capítulo trigésimo segundo

787 44 18
                                    

- Não fale assim com ela, marido, vai assusta-la.

Vegeta inspirou profundamente quando, pela décima vez, tentava iniciar aquela conversa. Por Deus, ele não tinha falado à sua mulher que não era para se intrometer?

Assim que entraram no quarto, Videl fez aquela “cara de enterro” e se encolheu na cama como se a qualquer momento fosse levar uma surra. Pelo menos nisso sua esposa tinha razão, a pobre moça, por mais que tenha errado, não merecia ter passado pelo que passou, além é claro, de não o conhecer ao ponto de saber que jamais ele bateria nela ou em qualquer mulher. A presença de Bulma a confortava.

Vegeta tentou, de verdade, ser gentil com suas palavras, e exigir uma explicação, mas gentileza não era sua marca registrada, muito pelo contrário, e toda vez que iniciava a conversa, sua voz saia grave e sua expressão continuava fechada, mas aquele era seu jeito, não tinha como mudar. O que sua esposa queria? Que ele sussurrasse as palavras e fizesse uma careta para diminuir suas feições duras? O lorde podia garantir que isso seria mais assustador do que ele gritar aos quatro ventos.

- Já chega, Bulma – ele resolveu dar um corte naquilo.

Bulma franziu a testa e Videl se encolheu mais para seu lado, a lady estava sentada junto à moça na cama, segurava suas mãos em sinal de proteção.

- Não precisa ter medo, moça – Vegeta colocou o indicador e o polegar na testa. – Apenas quero ver as explicações que tem à me dar antes que eu tome uma atitude.

Bulma olhou carinhosamente para Videl, como se desse força para ela. A inglesa tinha certeza que Vegeta tomaria a melhor decisão depois que ela contasse toda a história ao lorde. Claro, que durante a conversa que tiveram no quarto, Bulma poderia ter falado ela mesma, mas como a conversa tomou outro rumo, ela não teve a brecha necessária para isso, e agora, pensando melhor, acreditou que seria melhor  Videl  contar, afinal, ninguém melhor do que ela para descrever os próprios medos e receios de quando se tornou noiva do filho de Cell.

Videl desviou o olhar de Bulma e apertando as mãos dela se voltou para o lorde. O mesmo estava com os braços cruzados perto da cama, e sua expressão não era das mais acolhedoras, mas mesmo assim, reuniu uma força interior e começou a falar.

Contou em detalhes tudo que passou, tudo o que aconteceu até chegar ao ponto que chegou. Vegeta escutou em silêncio e até mesmo sorriu quando Videl falou sobre o medo do clã do Cell para com os saiyajins, por isso sua ideia de costurar um manto com as cores parecidas com a de seu clã. Quando terminou, Vegeta já não tinha uma carranca tão dura em seu rosto, parecia pensar em algo para ajudar aquela moça.

- Sabe que terei que contar ao seu pai sobre isso, não é? – Vegeta finalmente falou depois de alguns minutos em silêncio.

- Sei – Videl abaixou os olhos tristemente.

- E sabe que me meteu em uma encrenca e tanto.

- Sim, Lorde, eu sei.

- Prometi um casamento para você graças à sua mentira, moça – Vegeta dizia uma acusação atrás da outra de uma maneira um tanto cruel.

- Sim! – ela sussurrou a última resposta mais baixo que as outras vezes.

- Marido, – Bulma se levantou da cama com as mãos na cintura – pare de falar dessa maneira com ela, não tem compaixão da pobre? Não viu como ela sofreu e ainda sofre, seja bonzinho.

- Um lorde não pode ser bonzinho, esposa – Vegeta olha de maneira zangada para Bulma. – Um lorde tem que ser impiedoso, cruel e sanguinário.

Bulma deu um passo para trás. Será que fez certo contar ao marido sobre Videl? Será que ele não ajudaria? Apenas pioraria as coisas.

- Por isso, – Vegeta ergueu o indicador sussurrando – ninguém deve saber que serei benevolente com essa mulher.

Uma Noiva para o LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora