"Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste."
– Freud.• • •
Quando o Rei de Hybern, Valec, foi derrotado, eu estava longe demais para me regozijar com a imagem de sua cabeça sendo separada do corpo. Em meu cativeiro, onde ele havia me mantido por tanto tempo, eu pude apenas fazer uso do único poder que me restava e sentir. Senti a presença de uma Grã-Feérica e de um Illyriano caídos; senti o prazer sombrio que percorria o Rei, que acreditava ter vencido a guerra. Acima disso, senti o pavor que emanava da menina com olhos de corça assustada antes que ela cravasse aquela lâmina no pescoço do homem que ameaçava a vida de sua irmã.
E no segundo em que Elain Archeron apunhalou o Rei, me senti ser preenchida por todo o poder que havia muito tinha sido roubado de mim. As correntes — físicas e mentais — que me prendiam romperam-se e se desfizeram em partículas de luz. A minha luz, que agora retornava ao lugar ao qual pertencia. Então, para vingar ao menos parte das atrocidades cometidas por Valec, eu trouxe à tona todo aquele poder, o convertendo em uma massa de destruição, e o liberei sobre a fortaleza do Rei. Os gritos, seguidos pelo silêncio da morte, me fizeram sorrir pela primeira vez em mais de cinquenta anos. E quando as paredes ao meu redor começaram a desmoronar, tal qual o restante daquele mausoléu desprezível, eu atravessei para longe dali. Para longe de Hybern, que nunca mais teria a chance de me escravizar.
O Rei estava morto. Prythian havia vencido a guerra. E eu era novamente livre para ser mulher, Grã-Feérica, Illyiriana, guerreira e musicista. Eu era novamente livre. E nada, nem ninguém, tornaria a usurpar minha liberdade.
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Corte de Amor e Sangue
FanfictionO Rei Hyberniano está morto. Elain e Nestha Archeron certificaram-se de que fosse assim. Mas o que as irmãs, bem como Feyre, Rhysand e os demais Prythianos, não sabem, é que Hybern tem herdeiros. E Ygnnor, o mais velho dos dois filhos do Rei Valec...