capitulo vinte e cinco

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NÃO MATEM A AUTORA, ELA AMA VOCÊS

Maitê Downey

Cheguei em Santa Mônica na manhã do dia seguinte que mamãe me ligou, infelizmente não consegui um vôo tão rápido e tive que esperar algumas longas horas no aeroporto, recebi uma mensagem dela dizendo que meu pai já estava em casa, perguntei o que tinha acontecido mas ela apenas falou que estava tudo bem e que conversariamos em casa, ela poderia ter tentado me tranquilizar com essas palavras, mas eu fiquei ainda mais nervosa.

- Fica calma, se ele está em casa não deve ser nada demais. - Tom fala enquanto caminhamos para o seu carro que estava parado no estacionamento do aeroporto.
- Eu não sei Tom, minha mãe é sempre muito tranquila comigo, e de uma hora pra outra ela estava sendo extremamente ignorante, ela foi muito grossa comigo no telefone.
- Talvez ela estava nervosa, não deve ter sido a intensão dela.
- Espero que sim.

Fomos quietos praticamente o caminho todo até em casa, Tom segurava minha mão enquanto dirigia tentando me tranquilizar, mas infelizmente não estava funcionando.

Assim que chegamos em casa e eu abri a porta, dei um sorriso enorme ao ver meu pai sentado no sofá enquanto tomava um chá, ele me parecia bem, não estava com a aparência de doente, talvez de cansado, mas não de doente.
- Aí papai, o que aconteceu que susto você me deu. - Vou correndo até ele o abraçando, mas não sinto que ele retribui.
- Eu acho melhor você sair daqui Holland. - Ele fala me empurrando de leve fazendo eu o soltar, mamãe aparece na sala e encara meu pai de cara feia.
- O que conversamos Robert.
- Eu confiei em você Tom, eu pensei que você era o melhor pra minha filha, mesmo com todo o meu apego, mesmo com toda a minha proteção, eu confiei nela, porque eu amo você, eu te via como meu filho também, e olha o que você fez, olha o que vocês fizeram, vocês acabaram com a vida de vocês. - Meu pai fala irritado, enquanto sinto seus olhos lacrimejados, Tom o encara totalmente pálido e sem entender.
- O que está acontecendo? Do que você está falando? - Tom pergunta e em questão de minutos meu pai vai até ele com raiva, mas antes que ele possa fazer alguma coisa Mark entra no meio o segurando.
- PAI, PARA COM ISSO. - Entro na frente dele segurando seu braço enquanto sinto minhas lágrimas caindo, ele olha pra mim e vejo que ele também chorava, então as peças foram se encaixando.
- Eu estou decepcionado com você.
- Robert, não deixa ela nervosa, o bebê. - Mamãe fala e eu dou uma risada nervosa.
- Que bebê? Do que vocês estão falando?
- NÃO SE FAÇA DE SONSA MAITÊ, VOCÊ TRANSOU COM ELE, VOCÊ ESTA GRAVIDA.
- EU TRANSEI COM ELE SIM PAI, ESTA FELIZ? ERA ISSO QUE VOCÊ TEMIA NÉ? PORQUE NÃO TEM PROBLEMA NENHUM VOCÊ COM 15 ANOS DE IDADE FAZER COISAS MUITO PIORES DO QUE TRANSAR, MAS EU NAO POSSO NÉ? EU SOU UMA MENININHA.
- Maitê, fica calma. - Tom segura minha mão e meu pai continua o encarando com ódio.
- Eu queria quebrar todos os seus dentes. - Ele fala pra Tom que apenas engole seco e abaixa a cabeça.
- Robert... - Mamãe o repreende.
- Eu não estou grávida pai.
- Por que você foi comprar um teste de gravidez então Maitê? Saíram foto de vocês, a atendente da farmácia fez um texto enorme contando no Instagram. - Mamãe fala e eu solto uma risada sem emoção.
- Eu achei que estava, sim, eu fui irresponsável, eu sei que tudo na minha vida iria mudar se eu tivesse, mas eu não estou, e graças a Deus que não, eu não teria o seu apoio. - Aponto pro meu pai.
- Nisso não mesmo.
- Eu não vou ficar aqui, deu pra mim, EU NÃO SOU MAIS UMA CRIANÇA.
- MAS AGE COMO UMA. - Ele grita de volta e Tom me abraça passando a mão em minhas costas.
- Fomos irresponsáveis Robert, eu sei que fomos, mas todo mundo é irresponsável uma vez na vida, talvez isso tenha acontecido pra nós crescermos, ver que isso não é brincadeira, eu amo a Maitê, se ela tivesse eu estaria do lado dela pra tudo.
- É um mínimo que você poderia fazer depois de estragar a vida dela.
- Quando ela nasceu, ela estragou a sua vida Susan? - Tom pergunta pra minha mãe que apenas nega com a cabeça. - Eu acredito que também não tenha estragado a sua Robert, então porque um bebê estragaria a vida da Maitê? Porque ela é nova? Ela é nova mas não é uma criança, humanos erram.
- Ela é minha filha Holland, ela não pode errar.
- ELA É HUMANA, ELA TEM QUE ERRAR PRA APRENDER COM OS ERROS DELA. - Tom fala alto, claramente irritado, suas veias do pescoço estavam sautadas, eu segurei seu braço tentando acalma-lo, meu pai fecha as mãos se controlando pra não fazer uma besteira, eu sabia que ele estava se controlando.
- Me tira daqui Tom.
- Você não vai pra lugar nenhum. - Meu pai fala.
- A Maitê, cresceu com o peso nas costas de ser a sua filha, você já se perguntou se ela é mentalmente saudável por causa disso? Ao invés de você aliviar o lado dela, você faz mais pressão pra ela ser perfeita. - Tom continua.
- Quem é você pra questionar o meu relacionamento com a minha filha? Você chegou agora Holland.
- Uma pessoa que ama ela Robert, que sabe o tamanho do amor que essa menina sente por você, se você está orgulhoso dela, ela ganha o dia, ela é louca por você, ela não merece isso, não merece tudo isso que você fez, não é porque ela é cresceu, porque ela namora, ou porque ela transa, que ela vai deixar de ser a sua menina. - Eu tentava controlar o meu soluço, e papai não estava diferente de mim, mas eu sabia que ele era orgulhoso demais pra pedir desculpa.
- Sai da minha casa Tom, eu não sou ninguém pra proibir que vocês namorem, estamos no século 21, mas na minha casa você não entra mais.
- Vou respeitar a sua escolha Robert, espero que você não se arrependa.

