Capítulo 22

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HENRIK
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Coisas ruins já começaram a acontecer. A Primeira Mulher está disposta a matar quem entrar em seu caminho para estragar seus planos.

Eudora é uma prova disso.

Lorcan é quem devia de ter sido envenenado, mas Eudora tomou o veneno em seu lugar e agora perdeu um filho que ela e North desejavam bastante, porque uma guardiã demora muito para engravidar.

Imagino o quanto Lorcan está se sentindo culpado. Sua ligação com Allyria nos salvou da Primeira Mulher quando resgatamos Makenna e ela deve ter visto isto como um obstáculo em seu plano, em deixar Allyria controlada e presa, por isso tentou matá-lo.

Não posso negar que é surpreendente o poder dessa mulher. Como ela conseguiu convencer Hulda a colocar veneno em uma bebida para Lorcan? Eudora sempre se orgulhou em dizer que as barreiras que protegem a aldeia são poderosas, então não acredito que a Primeira Mulher tenha mandado alguém até aqui para convencer Hulda. Eudora teria previsto isso. Mas Hulda sempre gostou de caminhar na floresta fora das barreiras, deve ter sido ali que ela foi influenciada, onde o poder da Primeira Mulher a alcançou.

Essa história seria um mistério agora que Hulda fugiu.

Com Lorcan voltando para Hemort...ele deve tomar bastante cuidado. Vai que ela tenta matá-lo mais uma vez? Influencia as pessoas ao redor dele?

E se ela tentar matar todos nós? E se tiver sucesso?

Estou tentando me manter calmo enquanto o pessoal procuram em mapas o possível local em que o descendente da Princesa Perdida possa estar, mas estou cheio de preocupações.

Uma delas é com minha irmã.

Fugimos de nossa casa e não sabemos quando poderemos retornar, nem se um dia iremos ver nossa avó novamente, nossa única parente viva. Eu mandei um mensageiro discreto entregar um bilhete para nossa avó dizendo que estamos bem e seguros, mas não pude falar onde estamos e nem sugerir que nos encontrássemos. Agora que sabemos que Alik está do lado das sombras, não temos certeza se ele influenciou sua mãe ou não. Sendo assim, eu e meus irmãos só temos um ao outro. E me preocupa como Weynar está lidando com tudo isso.

Sei que minha irmã é forte e entende tudo o que está acontecendo, mas o que se passa na cabeça dela? Ela não nos conta todos seus pensamentos. E ela é só uma garota de quinze anos, a idade em que os pensamentos estão intensos, e ela não tem a mãe ao seu lado para conversar.

Preciso pedir para Eudora falar com ela. Quem sabe a guardiã possa ajudá-la? Na verdade, sei que ela pode. Sei que, se eu pedir, Eudora vai conversar todos os dias com minha irmã e lhe ajudar a passar por tudo isso como uma grande amiga. Mas claro que não vou pedir hoje. Tenho que esperar ela se recuperar.

Também preciso encontrar alguém que treine Weynar para que ela se defenda de um futuro ataque enquanto vamos procurar o descendente. Ela tem controle de seu poder, sabe usá-lo bem, mas não sabe lutar. O que me aflige bastante.

Porém, nesse momento, preciso focar em fazer algo em que me comprometi. Comer um pão de mel com um amigo, como nos velhos tempos.

Roman está ao lado de Eudora desde o incidente, então eu tratei de comprar os pães de mel e ir atrás dele na casa da guardiã. Ao entrar na casa, encontrei ele examinando Eudora, que tinha os olhos meio abertos e uma expressão de extremo cansaço. North estava ao seu lado, segurando sua mão e tentando se manter firme. Por isso decidi esperá-lo lá fora — sabendo que a qualquer momento Roman iria sair agora que Eudora tinha acordado. Não queria atrapalhar o exame e quando eles fossem lhe contar sobre o que aconteceu com ela. Era um momento deles.

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