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    "Amor

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"Amor. A resposta para o enigma é amor."
- Corte de Espinhos e Rosas, Sarah J. Maas

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A primeira coisa que fizemos ao pousarmos na Casa do Vento foi interromper o beijo, nos afastarmos alguns poucos centímetros e simplesmente olharmos um para o outro. Aquilo era tão... Irreal. Eu vi minha vida toda passando diante de meus olhos em uma questão de segundos, como um espetáculo apresentado em um teatro glamouroso. Vi uma Valerie que já não era mais eu, alguém que foi transformada por um amor tão repentino e imenso que agora era uma criatura totalmente diferente. Vi tudo isso nas profundezas dos olhos de Azriel. E sorri. Caí sobre ele e o envolvi com os braços, ansiando por um contato, qualquer que fosse, que nos tornasse enfim um só. Eu tinha esperado por isso durante tanto, tanto tempo, parecia que havia desejado Azriel durante toda a minha existência. E, naquele momento, foi como se ele também. Ele me beijou com uma urgência controlada, sem qualquer resquício da selvageria que tomava conta de mim, o que a princípio me deixou confusa. Depois, no entanto, me fez tomar uma decisão: Azriel perderia o controle naquele dia.
Ele me ergueu naqueles braços maravilhosos, puxou minhas coxas para que elas o rodeassem e andou até o quarto mais próximo. Desceu os lábios por meu pescoço, beijando e mordiscando o percurso de minha pulsação, causando arrepios em absolutamente todas as partes do meu corpo. Agarrei seus cabelos e gemi alto o bastante para que me ouvissem por toda Velaris. Aquilo era... Perfeito. Ele retornou para meu rosto e me beijou profundamente, logo em seguida mordendo o lóbulo da minha orelha. Quando ele sussurrou, em um pedido murmurado, estremeci. "Deixe que eu veja suas asas." Aquela era uma última barreira que até então eu não tinha permitido que se quebrasse, deixar que alguém tocasse minhas asas, a única parte imaculada de mim, aquela que Hybern não tinha conseguido estragar. A parte de mim que me tornava igual a Azriel. Deixei que a magia que as mantinha guardadas se libertasse e minhas asas se abriram, iluminadas por resquícios de luz, e Azriel sorriu. Ele me colocou no chão, andou ao meu redor e as tocou e... Foi quase como se tocasse o ponto pulsante entre minhas pernas. Seus dedos longos percorreram a membrana suave, e senti quando seu toque hesitava em cada pequeno pontinho de claridade que as enfeitava. Meu corpo estava prestes a entrar em combustão e, ainda assim, Azriel continuava sendo o controle em pessoa. Não esperei que ele retornasse, tratei logo de girar e me colocar novamente de frente para ele, grudando meus lábios aos seus com o que eu só poderia denominar como necessidade primitiva. Nunca tinha sido assim, com nenhum outro macho que me tocara, nem mesmo com o belo e sedutor Helion, porque apenas Azriel parecia ser uma extensão de mim mesma. Cada movimento, cada toque, parecia atingir um ponto específico em meu peito, um lugar que eu sabia ser onde o laço se entrelaçava em meu coração. Um coração que agora pulsava insanamente com o desejo de sentir.
- Shhh - Az sussurrou, mais uma vez mordiscando minha orelha - Não tenha pressa, Val.
Não ter pressa? Não ter pressa?
Francamente.
Tentei beijá-lo, mas ele recuou. Segurou minha mão e lentamente retirou a luva que a cobria; subiu por meu braço e removeu minha jaqueta de couro; a blusa saiu logo em seguida, me deixando apenas de calça e top diante dele. Por um segundo me encolhi, ciente de que pela primeira vez ele via minhas cicatrizes de forma tão direta, mas então suas mãos se fecharam em minha cintura. Olhei para aquilo e relaxei. As mãos dele sobre minha cintura eram cicatrizes sobre cicatrizes, a forma de Az me relembrar de que éramos iguais. Fechei os olhos quando ele abaixou e retirou minhas botas e calças, tão, tão lentamente... Eu provavelmente explodiria muito em breve se aquele Illyriano idiota não partisse logo para a ação. Mas não, claro que não. Ele sequer me despiu da roupa íntima, apenas me deitou delicadamente sobre a cama e se colocou sobre mim, sem me tocar. Droga. Ele se pôs a analisar cada centímetro do meu corpo e então... Me beijou. Não meu rosto, minha boca ou meus seios, mas a grande cicatriz em meu ombro direito, usando a língua para circulá-la delicadamente.
"No dia em que encontrar um macho que veja sua alma e que a ame verdadeiramente, que seja certo para você, ele vai beijar e lamber e idolatrar cada uma de suas cicatrizes, porque elas fazem parte de quem você é."
Azriel estava lá naquele dia, quando Morrigan disse que minhas cicatrizes não assustariam aquele que realmente me quisesse e amasse; ele ouviu tudo e, agora, mostrava que ainda lembrava de minhas inseguranças.
"Ele vai venerar seu corpo, cada curva dele, porque não pode viver sem você."
Eu não sabia nada quanto à parte de não poder viver sem mim, mas de uma coisa eu estava certa: Azriel era o mais atencioso dos machos. Ele foi descendo por meu corpo, em momento algum tocando meus seios ou o interior de minhas coxas, literalmente venerando cada uma das marcas em minha pele, e quando voltou para meu rosto me beijou como se aquele fosse o último beijo. Ali não importava o que já tínhamos vivido, quem já havíamos beijado ou amado, éramos apenas duas pessoas enlaçadas por uma ligação eterna. Fiz menção de arrancar suas roupas, ele, porém, se afastou, dizendo "shhh" de novo; sua armadura já tinha desaparecido havia tempo. Ele mesmo retirou a camisa - e apenas ela. Segurei um gemido frustrado. Será que nem mesmo naquela hora Azriel deixava o controle lhe escapar? Ele então se voltou para as cicatrizes em meus braços, as únicas que ainda não tinha beijado, e as tocou com a boca.
- Porque é você quem eu quero - ele murmurou contra minha pele arrepiada - Porque é você que perturba meus sonhos e pesadelos; porque é você que me mata de preocupação todas as vezes que se coloca em risco; porque é você que me deixa louco e faz meu corpo formigar cada vez que sorri.
Tudo o que eu tinha dito quando brigamos, antes de me vingar transando com Helion... Eu dissera que não podíamos continuar com aquela falsa parceria, porque era por Morrigan que seu coração batia. E ele lembrava disso também.
- Não somos amigos - Az continuou - Porque é você que eu quero.
Uma pequena parte de mim, da minha felicidade, desmoronou. Não deixei de reparar que ele editou o que eu originalmente tinha falado, sobre ser Morrigan quem ele amava, ele não falou que eu conquistara seu amor, mas, um dia, diria. Eu tinha a eternidade para esperar e, por Azriel, eu esperaria. Porque ele valia a pena.
Sua mão desceu sobre meu corpo uma vez mais, novamente me fazendo notar que, ao invés de ser prejudicial, as cicatrizes que a preenchiam na verdade causavam uma sensação de outro mundo. As pequenas elevações resvalavam em minha pele e deixavam arrepios por onde quer que passassem. E então sua mão chegou onde ele queria e... Maldito, condenado e infernal Caldeirão! Ele me penetrou com um único dedo, mas aquilo foi mais do que suficiente para que meu corpo já fervente saltasse da cama, tamanha foi a mistura de sensações que me atingiram. Ele moveu o dedo lentamente - lentamente demais -, circulando, tirando e colocando, pressionando meu clitóris com o polegar. Azriel parecia indiferente aos meus gemidos, mas eu com certeza não sentia indiferença pelo volume que se evidenciava em suas calças justas. Porcaria de controle que ele se recusava a perder. Ignorei sua vontade de ir devagar e arranquei meu top, deixando que meus seios ficassem expostos bem diante dele, convidativos, mas nem isso pareceu surtir efeito. Azriel queria que aquilo fosse sobre mim, sobre perder cada uma de minhas inseguranças sobre meu corpo... E eu queria que ele parasse de ser idiota e fizesse algo antes que eu explodisse.
Os lençóis sob mim estavam ficando muito molhados. Ele adicionou outro dedo e eu gritei, sem qualquer sombra de timidez. Mais um pouco e eu teria o maior orgasmo da minha vida, isso sem sequer ter sido penetrada pelo que realmente importava. Eu precisava tanto disso... Ergui o tronco e fui ao encontro do rosto dele, o beijando, e depois desci os lábios por seu pescoço. Ele prendeu a respiração. Ah. Será que ele estava tão perto da queda quanto eu? Talvez Azriel só fosse um ator muito melhor. Aproveitei a chance que se apresentou a mim e investi. Envolvi sua cintura com as pernas, o puxando contra mim, e ergui o quadril. O atrito foi maravilhoso. E ainda assim ele se manteve... Azriel continuou brincando entre minhas pernas, usando um, dois, três dedos, até que um orgasmo avassalador me percorreu, fazendo com que cada terminação nervosa do meu corpo clamasse por mais, mais, mais. E as calças de Az... Ele era plenamente capaz de manter suas feições paralisadas em uma máscara de calma, escondendo o tesão, mas não tinha como camuflar o quão gigante era sua ereção. Pelos deuses antigos! Se fosse preciso fazê-lo sair do sério para ter o direito de senti-lo dentro de mim, eu o faria.
- Levante - pedi, minha voz rouca - Abra suas asas para mim.
Sem hesitar um segundo sequer, ele se pôs de pé; suas pernas com certeza não pareciam fracas como as minhas estavam. Comecei a acariciar as incontáveis cicatrizes que permeavam as membranas outrora suaves de suas asas, e fui circulando seu corpo até me posicionar às suas costas. O mordi, muito de leve, na junção entre sua pele e sua asa direita, ao que ele estremeceu. Sua respiração se tornou pesada, quase ofegante. Isso me instigou ainda mais. Prossegui mordiscando cada pedaço que alcançava enquanto minhas mãos - tão hábeis com um cinto quanto eram com uma espada - iam rodeando o cós de sua calça. Voltei para a frente dele, na ponta dos pés, e mordi seu pescoço, logo em seguida descendo pela clavícula. Quando desci ainda mais e mordi seu mamilo, Azriel gemeu pela primeira vez. Sorri - não pude evitar - e olhei bem em seus olhos, já descendo novamente, mordendo centímetro a centímetro, tirando suas calças enquanto o fazia. Fiquei de joelhos bem no momento em que ele levou a mão ao meu queixo e me acariciou, colocando meu cabelo atrás da orelha.
- Você é tão linda quanto é perigosa - murmurou.
Isso me inflamou mais ainda.
- Você não viu nada - sussurrei de volta.
Desci o rosto em direção à ereção escondida pela cueca - santa Mãe, talvez não fosse tão errática assim a teoria sobre a envergadura das asas de um macho Illyriano ser equivalente ao tamanho de outras coisas - e cheirei. Eu já tinha ouvido histórias sobre a magia primordial que envolvia a relação sexual entre parceiros, mas aquilo... Era indescritível. Até mesmo o cheiro de Azriel tinha a capacidade de me deixar louca. Passei a língua onde o líquido começava a ultrapassar o tecido, o que me fez chegar à conclusão de que nada no mundo seria capaz de se comparar à união do cheiro e do gosto de Azriel. Comecei a mordiscar todo o seu comprimento, de cima a baixo, ao que Azriel gemeu e agarrou meus cabelos com intensidade, sem qualquer evidência do antigo controle.
- Você já provou seu ponto - rosnou - Deixou claro que me faria enlouquecer e conseguiu isso.
Então arranquei sua cueca sem qualquer pudor e coloquei a boca em seu membro.
A princípio chupei lentamente, agarrada às coxas dele, sentindo seu gosto. Levemente amargo, completamente marcante, como apenas meu parceiro poderia ser. Os gemidos de Az foram ganhando proporção conforme eu sugava mais, o sentindo chegar ao fundo da minha garganta. Eu nunca tinha provado nada sequer remotamente parecido com aquele sabor. Quanto mais eu me empenhava, arranhando suas pernas, mais ele enroscava os dedos em meus cabelos, puxando com força para me foder cada vez mais, todo o controle abandonado àquela altura. Os tremores e as veias cada vez mais inchadas sob minha língua, juntamente com as palavras desconexas que Azriel dizia, deixavam claro que ele estava muito perto, o que ficou ainda mais óbvio quando ele praticamente gritou "não vou aguentar muito tempo". Prestes a explodir, Azriel fez uma tentativa de me afastar, mas mantive meus lábios sobre ele quando se derramou em minha garganta, ao que suguei uma última vez. Olhei para ele, ainda de joelhos, limpando a boca com o polegar de modo provocante, e falei:
- Há muitas coisas em você que são capazes de me tirar a sanidade, Azriel, mas nada como o seu gosto.
Percebi que suas pálpebras aos poucos iam ficando mais pesadas, seu olhar escuro e predatório quando ele inspirou profundamente, aspirando o meu cheiro, reastrando o aroma do meu desejo. Pensei no que ele estaria sentindo agora, o quão avassaladoras eram as sensações em seu corpo, em sua mente... Foi quando me vi sendo jogada na cama, o restante de minhas roupas rasgadas em um gesto quase animalesco daquelas enormes mãos. Azriel mordiscou meu mamilo e levou a mão novamente para o meio das minhas pernas, suspirando o quanto precisava se enterrar em mim, do contrário explodiria. Sem pedir permissão, mas já sabendo o quanto eu pingava por ele, Az me virou de costas e grunhiu em meu ouvido:
- Fazer com que eu perca o controle só vai garantir que você não consiga andar amanhã.
Gemi alto com essas palavras, o que me fez perder o controle. A Percepção se libertou do amontoado tenso de magia em que se mantinha presa e saltou diretamente para Azriel, permitindo que eu visse exatamente o que ele via e sentia. Os aromas, a ansiedade pela junção final entre nossos corpos, o desejo cada vez mais crescente enquanto observava meu corpo nu, a alegria contida por estar enfim entrelaçado a alguém que o entendia e que sabia exatamente o que ele precisava. Fiquei zonza com a quantidade de sensações que captei em sua mente, com as imagens de tudo o que ele imaginava fazer comigo naquela cama, e foi então que ele puxou meu quadril. Com o braço esquerdo me segurando e o direito apoiando ambos os nossos pesos, Azriel me penetrou em uma estocada funda e absoluta, mesclando com um rosnado uma mordida em minha nuca.

E com isso nossa parceria estava enfim consolidada. De corpo e alma.



Nota: Nesse capítulo contei com a ajuda da maravilhosa psicóloga Vania Pontes, uma das donas do site Acotarbroficial, que me auxiliou imensamente na hora de construir o hot dos nossos bebês.

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