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"Quem é você
Terra dos Pesadelos
Por que não estou gritando?
Pensei que vi
Algo ali
E eu juro que não estou sonhando."
- Alive, Victoria Carbol.

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VALERIE

No fim eu estava certa, e o plano da Incursão era nos distrair enquanto as Rainhas enviavam seus homens para a fortaleza dos humanos. Como eles sabiam que Vassa estaria lá era um mistério, mas o alerta das irmãs Archeron possibilitou que Jurian armasse seu contra-ataque com considerável antecedência. A Rainha Traída, nos contaram, lutou com selvageria e fúria, destruindo metade dos atacantes em um único rompante como Pássaro de Fogo. O mais incrível, no entanto, foi o que o ataque causou às irmãs de Feyre. Nestha roubou a espada de um soldado caído, fez uso de meus ensinamentos e lutou. Não importava que estivéssemos ainda nos primeiros estágios de seu treinamento, os homens das Rainhas não passavam de humanos, enquanto Nestha era forte, veloz e muito, muito mais resistente. Ela lutou ao lado de pessoas que a temiam, e contra aqueles que aprenderam que deviam temê-la. E quanto à Elain... Ela estava abalada, quase traumatizada, mas deixou isso de lado ao notar que Lucien, seu parceiro, se encontrava em um estado lastimável. Não fisicamente, a batalha na Diurna não tinha nada a ver com isso, mas o fato de ter descoberto bruscamente que Beron não era seu pai o estava perturbando. Então Elain arregaçou as mangas, se uniu a ele para um chá e passou horas conversando, o consolando. A frágil Elain, nosso cordeirinho assustado. A selvagem Nestha, nosso vulcão em forma de mulher.

E eu estava imensamente orgulhosa de ambas.

A batalha no território de Helion foi brutal, mas nada que eu já não estivesse esperando, e com certeza nem um terço do que poderia ter sido. Ver Parcton sendo feito em pedaços foi mais satisfatório do que eu imaginava que seria, mas infelizmente Dandara fugiu antes que eu conseguisse pôr minhas mãos em seu pescoço, o que eu certamente teria feito com doses pesadas de prazer vingativo. Por Prythian eu buscava justiça, a arma dos civilizados, mas por mim mesma eu procurava por vingança, artifício dos selvagens, e estava determinada a conseguir ambas as coisas.

Acordar cedo para viajar em companhia de Cassian e Azriel foi um imenso sacrifício. Meu corpo clamava por pelo menos mais duas horas de descanso, e minha magia ainda não estava inteiramente recuperada após a batalha e os procedimentos de cura. Mas não havia nada a ser feito, eu precisava encontrar Bryaxis antes que fosse tarde demais para ele, e, mais, antes que Ygnnor encontrasse formas de usá-lo contra nós. Eu não conhecia aquela criatura o bastante para supor que ele não se colocaria contra Prythian, independente de ter lutado ao nosso lado uma vez, mas preferia pensar que havia nele algo que o assemelhasse à sua irmã. Se a Morte era capaz de atos de bondade desprendida, porque o Medo não poderia ser também? Sim, as possibilidades eram praticamente nulas, mas uma vez que se aprendia a utilizar a esperança era difícil abrir mão dela. Além do mais, eu não desejava nada, não queria favores ou acordos com a divindade, o que me movia era unicamente um senso muito maluco de proteção. Qualquer um que estivesse na mira de meus inimigos merecia minha proteção, independente de quem fosse. Mesmo que todos me achassem louca por sequer tentar.

Corte de Amor e SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora