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"Os monstros que me assombravam ao dormir me propuseram um cessar fogo, alegando que eu não sei sorrir. Que eu não sou mais o mesmo, que eu vivo pro passado, e não me assusto com o que antes era meu tormento."
– Monstros, Supercombo.

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AZRIEL

🛡️

     Fiquei ali impotente enquanto aquele miserável dizia tudo o que desejava, atingindo Valerie com suas palavras cruéis e afiadas. Eu nada podia fazer, qualquer movimento poderia resultar na minha morte, ou, mil vezes pior, na morte dela, e esse era um risco que eu não estava disposto a correr. Se fosse apenas eu ali? Seria um vale tudo. Eles não teriam a chance de brincar comigo. Mas com Valerie ali, tão perto daquele maldito que tanto mal havia feito a ela... Eu estava de mãos atadas. Ela não deveria ter ido atrás de mim, não quando isso a colocava frente à frente com todo o passado que vinha tentando esquecer desde que saiu de Hybern. Eu precisava tirá-la de lá, precisava...
     Quando Rhys atravessou bem às minhas costas e me segurou, eu entendi que tudo não tinha passado de uma distração. Valerie fingira amar Ygnnor... Eu sabia que ela jamais teria qualquer bom sentimento pelo Príncipe, mas simplesmente doeu ouvir aquilo de sua boca. E então meu irmão estava lá, me levando para longe, mas não sem antes liberar uma onda de poder avassalador. A única coisa que consegui ver antes de atravessarmos de volta à Velaris foi a quantidade imensa de Incursores que foi desintegrada quando toda aquela luz e aquela escuridão os atingiu. Depois que ultrapassamos o véu do mundo e chegamos em casa, no entanto, eu percebi que algo tinha dado errado afinal, porque Valerie caiu de joelhos no calçamento em frente à mansão, ofegando como se tivesse sido atingida por uma flecha invisível. Não havia sangue ou qualquer ferimento visível, ela apenas caiu. Seus olhos olhavam para o nada, opacos, e ela levou a mão ao peito em agonia. Rhys e eu corremos para ela ao mesmo tempo em que Cassian, Morrigan, Amren e Feyre surgiam. Agarrei seus ombros no exato instante em que ela tombou, inconsciente.
     Um medo gigante me atingiu ao vê-la caída. Ela não tinha sido apunhalada por nada físico, isso era certo. Tentei tocá-la a partir do laço de parceria, mergulhei na ligação que cintilava em meu peito, mas eu não consegui alcançá-la. Só havia uma escuridão sem fim... E não do tipo que eu conhecia tão bem, muito menos a escuridão que Rhysand dominava. Era... Ruim.

Corte de Amor e SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora