Histórias Perdidas

Capítulo 36

MAKENNA
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Keeran e eu nos reunimos com o rei e a rainha de Likajhi no escritório real para nossa reunião particular.

A lareira deixava o cômodo quente e confortável, o que acabava me deixando calma, ainda mais com a bela visão das montanhas que era possível ver pelas janelas. Era o melhor lugar para ter a conversa importante que queria ter com os dois, sem ouvidos curiosos espreitando ao redor.

Depois de saberem de toda a história, Elior e Nasyre tinham conhecimento de que era possível haver espiões no castelo, que podiam está ao lado da Primeira Mulher, por isso estavam tomando ainda mais cuidado com o que falavam e planejavam. Segundo eles, o escritório real era muito seguro, ainda mais porque a rainha colocou alguns feitiços no cômodo. Não estava preocupada com isso, eu confiava nos dois.

Enquanto esperávamos meu irmão se juntar a nós, o rei e a rainha contaram que trouxeram toda sua família para a capital por segurança, e os parentes feiticeiros de Nasyre protegeram a mente de todos os familiares, ministros, conselheiros e criados de confiança depois que souberam o que aconteceu com Andrew. Agora estão cuidando da mente dos soldados que estão reunindo. Felizmente, meu pai, Alik e a Primeira Mulher ainda não tinham alcançado a capital de Likajhi, mas...era possível terem controlado a mente de pessoas de outras cidades, principalmente soldados. Eles estão investigando isso com cautela.

Me pergunto como os feiticeiros do meu pai estão aguentando o controle de todas essas mentes, em como funciona esse feitiço. Imagino que em algum momento a Primeira Mulher irá pegar todo o controle — se já não pegou, se não está compartilhando o feitiço com eles.

Dá para perceber o quanto Elior e Nasyre estão preocupados, ainda mais por suas filhas estarem se arriscando tanto, mas estão se mantendo firme. Disfarçando sua preocupação porquê tem um reino para governar. Me pergunto se eles discutiram com suas filhas tentando fazer elas ficarem no castelo com o resto da família e elas se recusaram — provavelmente sim. São uma família muito unida e amorosa, como um dia a minha tinha sido até meu pai destruir isso.

O ódio está começando a me consumir só de pensar em meu pai, nem mesmo estou mais ouvindo o que Elior e Nasyre estão dizendo. É nesse instante que meu irmão entra no cômodo, acompanhado por Maryna.

A princesa lança um sorriso de cumprimento para nós, mas não consigo retribuir nesse momento por causa dos meus pensamentos. Meu irmão vem até mim e deposita um beijo na minha testa antes de sentar ao meu lado livre no sofá, e esse gesto faz o ódio que estou sentindo sumir aos poucos. Maryna acaba se sentando com seus pais no outro sofá, de frente ao nosso.

— Agora que Chadd chegou, podemos conversar. — Elior fala, me observando com um olhar questionador.

Olho por alguns segundos para Keeran e Chadd, tentando encontrar as palavras certas. Como começar a pedir que a rainha peça para um parente dela a se arriscar para nos ajudar, quando eles já fizeram tanto por nós?

— Queremos lhes pedi um favor. — Chadd se pronuncia, ao perceber que não sei como começar a falar. — Se não for incômodo.

— Depende do que é. — a rainha ergue uma sobrancelha com curiosidade. — Mas iremos tentar aceitar o que for.

Nasyre é tão calorosa e gentil, seu jeito faz qualquer um se sentir á vontade e querer muito sua amizade. Solto um suspiro, me sentindo incomodada por ter que pedir ajuda para resgatar minha família. Mas estou desesperada.

— Chadd, Keeran e eu iremos a Aradaik buscar minha família, levá-los para longe do meu pai. — começo a explicar, recebendo ao mesmo tempo olhares preocupados e compreensivos do rei, da rainha e de Maryna. Observo como o olhar preocupado de Maryna se demora mais em Chadd. — Precisamos de um feiticeiro para ir conosco, um que entenda de feitiços mentais, para proteger a mente da minha família e nos ajudar na fuga. Pensamos que um dos seus parentes, majestade — olho para a rainha. — pudesse aceitar se você falasse com eles. Sabemos o quanto sua família é poderosa. Me desculpa, não queria ter que pedir isso, mas…