Capítulo 20

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LORCAN
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É claro que a reunião de emergência era para dá mais notícias ruins.

Não fiquei tão surpreso ao ouvir que a antiga Rainha de Mylathow é uma guardiã que tem mais de quinhentos anos, que conhece muitas histórias perdidas de nosso mundo, e que largou sua promessa com o Bosque de Haeshym para viver um grande amor.

Eu também largaria.

Tanta coisa aconteceu em um curto espaço de tempo que essa revelação não foi tão surpreendente. A surpresa foi o aviso que Eloá deu para seus filhos.

Tempos difíceis se aproximam cada vez mais e é provável que a cada dia iremos receber mais notícias ruins. Se o que Henrik e Keeran estão dizendo é verdade, uma guerra se aproxima. Uma guerra que ninguém nesse mundo tem culpa. Uma guerra que vai matar milhares de inocentes.

Preciso voltar para Hemort imediatamente e começar a tomar medidas de segurança. Preciso, acima de tudo, proteger minha família.

Mas, se eu precisar, como vou saber que lugar nesse mundo é seguro depois que essa Mulher surgiu? Céus, ninguém sabe como chamá-la. Assim como ninguém sabe como derrotá-la.

Allyria estava certa, a Mulher é muito poderosa. Penso com tristeza, porque isso significa que realmente vou ter que cumprir minha promessa para ela, não fazer nada heróico para salvá-la, e sim ficar em segurança e proteger minha família e meu povo.

Não posso perder mais ninguém que amo. Não depois de meu pai e Allyria. Preciso descobrir um jeito de protegê-los. Preciso acreditar que esse tal descendente de Phyzank vai poder ajudar a nos proteger. Quando — não se —, acharem ele, podemos juntar nossas forças e proteger todo mundo juntos. Há uma chance de salvação.

O peso do trono de Hemort nunca foi tão grande. Uma guerra nunca é boa.

— Tem mais uma coisa.

Henrik anunciou, alguns minutos depois de ter dado a notícia sobre a guerra.

Ninguém o chamou de mentiroso. As poucas pessoas que vieram até a casa de Eudora para a reunião a olharam, querendo uma confirmação da guardiã. Eudora conhece a história de Eloá, por isso sabia que ela estava certa. Então todos acreditaram que uma guerra devastadora se aproxima.

Depois disso, todos saíram para dar a notícia para o resto da aldeia e só restaram eu, Leon, Henrik, Conrad e Kalin na casa.

— Não há uma maneira de ajudar Allyria. — ele diz com cautela. — A Mulher é forte demais. Sinto muito.

Balanço a cabeça e fecho os olhos, voltando a sentir a dor que me afligiu quando Allyria me contou essa mesma coisa. Que não há uma forma de ajudá-la. Que acabaríamos nos matamos tentando. E agora, percebo, que mais do que nunca preciso estar vivo e forte para proteger minha família e amigos e meu Reino dessa guerra.

— O que? — Leon levantou de onde estava sentado e esbravejou furioso com Henrik. — Está mentindo!

Entendo agora porque Keeran saiu com Makenna antes que Henrik dê-se todas as notícias ruins. Ele queria falar com ela sozinho. Ela deve estar tão destruída como Leon está começando a se sentir agora.

— Leon, se acalme. — Conrad pediu e deu um passo para perto de Henrik, para o caso de precisar apartar uma briga.

Céus, ele fez algo tão errado pedindo isso. Nunca peça para alguém se acalmar quando a pessoa está tentando processar que perdeu alguém que ama. Fica tudo ainda pior.

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