester

Acordei com um pesadelo. Já fazia duas semanas que eu estava nessa de acordar assustada no meio da noite por pesadelos. Olhei o relógio da parede, eram 03:14 AM. Me levantei, já que eu não conseguiria voltar a dormir, fui ao banheiro e lavei meu rosto. 

E quando eu me olhei no espelho, não gostei do que vi. Eu estava acabada. Olheiras profundas, rosto pálido, cabelos desgrenhados e eu acho que tinha perdido alguns quilos. Eu me sentia fraca, me sentia vazia, me sentia sem rumo e perdida. Não era pra ser assim.

Pensei que me afastando de tudo, as coisas melhorariam, que eu superaria tudo e me "renovasse". Mas não, tudo só foi de ruim para pior. Talvez o problema não fosse meus irmãos. Talvez fosse eu. Talvez eu fosse fraca demais pra tudo isso. Por que eu gostava de me culpar tanto por tudo?

Então eu senti raiva. 

Tristeza. 

Saudade. 

Perda.

Solidão.

Todos os sentimentos possíveis, juntos e misturados. Meu punho foi de encontro com espelho quase que automaticamente, como se meu corpo soubesse que tudo aquilo precisasse ser extravasado. Observei enquanto os cacos caiam na pia, e algumas gotas de sangue escorriam pela minha mão. Que merda eu tava fazendo?

Eu precisava mudar a situação, se não acabaria ficando louca.

Peguei o kit de primeiros socorros em baixo da pia, fiz um curativo meio desleixado e sai do banheiro.

Troquei de roupa e fui dar uma volta. Estava frio, talvez um café caísse bem agora. Andei até a lanchonete 24 horas  perto do hotel, onde fiz quase todas minhas refeições por duas semanas. Sentei no mesmo lugar de sempre, a mesa do canto esquerdo, perto da janela. O lugar estava vazio, só tinha um cara sentado no balcão, a garçonete e agora eu.

- Boa noite Liv, não conseguiu dormir de novo?- me pergunta a garçonete, Rachel. Sim, eu tinha mudado meu nome, não poderia viver uma vida normal me chamando Winchester. Agora eu era Olivia Rogers, ou Liv para os mais próximos.

- Já tá virando rotina- respondo sorrindo. Ela coloca uma xícara na minha frente e enche de café- como vai seu filho?

- Está quase reprovando em matemática. Mas apesar disso, o Andrew está bem- ela sorri.

- Estão precisando de ajudante?- aponto para uma plaquinha em cima do balcão, perto da registradora- o que houve com a Megan?

- Peguei ela roubando o estoque de açúcar, ela tinha compulsão por doce aparentemente- dá os ombros- tive que manda-la embora. Por falar nisso, não tá interessada? 

- Eu?- fui pega de surpresa.

- É, você é inteligente, jovem, tem um passado misterioso mas parece ser uma boa pessoa. O que me diz?

Fico pensativa. Talvez essa fosse minha oportunidade de mudar a situação. Quem sabe se eu tivesse algo em que focar, eu não pensaria tanto nos meus irmãos ou nas mortes das pessoas que amei.

- Até que não é má ideia.

- Legal- diz super empolgada- você fica com o turno da tarde, no lugar da Megan. Vou mandar fazer um crachá pra você, prefere Olivia ou Liv?- rio da sua animação.

- Tanto faz, o que você preferir- me levanto-  acho que já vou indo, até mais tarde. E obrigada pelo emprego.

- Eu quem agradeço, até mais.

4 meses depois...

- Não vai rolar, Andrew- digo enquanto limpo o balcão.

- Ah, qual é Amy. Eu te chamo pra sair desde que nos conhecemos.

- E eu sempre digo não mas você ainda insiste, impressionante! 

- Dá uma chance vai, apenas uma, prometo que não vai se arrepender.

- Você é um cara legal Andrew, mas eu não tô afim de me relacionar agora- saio de trás do balcão- além do mais, somos colegas de trabalho, não é bom misturar as coisas.

Lhe dou as costas e vou até a mesa onde um casal pediu a conta. E depois de um dia cansativo, Andrew e eu trocamos de turno com a mãe dele, Rachel.

- Meu filho ainda insiste na ideia de um encontro?- perguntou quando o garoto se afastou para pegar suas coisas.

- Ele é bem determinado, devo admitir.

- Desculpa por isso, ele tem uma quedinha por você desde que te viu.

- Não tem como não perceber- rimos- bom, boa noite Rachel!

- Boa noite!

Me despeço de Andrew também, e sigo para a pequena casa que Rachel tinha arrumado pra mim. Eu havia pagado com o meu dinheiro, e ela ficou com a parte burocrática, eu devia muito à ela.

- Não devia andar sozinha na rua à essa hora da noite- uma voz diz assim que eu abro a porta. Acendo a luz- não se sabe o que se passa na cabeça de alguém quando vê uma garota como você.

- Eu te conheço de algum lugar- analiso aquele cara calvo- espera aí, você o Crowley, não é?

- Finalmente nos conhecemos, querida- ela da um sorriso. Seu olhar desce para minha mão no cós da calça onde estava faca mata demônio- ah, não há necessidade disso.

- O que você quer?

- Eu fiquei sabendo o que aconteceu entre você e seus irmãos, e a morte do seu namorado, vim prestar minhas condolências.

- Tá um pouco atrasado, não acha?- ergo uma sobrancelha, aquilo não me cheirava bem.

- Bom, foi difícil te achar. Tem sachês de bruxa pra todo lado aqui.

- Quer mesmo que eu acredite nisso? Você é o rei do inferno, duvido que sachês impeçam você de alguma coisa.

- Esperta- ele sorri- gostei de você. Tá bom, tem razão. Alce e esquilo estão com uma coisa que me pertence- estranhei os apelidos mas deduzi que ele falava de Sam e Dean- a placa dos demônios.

- E então você veio aqui pra me usar contra eles- o demônio da os ombros- não vai rolar, majestade- debocho.

Me armo com a faca e fico em posição de defesa. Se ele achava que seria fácil, estava bem enganado.

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Oie gente!

Só passando pra avisar que hoje postarei mais um capítulo, pois esse aqui é o que eu deveria ter postado ontem, mas não tive tempo. Peço desculpas.

É isso. Espero que estejam gostando :)

Bjs e até a próxima!

A pequena Winchester IIOnde histórias criam vida. Descubra agora