Tom fala soltando a minha mão e caminhando pra fora de casa, eu vou até ele e seguro a sua mão novamente.

- Me leva com você.
- Se você for às coisas só irão ficar piores do que já estão
- Tom, isso não vai ser um obstáculo entre nós né?
- Nós dois contra o mundo lembra? Eu te amo.
- Eu também te amo. - Lhe dou um selinho rápido e vejo ele saindo pela a porta, olho pro meu pai que observava toda a cena, eu não falo mais nada, apenas subo correndo para o meu quarto.

Me jogo na cama e tento controlar o meu choro, meu corpo todo tremia, eu estava extremamente nervosa, tomei um pouco de água mas nada resolvia, comecei a controlar minha respiração mas o ar me faltava.
- Filha, está tudo bem? - Mamãe entra no quarto e eu a abraço com certo medo de ela não retribuir igual o meu pai a minutos atrás, mas pelo o contrário, ela me abraça fortemente.
- Me desculpa, você também está decepcionada comigo?
- O que? Claro que não filha, mesmo se você realmente estivesse grávida, eu iria ficar com medo, preocupada  com você, afinal é uma responsabilidade e tanto, mas eu nunca iria me decepcionar, você é brilhante, você nunca nos deu trabalho nenhum, eu amo você.

Ela fala e eu apenas a aperto mais ainda.
- Meu coração tá batendo forte.
- Tenta se acalmar, você está tendo uma crise de ansiedade, fica calma. - Ela fala e depois tenta me ajudar a controlar a respiração, quando estava um pouco melhor ela pegou um remédio que o médico havia me passado, uma espécie de calmante, e em poucos minutos eu estava dormindo.

Capítulo mais triste que eu escrevi até agora, sério gente eu chorei.
Bom, eu havia avisado vocês que isso aconteceria, como vocês acham que será daqui pra frente? O Robert irá se arrepender?
O Tom arrasou ?
Enfim, comentem ❤

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