capítulo septuagésimo oitavo

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Gohan cavalgava ao lado de Videl a toda velocidade, estavam apressados e desesperados. Tinham planejado uma viagem agradável, apenas para visitar o lorde Satan, mas seus planos foram destruídos quando uma notícia espantosa chegou a sua casa. O próprio rei, veio a suas terras entregar-lhe a notícia, ao lado de muitos de seus homens.

Durante a noite, Bulma e Trunks havia desaparecido. A baronesa estava com insônia por conta da perda e do velório do seu amado marido, então, foi ao quarto da filha, para talvez sentir-se acolhida e mais calma, mas qual foi sua surpresa ao encontrar uma moça, serva do castelo, ao qual Bulma tinha deixado cuidando do seu neto durante o enterro, desmaiada do quarto com um ferimento grave na cabeça. O grito da baronesa foi ouvido por todo o castelo, e Kuririn ousava dizer que talvez pela Inglaterra inteira.

A noite foi longa para Kuririn, diante da nova situação, e depois de terem conseguido despertar a pobre moça, todos os presentes ficaram horrorizados com o que a serva falou.

- Foi a filha do Visconde, majestade – ela disse com dificuldade deitada na cama. – Entrou no quarto querendo o bebê como uma louca, e eu, assustada pela forma que ela agia, não permiti. Não lembro de mais nada depois disso, só de sentir uma dor muito grande na cabeça.

- A filha do Visconde? – rosnou Kuririn. – Está falando de Maron?
A serva assentiu.

Os passos largos nos corredores do castelo mostrava o quão furioso Kuririn estava. Ele não sabia o que exatamente estava acontecendo, mas somente o fato de um provável sequestro ter ocorrido dentro de sua fortaleza era preocupante. De uma coisa ele tinha certeza, Maron não conseguiu aquele feito sozinha, alguém a tinha ajudado, e esse alguém estava no mesmo teto que ele.

Passou boa parte da noite interrogando guarda por guarda que estava de plantão aquela noite. Usou de todas as formas para dizer-lhe a verdade. A maioria resistiu bravamente pelo interrogatório torturante, mas um sempre se mostra fraco nesses momentos, e foi justamente esse que entregou a história para o rei. Desde Maron, até o porque do sequestro e que ela havia se aliado a Jewel quando o ajudou com sua fuga. Falou até mesmo do ataque que Jewel pretendia nas Terras Altas.

A sentença daqueles homens que traíram seu soberano não seria a das mais benevolentes, levando em consideração o humor ácido do rei naquele momento. O homem estava com o diabo no corpo.

Mas agora não tinha tempo para isso, precisava pegar o maldito de Jewel em suas terras, mas quando seus homens chegaram ao local, de madrugada, já estava tudo vazio. O rei desesperou-se, pois algo terrível estava para acontecer nas Terras Altas e ele precisava avisar o lorde Saiyajin, pois provavelmente Jewel já estava a caminho de sua vingança. Mas não podia sair dali e deixar suas terras a mercê de qualquer um, vendo que no momento não confiava em ninguém, aliás, não sabia nem em quem confiar para entregar o recado a Vegeta. Até que um estalo lhe deu na cabeça. O barão Gohan era o mais apropriado para tal tarefa, vendo que Bulma era sangue do seu sangue, e ele sempre mostrou-se leal, até mesmo quando Beeros caiu.

Com isso, o casal viajava por outro motivo agora, decidiram por irem nas costas do cavalo ao invés de uma carruagem, que demoraria mais e também teria mais chances de atolar ou estragar no caminho.

Quando chegaram as Terras Altas, o sol já estava alto no céu, e de cara, Gohan já vira o quão venerável estava aquele lugar.

*****

Kame passou a noite com a filha, Lunch, decidiu por ficar com ela até o amanhecer, quando iria falar com Vegeta para ver se conseguiria algum paradeiro de Maron. Era pai dela afinal, e estava preocupado.

Mas qual foi sua surpresa ao caminhar ao lado da filha até o castelo Saiyajin e descobrir que Vegeta havia partido junto de uma boa quantidade de homens para as Terras Baixas, aonde pretendia negociar e comprar as terras.

Resolveu então por esperar pelo retorno do lorde enquanto via sua filha, Lunch, conversando com Tights e Chichi.

- Aonde está Kamba, Tights? – Indagou Lunch com um sorriso.

- Ah, está brincando com o padre Champa na colina – Tights tinha um brilho nos olhos. – É um menino enérgico.

- Aposto que é – Lunch disparou. – E daqui uns dias será dois, não é?

- Ah, meu marido e eu esperamos que seja uma menina – as bochechas de Tights ficaram rosadas. – Ele quer que se pareça comigo, mas eu quero que ela tenha os cabelos da mesma cor que os dele. Sonho com isso.

- Filhos são maravilhosos – Chichi ergueu Goten que acabara de acordar. – Eu não vejo a hora do meu estar falando e andando.

- Por Deus – sorriu Tights enquanto acariciava a barriga que ainda não aparecia muito, finalmente podendo olhar com mais atenção para o bebê de Chichi –, ele é igual a seu marido, Chichi.

- Você não sabe o quão irritada fiquei com isso no começo – riu Chichi enquanto balançava o pequeno Goten. – Mas agora, bom, eu estou tão feliz por ele parecer com o meu Kakarotto.

- Que bom que se acertou com seu marido, Chichi – Lápis entrou na sala, fazendo Chichi sorrir.

Antes da partida de Kakarotto ao lado do lorde e seu exército, Chichi viu seu marido e Lápis caminhando lado a lado para longe, acima de uma colina, ela até mesmo pensou em ir atrás e dar na cabeça dos dois, mas não tinha com quem deixar seu bebê. Brigou com seu marido quando o mesmo voltou com um novo hematoma perto do olho, e como Lápis não tinha voltado junto, ela pensou o pior. Mas Kakarotto tinha lhe dado sua palavra de que apenas tinham se resolvido como homens e que Lápis estava bem e logo partiria para sua casa. Não ouve tempo para mais discussões, pois logo Kakarotto partiu.

Ela decidiu por acreditar no marido, afinal uma promessa de confiança entre dois foi feita na noite anterior, e um novo começo eles começavam a traçar. Por isso, quando Lápis passou por aquela porta, também com alguns hematomas no rosto, Chichi alegrou-se. Isso mostrava que seu marido não mentiu, e apenas tinham acertado suas diferenças – de uma maneira que ela achava ridícula – entre eles.

- Ainda somos amigos? – ela indagou quando colocou Goten no colo de Lunch.

- Mas que pergunta – riu Lápis. – Claro que somos.

Só então Chichi correu até ele e o abraçou, feliz por não ter perdido um amigo que tanto a ajudou nos últimos tempos.

- Amigos podem pegar na bunda de amigas? – sussurrou Lápis no ouvido de Chichi.

Chichi riu e se afastou dando-lhe um tapa no peito.

- Claro que não – ela respondeu.

- Que pena – Lápis fez um biquinho charmoso. – Bom, estou aqui apenas para me despedir. Preciso voltar e cuidar de minhas terras.

Chichi abaixou a cabeça um pouco triste.

- Fique para o almoço, Lápis – ela pediu. – Quero tanto lhe agradecer por tudo, e eu não sei se nos veremos de novo. É um amigo que carregarei em meu coração para sempre.

- Você sendo feliz já me é agradecimento o suficiente, querida – Lápis sorriu. – Mas se aquele bárbaro a fizer sofrer novamente sabe para onde correr, não é?

Chichi assentiu e o abraçou novamente.

Nesse exato momento, Gohan entra na sala ao lado de Videl. Todos se assustam com a presença do inglês.

- Primo? – Tights é a primeira a falar.

- Aonde está o Lorde Saiyajin, Tights? – Gohan despensa as formalidades, precisava ser direto.

- Ele viajou junto ao exército essa manhã para comprar terras vizinhas, Barão – Lunch responde.

- Inferno! – bradou Gohan mostrando o desespero em sua voz.

- O que está acontecendo? – Chichi pega o filho no colo sentindo o ambiente ficar pesado. – Por que essa necessidade de falar com o Lorde?

- Maron se aliou a Jewel, e ambos sequestraram Bulma e Trunks – Gohan disparou.

Tights sentiu uma vertigem e cambaleou para trás, foi segurada por Kame que já havia se levantando da cadeira por escutar o nome de sua caçula.

- Jewel está vivo? – ela murmurou. – Não tinha sido condenado a forca?
- Por Deus, me desculpem – Chichi olhou chorosa para Tights. – Havia me esquecido de falar sobre isso.

- O Rei Kuririn interrogou os guardas e um deles, que se tratava de um traidor, contou os planos de Jewel – Gohan continuou a falar. – Depois de Maron o ajudar a fugir, eles se aliaram, ambos pretendem se vingar do Lorde, por isso sequestraram Bulma e seu herdeiro. Provavelmente chegaram aqui a qualquer momento, com um exército, pertencente a Jewel.

- O exército de Jewel é grandioso, Barão – Kame desesperou-se. – E a maior parte do clã está com Vegeta, as terras estão desprotegidas.

- Calma – Videl tentou acalmar os ânimos. – Não precisam se desesperar antes da hora, Jewel não chegou...

A fala de Videl é cortada quando Kiabe entra na sala totalmente soado e com uma expressão de pleno pavor.

- Homens se aproximam da terras – ele gritou com a respiração descompensada. – Um exército gigantesco.

*****

O caos estava formado. E enquanto os homens discutiam o que fazer, Tights segurou suas saias e saiu correndo, sem ninguém se dar conta, para o encontro de Kamba. O instinto materno a fazia querer protegê-lo.

Correndo a colina, ela sentia as lágrimas caindo, e conforme se aproximava de seu filho, uma decisão ela tomava. Somente ela poderia adiar aquela carnificina, pelo menos até a volta do exército Saiyajin.

Kamba, que brincava com o padre com algumas pedrinhas e galhos, começou a chorar quando viu sua mãe correndo em sua direção com lágrimas nos olhos. Ele levantou-se e correu até Tights, abraçando fortemente sua mãe. Ela o pegou em seu colo e beijou-lhe o rosto, o apertado forte em seus braços.

Champa levantou-se e a olhou interrogativamente.

- Padre, leve Kamba para o castelo e tranque tudo, estou o tornando responsável por ele. Não deixe nada, nem ninguém o machucar. Me prometa.

- O que está acontecendo, senhora? – perguntou ele. – Aonde estará enquanto eu estiver cuidando do garoto?

- Não há muito tempo para explicar em detalhes – ela respondeu. –  Mas Jewel, meu ex-marido, está a caminho das nossas terras, somente eu posso detê-lo agora.

- Não! – Champa segurou o braço dela desesperado. – Ele a matará.

O choro de Kamba aumentou quando escutou as palavras do padre. Tights o apertou, e beijou-lhe novamente o rosto do menino, tentando acalma-lo.

- Não chore, meu amor, você precisa ser corajoso, e cuidar do nosso lar, mamãe vai voltar. Eu te prometo isso.

Kamba afundou o rosto no pescoço de Tights.

- Padre – Tights voltou-se a ele –, no castelo, está meu primo e alguns homens, diga a eles que é para ir atrás do Lorde, eu segurarei Jewel o máximo que eu puder. Diga à eles para juntar todos os aliados que tiverem e vão me resgatar junto de minha irmã e meu sobrinho. Entenda, essa é a única escolha que temos agora.

Champa, mesmo contrariado, convenceu-se e assentiu. Vendo agora que até mesmo Lady Bulma e o herdeiro do lorde estavam em perigo. Tights sorriu, um sorriso triste, e colocou Kamba no chão, se ajoelhando diante dele e o fezendo olhar para ela. Limpando as lagrimas do menino, ela o beijou uma última vez.

- Seja corajoso – ela pediu e com uma dor no coração se levantou e correu para longe dali, o caminho que ela tomou a levaria até o celeiro, onde provavelmente pegaria um cavalo.

- MAMÃE – Kamba gritou fazendo Tights sentir um aperto mais forte no peito, mas ela não ousou olhar para trás.

Champa pegou o menino no colo, que se debatia e tentava correr atrás da mãe.

- Pare de chorar, menino – Champa disse tentando acalma-lo. – Bons filhos obedecem suas mães.

Isso pareceu acalmar Kamba.

- Nós estamos em uma aventura agora. Vamos pegar sua espada de madeira e ter nossa própria batalha.

*****

Gohan entrava em uma discussão árdua com Kiabe.

- Se tivessem tido tempo para nos preparar, o que tinham feito? – Indagou Gohan tentando manter a mente fria em meio aquele desespero.

- Teríamos chamado nossos aliados – Kiabe respondeu. – E quando eles chegassem, nos estaríamos em maior número do que o inimigo. Agora mesmo a mensagem está sendo transmitida pelas Terras Altas, pois a visão de um exército tão grande se espalhará como um incêndio. A maioria dos nossos aliados está ao norte, e eles provavelmente estão acabando de ouvir a notícia. Eles virão.

- Mas será tarde demais, não será? – Lápis concluiu.

- O problema aqui não é a questão do exército inimigo ser maior que o nosso, poderíamos segurar a tempo dos aliados se unirem a nós, o problema é que nosso exército não está aqui, e não sabemos o que fazer até chegar o nosso Lorde novamente. Não temos nem a metade dos guerreiros Saiyajins aqui.

- Tinha que haver um jeito de segurar o exército enquanto eu vou atrás de Vegeta. Mas como diabos vamos fazer isso? – Gohan socou a parede.

- Você precisa arriscar – Videl se opôs. – Não podem ficar aqui discutindo enquanto o inimigo se aproxima. Vá, marido, eu vou junto, as terras que Vegeta pretende comprar é próxima as terras de meu pai, já estaremos aqui, em vantagem, quando chegarmos. 

- E como ficará os que cá estão?– Kame andava de um lado para outro.
- Nós lutaremos – Chichi falou. – Lutaremos ate a morte se preciso for, precisamos proteger nossas crianças.

- Morreram tentando, Chichi – Lápis olhou feio para ela. – Precisamos de um plano para proteger o que estão aqui. Só então poderemos agir.

- Tights já fez isso, senhores – Champa nesse exato momento entrou na sala. – Ela foi até o ex-marido segura-lo. Aprecem-se para que o sacrifício dela não seja em vão. Cavalguem o mais rápido possível atrás do Lorde Saiyajin, e dos aliados que tem. Salvem nossa Lady e o herdeiro de Vegeta, salvem a irmã dela e o bebê que ela carrega no ventre.

- Salvem minha mamãe – Kamba disse alto com lagrimas nos olhos.

Não ouve tempo para criticarem ou falarem algo sobre o que Tights fez, precisavam usar o pouco tempo que ela poderia lhes darem para salvar a todos, inclusive quem Jewel tinha em mãos.

Kame voltou-se para sua filha, ia pedir a ela que ficasse escondida junto a Chichi e ao padre enquanto eles agiam, mas qual foi sua surpresa ao não encontra-la.

- Aonde está Lunch?

*****

Lunch assustou-se quando viu Tights entrando no celeiro.

- O que faz aqui? – indagaram em uníssono.

- Vou impedir que Jewel mate todos aqui, e vou impedir que ele machuque minha irmã – Tights foi a primeira a falar depois de um período curto de silêncio.

Lunch abaixou a cabeça.

- Minha irmã está lá também, eu a amo, mas não posso permitir que ninguém morra por causa dela. Chega de dor, chega de sofrimento.

As duas se abraçaram, selando assim um pacto entre elas. Cada uma tinha um motivo para se sacrificar, para ajudar, para impedir aquilo que acontecia. E como tinham certas ligações com os causadores daquela provável guerra, sabiam que tinham a obrigação de impedir aquilo.

- Mas e o seu bebê, Tights – Lunch coloca as mãos no ventre um pouco elevado dela.

- Nós vamos ficar bem. Jewel não sabe que estou grávida, e as pregas do meu manto escondem minha condição – ela assentiu.

- Ele sempre foi violento, Tights. Tenho medo por você e por seu bebê.

- Eu não me esqueci como me acovardar – disse Tights com a voz carregada de tristeza. – Eu não vou tentar incitar a raiva dele. Prometo.

Lunch, vendo que não tinha mais tempo, fez uma aceno rápido e subiu no cavalo.

- Você está com medo, Tights? – perguntou quando viu Tights subir no próprio cavalo.

- Oh, sim – Tights respondeu –, mas não estou dominada por ele. Em meu coração, sei que é um bom plano. Raditz irá me encontrar.

Lágrimas escorreram pelo rosto de Lunch, que forçou um sorriso para esconder seu terror.

- Eu queria pensar o mesmo de Tenshin Han, mas agora ele me odeia, ficará feliz em livrar-se de uma esposa que mentiu.

Tights não teve tempo para contrariar Lunch, pois a mesma disparou o cavalo para fora do celeiro a toda velocidade. Ela não teve outra escolha a não ser ir atrás.

As duas mulheres cavalgaram, até o lado onde dava a saída da muralha das Terras Altas, usando de consideráveis subterfúgios e escapes sorrateiros, elas chegaram para fora da fortaleza e desceram a colina íngreme.

Chegaram ao local onde o exército caminhava. Todos pararam perante elas, que desceram dos cavalos e mostraram submissão. Tights sentiu que seu inferno voltara quando avistou Jewel cavalgando em sua direção, seu coração parou de bater e seu estômago se revirou de agonia.

Mas ela manteve a determinação, tinha um plano sólido. Tinha Raditz.
Quando Jewel desceu do cavalo, Tights o observou. Ele vestia uma armadura completa de cavaleiro, mas sua cabeça estava coberta com o antigo elmo cônico aberto, que ele preferia em vez de capacetes modernos, totalmente fechados. Dizia que melhorava sua visão, mas Tights acreditava que usava por pura vaidade.

Era difícil Tights olhar para ele. Sua aparência era a mesma de um ano atrás. Seus olhos eram os mesmos, frios e inquietantes, sua tez ainda incólume, e, agora, havia algumas linhas de expressão novas marcando suas bochechas. Então ele tirou o elmo, e ela percebeu, afinal, que houvera uma mudança grandiosa. O cabelo dele, que era loiro a última vez que viu, agora estava com vários fios brancos.

- Depois que eu me resolver com o Lorde Saiyajin, nós vamos para a casa, Tights, e tudo isso ficará no passado.

- Sim – ela concordou imediatamente.

A resposta dela o agradou, e ele se voltou para Lunch.

- Você deve estar aqui por sua irmã, não?

- Sim, quero vê-la – Lunch imitou a voz mansa de Tights.

- Vou levá-las até a fortaleza que eu tomei – disse ele muito calmo. – Lá aguardaremos esses Saiyajins imundos com uma armadilha. Foi bom você ter vindo até mim, esposa, poupou muitas vidas com isso.

- Eu sei – Tights assentiu, segurando-se para não gritar de ódio.

- Você tem um pouco de inteligência, não? Sabe como eu ajo e como faço para destruir meus inimigos – ele tocou o rosto dela, que resistiu não se afastar com a repudia.

- Sim, eu sei – ela sussurrou.

- Você está ainda mais bela – ele observou. – Eu senti sua falta, meu amor.

Tights não conseguia olhar para Jewel, pois tinha certeza de que ele perceberia a repudia em seus olhos. Então ela abaixou a cabeça e rezou para que seu ato mostrasse submissão.

Jewel pareceu satisfeito, então as conduziu até seus homens, fazendo-os recuarem para a fortaleza que havia tomado. Lá aguardaria o ataque do lorde, aonde poderia saborear sua vingança com deleite.

*****

O aviso de que Tights havia conseguido fazer o exército recuar chegou através de Kale e Caulifla, que se juntaram as outras mulheres dentro do castelo. Felizmente ou infelizmente, os homens já haviam partido atrás de Vegeta e alguns aliados.

- O exército era quatro vezes maior que o nosso – Kale disse ao padre que terminava sua oração silenciosa.

- Confie em Deus, minha filha – Champa suspirou. – Um problema já foi resolvido, Tights conseguiu adiar o ataque, agora temos que rezar para que nada de mal aconteça a ela e a Lady enquanto o resgate delas não chegam.

- Falando nisso, aonde está Kamba? – Caulifla olhou para todos os lados.

- Chichi o levou com ela para o quarto, disse que iria contar uma história para ele enquanto amamentava o bebê.

- A mulher do comandante leva jeito com crianças – Caulifla concluiu. – Somente ela para conseguir acalmar aquele menino. Ela é uma boa mãe, ela é sim.

O padre assentiu, concordando com o que Caulifla falava. Uniu as mulheres de joelhos, próximas da escada e as convenceu a rezar. Afinal, era o que restavam a elas.

*****

O clã dos Namekuseijins ficava ao sul das terras dos Saiyajins. Era considerado um clã pacífico, e que não representava perigo para ninguém. Por isso, não tinham inimigos, porém, por não se tratarem de guerreiros fortes e destemidos, também não tinham muitos aliados. Por conta disso, não foi difícil para Jewel tomar aquelas terras e fazer da morada deles sua fortaleza improvisada.

Antes de caminhar com seu exército para o resgaste de sua esposa, e captura do lorde, ele deixou Bulma e Trunks aos cuidados se Maron e alguns poucos soldados.

Seus planos mudaram quando Tights entregou-se de boa vontade, acreditou que sua esposa fizera isso por amor e para proteger inocentes, então agora, esperaria o ataque fraco dos Saiyajins, aonde poderia deleitar-se vagarosamente com as torturas ao qual planejava para Vegeta. Seria divertido ver um lorde bárbaro implorando por misericórdia e por benevolência quando ele usasse a criança e a esposa contra ele.

Lorde Piccolo e quarenta de seus homens estavam presos no porão, abaixo do salão nobre. O resto de seu clã, incluindo mulheres, ficaram como empregados dos soldados que se mantinham ali. As mulheres temiam o estupro, mas até então, nenhum deles havia se manifestado para um ato tão hediondo.

Bulma se encontrava presa, aos olhos de alguns soldados em um dos quartos do castelo. Junto dela estava Maron, que se negava a largar o bebê.

- Me deixe amamenta-lo, Maron – Bulma implorava ouvindo o choro gritante de seu filho. – Ele morrerá de fome se você não me deixar alimenta-lo.

Ela estava com os punhos amarrados e com as cordas presas na cabeceira da cama. Seus olhos inchados de tanto chorar, e os seios doloridos pela quantidade de leite que vazava de seus bicos.

- Cala a boca – Maron rosnou enquanto chacoalhava Trunks que chorava aos gritos. – Sua voz está incomodando ele, ele te odeia, fique quieta ou vou cortar sua língua.

Bulma abaixou a cabeça e fechou os olhos fortemente, não aguentava mais chorar, não sabia mais o que fazer. Tudo que ela conseguia era rezar silenciosamente para que seu filho saísse vivo dessa, nem que pra isso sua vida fosse dada como moeda de troca.

- Deu... ajude-nos – ela sussurrou entre um soluço e outro.

*****

Quando Tights e Lunch chegaram ao local tomado por Jewel e seu exército, vinte minutos depois de se rederem, observaram como o lugar estava cercado. Se os Saiyajins quisessem derrotar aqueles homens, teriam que juntar uma boa quantidade de aliados. De qualquer forma, decidiram por confiar e acreditar que os Saiyajins sairiam ilesos dessa, assim como elas e aqueles que Jewel fizera prisioneiros.

- Levem Lunch até a irmã dela – ele ordenou quando entrou dentro do salão principal. – Quero ter um momento a sós com minha esposa.

Lunch foi arrastada, com certa brutalidade por um dos homens de Jewel, resistiu um pouco, pois não queria deixar Tights sozinha com aquele monstro. Mas não teve outra escolha.

Quando finalmente os dois estavam sozinhos, Tights foi a primeira a falar:

- Aonde está minha irmã?

- Impressionante como as notícias correm rápido, não é? – Jewel colocou a mão no queixo. – Quem falou para você que Bulma está comigo? Ou que Maron estava ao meu lado nessa armada? Vendo que a irmã veio atrás dela.

- Gohan chegou com a notícia – Tights desviou o olhar. – Um dos soldados do Rei que sofreu interrogatório, depois de uma das servas dizer que Maron a atacou por causa do filho do Lorde, contou tudo para ele.

Jewel ficou satisfeito com a sinceridade da esposa, isso mostrava lealdade da parte dela. Sorrindo, ele confessou:

- Eu já sabia que tinha sido seu primo que tinha entregado a notícia, um dos meus o viu cavalgando ao lado da esposa em direção a fortaleza Saiyajin – ele tocou-lhe o rosto. – Então você decidiu vir até mim para eu poupar alguns inocentes e por saudades?

Tights assentiu sentindo um embrulho no estômago. Odiava aquele homem com todas as suas forças, mas tinha que fingir e guardar a sua fúria até o momento certo. Ela não olhava para ele, seus olhos não mentiriam seus reais sentimentos de nojo. Por isso, ela apenas concordava com a cabeça baixa.

