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"Esperança é a única coisa mais forte que o medo

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"Esperança é a única coisa mais forte que o medo. Um pouco de esperança é eficaz, muita esperança é perigoso. Faíscas são boas enquanto são contidas."
- Jogos Vorazes, Suzanne Collins.

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VALERIE

Eu sabia que venceria. Mesmo que fosse impossível Perceber qualquer coisa em relação à Amren, eu tinha plena certeza de que o poder que lhe restava não era remotamente comparável ao meu, e que, portanto, ela não poderia me derrotar. Mas a convicção de que era mais poderosa não me fazia querer demonstrar isso, pelo contrário: Eu não desejava lutar. Por que provar minha superioridade mágica se disso dependia a derrota de uma aliada? Eu não via necessidade de fazer com que Amren se sentisse inferior. Vencer por puro prazer não era algo que eu valorizasse. Mas havia limites que não deveriam ser ultrapassados e eles, ao sugerir qualquer tipo de autoridade sobre mim, tinham extrapolado todos eles. Eu era livre de senhores, ou de correntes que me prendessem a um único lugar. Se fosse preciso gritar e praguejar e xingar para que entendessem isso, eu o faria. Mesmo que o que restava de meu coração se partisse um pouco mais ao fazê-lo.

Ainda assim, remorso me atingiu logo que os deixei na floresta, mas também fui preenchida por um incorrigível sentimento de triunfo. Se a Corte dos Sonhos queria ver minha verdadeira face, era melhor que se acostumasse com uma imagem bastante sombria. Eu não entrava em um combate para perder, mesmo que fossem eles os oponentes. Apesar de todas as coisas que eu estava disposta a fazer por Prythian, ser subjugada não era uma delas.

Andei os poucos metros até a porta de entrada da mansão e não esperei por um convite para entrar. Atravessei o saguão, rosnei um cumprimento à Nuala e à Cerridwen, paradas como espíritos junto à parede, e invadi a sala mais próxima. Minha intenção era apenas sentar e aguardar o retorno daqueles por quem eu faria tudo e, ainda assim, naquele momento desejava esganar. Como eles ousavam dizer o que eu devia, podia ou precisava fazer? Quem pensavam que eram para agir daquela forma? Ninguém me comandava, não agora e nem em mil anos. Era de se esperar que tivessem percebido o tênue limite que estavam ultrapassando ao tentar me comandar.

Junto ao turbilhão de sentimentos que me acometia, havia uma dúvida cruel. Por que Azriel tinha decidido apostar em minha vitória? Mais importante do que isso, por que havia dispersado suas sombras e me encarado de frente, de igual para igual? Isso não fazia o feitio do Encantador de Sombras. Mesmo se eu não soubesse disso, a reação de Cassian e de Morrigan teria sido o bastante para servir como indicativo. Nenhum deles estava habituado a ver Azriel sem a proteção das sombras, então por que eu, em um tempo incrivelmente curto, já havia visto em duas diferentes ocasiões? Algo, no entanto, era certo. Azriel tinha apostado em mim, tinha acreditado que eu venceria. E as emoções que tal ato me causou eram fortes e desconhecidas em sua maioria. Gratidão? Satisfação? Afeto por certo não era algo que eu entendesse. Rhysand e minha mãe tinham sido os únicos a fazer nascer tamanho sentimento em mim.

Corte de Amor e SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora