"Quão idiota é preciso ser para querer cortar as asas de uma mulher que o encantou com seu voo?"
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Deixei Velaris com a promessa de retornar com novas informações, algo que nenhum deles aprovou. Azriel é o Mestre Espião, disseram, cabe a ele investigar. O fato de estarem verdadeiramente preocupados com a possibilidade de eu ser recapturada, mesmo que eu ainda fosse uma total desconhecida, aquecia meu peito, congelado havia tanto tempo. Nenhum deles imaginava o quanto eu necessitava de sua aprovação. Ou, ao menos, a menina que eu tinha sido um dia necessitava. A Corte dos Sonhos era, precisamente, o meu sonho. Se eu ainda estivesse viva quando tudo acabasse, esperava poder dizer que Rhysand e seu círculo íntimo eram, no mínimo, meus amigos.
Se eu parasse para pensar no assunto, me daria conta de que o único motivo para que eu estivesse me colocando no caminho de Ygnnor, ao invés de fugir e recomeçar a vida em outras terras, era que a Corte Noturna estava marcada como seu principal alvo. E eu não poderia ir embora sabendo que teriam que enfrentar outra guerra. Se fosse apenas pelas outras Cortes, os outros Grão-Senhores, eu não estaria ali. Teria emitido um alerta e partido para muito, muito longe. Que Prythian lutasse suas próprias batalhas, por mim tudo bem. Mas não Rhysand e sua família. Por eles eu ficaria e lutaria. E morreria se fosse preciso.
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Atravessei para a costa de Hybern dois dias depois. Montei um pequeno acampamento no limite de uma mata próxima, em um local estratégico, e aguardei. Sartozin, o hyberniano que estava ciente dos planos de Ygnnor, passava por aquela região todos os dias à meia noite.
A Percepção, que estava comigo havia tão pouco tempo, tinha possibilitado que eu analisasse a mente do feérico, mas ela não era tão precisa como os dons de um Daemati. Eu Percebia o quadro geral, as emoções em conjunto, mas pensamentos específicos exigiam um nível de controle que eu ainda não possuía. Com apenas quatorze anos de treinamento em magia, antes de trair Hybern, eu tinha um considerável conhecimento sobre meus poderes. Eu os controlava na maior parte do tempo e os entendia, mas, mesmo enquanto desafiara Amren ou provocara Cassian, eu os sentia rugir dentro de mim. Era uma força viva e constante e, por vezes, parecia ter a capacidade de me quebrar ao meio. Mais de uma vez no decorrer de meus primeiros vinte anos de vida eu tinha desejado que os Sifões fossem compatíveis com minha magia, para que me servissem como uma forma de canalizar todo o poder, um meio de esvaziar a quantidade alucinante de energia. Mas, assim como Rhysand, eu era mestiça, e a Mãe tinha me feito forte demais para que as pedras Illyrianas fossem úteis. Então encontrei outros modos de controlar a criatura de luz que me habitava.
Mas eu não havia precisado lidar com o poder durante meio século. E agora, quando ressurgia do poço profundo que por cinquenta anos esteve vazio, ele era duas vezes maior do que tinha sido em minha juventude. E saber usá-lo - o que eu sabia - não significava controlá-lo. Agora ele já não era mais apenas uma criatura feroz. Era uma besta luminosa e cheia de garras afiadas.
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Corte de Amor e Sangue
FanfictionO Rei Hyberniano está morto. Elain e Nestha Archeron certificaram-se de que fosse assim. Mas o que as irmãs, bem como Feyre, Rhysand e os demais Prythianos, não sabem, é que Hybern tem herdeiros. E Ygnnor, o mais velho dos dois filhos do Rei Valec...