- Agora você vê como eu sou o melhor homem para você, não é? – ele continuava a acariciar o rosto dela. – Olhe para essas roupas, nem parece uma dama, seu cabelo está todo bagunçado e seu rosto já não está mais tão corado. Foi bom isso acontecer, para ver que sou o único a trata-la com as riquezas e regalias que merece. Sei que sentiu minha falta, esposa.

Tights queria gritar de ódio. Resistiu a vontade de cuspir na cara daquele homem desprezível. Novamente se segurou com louvor e mudou de assunto.

- Eu estou cansada – ela falou.

- A euforia foi demais para você. Você sempre foi fraca, Tights, e somente eu sei como tomar conta de você. Vá para a cama agora. Não a incomodarei até a noite.

A frase fez Tights querer vomitar, mas manteve a diplomacia.

- E minha irmã...

- A verá uma última vez antes de eu fazer o que tiver que fazer – ele prometeu. – Agora me obedeça e vá.

Tights concordou contrariada. Precisava ganhar tempo de qualquer forma.

- Dodoria – Jewel gritou fazendo assim a figura do homem aparecer –, leve Tights ao quarto que tomei para mim.

- Sim, senhor – Dodoria obedeceu prontamente.

*****

Diferente do que Vegeta pensava, o clã do falecido Cell não o recebeu de maneira agressiva. A maioria, tirando por um ou outro que o olhava com desconfiança, receberam os Saiyajins de maneira cortês.

De certo, há imaginavam que o lorde Saiyajin um dia iria requerer seu direito sobre as terras, que agora lhe eram por direito por ter sido ele o causador da morte de seu lorde.
Diferente do que eles pensavam inicialmente, Vegeta não tomaria as terras e os expulsariam delas na base da violência, como Cell provavelmente faria. Estavam tão acostumado com a violência que se encantaram com a benevolência do lorde Saiyajin.

Vegeta foi generoso em sua proposta, disse que aqueles que quisessem poderiam se juntar a eles e agora se tornar parte do clã Saiyajin, e para aqueles que não desejavam esse destino, daria uma boa quantia pela parte em terra que lhe cabiam para partirem para onde quisessem.

A maioria quis ficar ao lado de Vegeta, se tornando agora, parte do clã Saiyajin, outros, sendo a minoria, que não aceitariam outro lorde que não fosse sangue do sangue de Cell, aceitaram o valor oferecido por Vegeta, que se tratava de uma quantia generosa, e partiu em busca de novos horizontes.

Antes do entardecer, tudo estava resolvido e poderiam se mudar para ali. Para um novo começo, segundo Vegeta.

Mas qual foi sua surpresa, que um pouco antes de partir de volta para as Terras Altas, foi ver Gohan parado na entrada da fortaleza do antigo clã do Cell, com uma notícia que congelou os ossos de Vegeta. Ao seu lado, estava Lápis.

- Repete! – Vegeta exigiu enquanto os homens se acumulavam atrás dele. Kakarotto e Raditz estavam ao seu lado.

- Jewel estava para invadir suas terras, com Bulma e seu filho como reféns, Lorde Saiyajin – repetiu Gohan resumido a história, ainda sentado em seu cavalo. – Tights se entregou para ganharmos tempo, e conforme as notícias que recebemos no caminho, a tática deu certo, mas não sei quanto tempo minhas primas e suas crianças tem.

A notícia atingiu em cheio Vegeta, assim como atingiu Raditz, os dois não pensaram duas vezes até se colocar em seus próprios cavalos e puxar seus homens para a batalha e resgate de suas esposas. Os gritos desesperados faziam os homens agirem rápido, tanto os antigos Saiyajins, como os novos, que a pouco aceitaram Vegeta como seu novo lorde.

Logo o exército de Satan chegou junto a Videl, estavam prontos para a batalha e prontos a dar suas vidas naquela guerra que se formava.

Cavalgaram a toda velocidade colina acima, precisavam ser rápidos e não perder tempo. A vida das mulheres que eles amavam corriam risco e durante o trajeto a cabeça de Vegeta era uma confusão. Em seu coração o medo de perder Bulma e seu filho o corroía. Que Deus o levasse antes disso, que ele não permitisse tamanha dor. Ele não suportaria uma segunda vez, não podia suportar.

Uma Noiva para o LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora