EXTRA

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    Os Grão-Senhores se reuniram dois dias após a batalha final contra Exitium, e junto deles muitos outros que tinham estado lá também. Havia assuntos a serem resolvidos e precisávamos fazer isso juntos. Nenhum Incursor tinha sobrevivido, portanto não havia sentenças e execuções a serem aplicadas, mas ainda existia todo um reino que precisava ser mantido sob controle.
    — Hybern está sem Rei — Eris comentou, como quem não quer nada — Podem voltar a se rebelar se providências não forem tomadas. Eu posso...
    Uma vez Vanserra, sempre Vanserra, eu supunha.
    — Hybern é meu — o interrompi, sorrindo com zombaria quando sua expressão fechou — Eu sou a herdeira legítima do trono.
    — E o que pretende fazer?
    — Colocar o que resta do povo na linha, matar quem não concordar com isso. E pôr em prática uma ideia que ouvi certa vez — fitei Lucien e continuei: — Farei de Hybern um refúgio, as portas do reino estarão abertas para humanos e Feéricos que precisarem de um lar.
    — Valec e Ygnnor teriam odiado isso — Jurian comentou, contente.
    — O que só confirma que a ideia é excelente — Mor concordou.
    — E como fará isso? — Kallias quis saber — Hybern não tem recursos, aqueles que já vivem lá não têm nada.
    Feyre se adiantou e disse que eu teria todo o apoio necessário naquela caminhada.
    — Agradeço, mas não será preciso. Hybern pode não ter nada, mas Exitium certamente tem. A propósito, Amren, você está convidada a visitar a ilha, há umas pedras lá que a fariam enlouquecer. 
    O pequeno dragão me ofereceu um sorriso cúmplice — e levemente cruel — de quem sabia que se deliciaria com as joias da Incursão. 
    — Inclusive — prossegui — Tenho convites a fazer. Jurian, Lucien, quero que façam parte disso. Sejam de minha Corte, uma que seja um refúgio para ambos os seus povos. Criem um lugar onde humanos e Feéricos possam habitar em harmonia, sem que haja guerra. Vocês dois, mais do que ninguém, merecem e sabem a importância de poder construir um lar. 
    Lucien não respondeu, apenas franziu o cenho e olhou ao redor. Para Tamlin, que permaneceu indiferente ao ouvir que seu amigo estava sendo convidado para recomeçar a vida em outro continente; para Elain, parada silenciosamente ao lado de Azriel; e, por fim, para Helion, como se ponderasse o fato de que, por herança, ele já possuía uma Corte. 
    Jurian, por sua vez, me ofereceu um breve sorriso.
    — Seríamos o seu círculo íntimo, então?
    Imaginei que para ele isso era magnífico e trágico ao mesmo tempo. Viver entre os imortais que um dia ele odiara... Mas, em meio a isso, poder direcionar os humanos a um reino que pertenceria a eles tanto quanto aos Feéricos.
    — Eu realmente acho que isso tudo está um pouco exagerado — Cassian zombou, ignorando a seriedade do momento e vindo se apoiar em mim — São títulos demais para uma pessoa tão minúscula. Valerie, A Primeira De Seu Nome, A Portadora Da Luz, A Herdeira Da Mãe, A...
    — Líder Alada — Rhysand completou.
    Cassian se calou e, junto com o restante dos presentes, encarou meu primo. 
    — Se você aceitar, é claro — Rhys deu de ombros — Caso não sejam tarefas demais, agora que você está grávida. Eu preciso de alguém para liderar os Illyrianos nessa nova fase. Mas suponho que você vá precisar de um imediato para ajudá-la a dar conta de tudo.
    Líder Alada.
    Eu sorri, porque, afinal, aquele era um título perfeito para mim.
    — Não se preocupe, eu sei perfeitamente quem colocar no cargo — garanti.

Corte de Amor e SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora