capítulo trigésimo quinto

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A fúria na voz de seu marido quase a fez cair da árvore. Bulma fez cara de espanto e recuou; virou o rosto para o lado, esperando se esconder do marido e sua ira.

Ela concluiu, enquanto tomava coragem para abrir os olhos, que sentia mais vergonha do que medo. Até cogitou a ideia de que seria melhor viver para sempre naquela árvore ao invés de descer e encarar um marido furioso. Isso sem falar daqueles irmãos, que tiravam sarro dela, por tentar chantageia-los para mentirem para seu lorde enquanto o mesmo escutava isso.

- Vamos, Bulma, desça – Vegeta ordenou com mais veemência, quase um rugido feroz.

Bulma empurrou um galho, para libertar sua visão, e olhou para baixo, mas se arrependeu ao dar de cara com Vegeta. Ele estava olhando para ela, com as mãos repousando no cabeçote de sua sela, parecia no mínimo irritado.

O cavalo de Vegeta estava entre o de Raditz e Kakarotto. Bulma soltou o galho e inclinou-se de volta para abraçar o tronco da árvore. Ela podia sentir o seu rosto esquentando de vergonha.

- Não consigo – ela confessou.

Ela tremia demais, as emoções misturadas a deixaram em choque, e tudo que conseguia era continuar agarrada ao tronco.

Vegeta, que ainda se encontrava sentado no cavalo, com as rédeas entre os dedos, suspirou. Estava tão nervoso que achou melhor não se mexer muito, mas agora era necessário, afinal, ninguém além dele ajudaria Bulma a descer daquela árvore. 

Soltando as rédeas, ele pula das costas do cavalo, e as solas de seus sapatos fazem o barulho no chão. Bulma, que estava com os sentidos apurados, escutava tudo com precisão.

O lorde se agarrou ao tronco e escalou, com facilidade e rapidamente. Logo alcançou sua esposa e a pegou pela cintura, quando se firmou no galho, que era grosso o suficiente para suportar dois adultos sem se quebrar.

- Solte o tronco, esposa – sua voz tinha um timbre raivoso.

Bulma não falou nada, apenas obedeceu, soltando os braços tensos lentamente. Se virando para ele, a inglesa o agarrou com força, por medo de cair, estranhou sua reação, nunca foi do tipo que tivesse medo de altura, talvez fosse os acontecimentos.

Vegeta sentiu os braços delicados de sua esposa lhe apertando, e por um momento, sua raiva foi apaziguada. Deus, nem durante batalhas árduas de seu clã em uma guerra com o inimigo sentiu tanto medo quando naquele trajeto do castelo até aquele local da floresta. Imagens de Bulma morta, estraçalhada, ou comida por lobos, atormentaram sua mente até vê-la no topo daquela árvore. Ele tinha perdido uns bons vinte anos de sua vida por tamanho susto, que sua mulher havia lhe proporcionado. Com isso, os braços musculosos a apertou para retribuir o abraço.

- Marido, afrouxe os braços, estou ficando sem ar – ela sussurrou quando sentiu os pulmões sendo comprimidos.

Vegeta inspirou profundamente, sentindo o perfume dos cabelos azuis, abraçando-a de maneira mais delicada agora, mas ainda assim com força, uma onda de desespero tomou conta dele quando imaginou que se ela não tivesse tido sorte, poderia ter morrido. Nunca mais passaria por um susto desse, iria colocar alguém para vigia-la enquanto não estava por perto, decidiu, não era seguro deixar Bulma sem proteção, vendo que a própria se colocava em perigo.

Descendo devagar, ele à ajudava a pisar nos galhos certos, pacientemente. Logo Vegeta estava no chão de novo e segurava Bulma pela cintura para ela pisar em terra com firmeza.

Kakarotto e Raditz olhavam em silêncio aquilo, dava para ver o constrangimento de Bulma, e eles se seguravam para não rir novamente e constranger sua lady.

Uma Noiva para o LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora