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"Lutem, e lutem novamente

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"Lutem, e lutem novamente. Até cordeiros virarem leões."
- Robin Hood

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A luz do sol iluminava meu rosto quando acordei, entrando pelas fendas nas pesadas cortinas de seda. Meu corpo ainda estava pesado, cansado, mas a magia estava plenamente recuperada, o que só podia significar que eu tinha dormido pelo restante do dia, o que era um absurdo. Tanto a ser feito e eu ali, dormindo enroscada em cobertas quentes. Levantei e me deparei com o corpo esguio e quase transparente de Cerridwen, que indicou uma pilha de roupas limpas e informou que havia uma banheira pronta me aguardando. Logo depois saiu apressada, como se tivesse medo de ficar sozinha comigo, algo que não era estranho se eu parasse para pensar no assunto. As gêmeas espectros morriam de medo de Amren, e eu, sendo tão semelhante à anciã em essência, naturalmente causava nelas o mesmo efeito. Com a diferença de que eu não desejava isso, não dentro do território de Velaris. Ali eu não fazia questão de causar medo a ninguém.

As roupas deixadas para mim eram típicas da Corte Noturna: Calças leves e confortáveis, blusa presa à cintura por um fino cinto, sapatos baixos e uma túnica de mangas longas, tudo em belos tons de azul escuro. Havia muito tempo que eu não olhava em um espelho, mas não resisti a mirar minha imagem naquelas roupas tão diferentes das que eu sempre tinha usado, as pontas azuis de meu cabelo criando uma bela combinação. Meu rosto ainda era o mesmo de cinquenta anos atrás, sem marcas que o estragassem. As bochechas naturalmente coradas, a típica pele bronzeada dos Illyrianos, as sobrancelhas angulosas idênticas às de minha mãe, bem como o nariz fino e os lábios carnudos. Um rosto ainda bonito, encimando um corpo em frangalhos, naquele momento me pareceu adequado. Aquelas roupas pareciam adequadas, como se enfim eu estivesse em casa, como se a Corte Noturna tivesse sido feita sob medida para mim. Usar suas vestes e suas cores era o que eu sempre deveria ter feito.

Encontrei a Grã-Senhora à mesa do café da manhã, seus ombros tensos enquanto comia sem muita vontade, e ainda assim ela forçou um sorriso ao me cumprimentar e perguntar se estava tudo bem. Após breves explicações sobre minha atual condição e uma ou duas perguntas por parte dela em relação ao dia anterior, nos lançamos em uma conversa séria sobre os últimos acontecimentos. Meus olhos se estreitaram e minha mandíbula travou ao ouvir sobre a quantidade de Illyrianos que chegavam às cercanias da cidade em busca de refúgio, proteção para mulheres e crianças e, sobretudo, um lugar no qual ficar até que pudessem se vingar daqueles que os haviam traído. Não era uma boa coisa que legiões de guerreiros de personalidade instável cercassem Velaris, mesmo que fossem aqueles que se mantinham leais, isso seria como uma imensa placa brilhante apontando a direção em que estávamos alocados. Não que o mundo não soubesse sobre a Cidade de Luz Estelar após a traição das Rainhas Humanas, mas ainda era extremamente difícil localizá-la com a proteção dos escudos criados por Rhysand. Se as legiões permanecessem ali, teríamos que ampliar tais encantamentos.

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