Uma Noiva para o Lorde

capítulo quadragésimo terceiro

- Esteja pronta ao anoitecer. Vista algo discreto, não quero mulher minha se dando ao pudor – Jewel ordena de maneira ríspida enquanto caminha para a saída do quarto.

Tights estava sentada na cama, com as mãos sobre o colo e de cabeça baixa. Seu marido vai até a porta e coloca a mão na maçaneta, porém, antes de abri-la, vira o pescoço para trás e diz em um tom mais baixo:

- Ah, sim, e de um jeito de tampar esses braços e ombros, não queremos murmúrios ao nosso respeito, não é mesmo, esposa?

- Não – ela respondeu em um fio de voz. – Não queremos.

- Ótimo!

Jewel sai do quarto e finalmente Tights pode desabar na cama para começar a soluçar e a chorar em silêncio. Ela sabia que aquilo não resolvia nada, mas é o que tinha para fazer diante da sua lamentável situação.

Como previsto, o bispo foi severo para com ela com as penitências, mas o motivo de Jewel ter sido um tanto mais cruel foi pelo fato dela ter recebido um padre em sua casa sem a devida autorização. E quando Freeza lhe disse que ela havia dito que apenas o deixou entrar por ter sido enviado pelo seu marido, Jewel ficou possesso. Afinal, não havia enviado padre algum em sua casa. Algo estava cheirando mal naquela história, mas sua esposa negou até o fim de que havia alguma armação por trás dessa história. Tentou tirar alguma verdade dela na força, por assim dizer, mas no fim se convenceu de que a tola de sua mulher não sabia de nada. Era apenas uma vítima de uma situação duvidosa. Mas mesmo diante dessa contestação, não sentiu remorso por tê-la punido, muito pelo contrário, ela aprenderia a lição e não cometeria aquele erro novamente. Aquele castigo ao qual foi designada foi merecido e ele, como um bom marido, a disciplinou.

Tights colocou as duas mãos no rosto para abafar o choro que estava saindo do controle, não aguentava mais aquele inferno, por Deus, até quando teria que suportar tamanha crueldade? E ainda tinha esse maldito baile que seu desprezível marido, sabe Deus por qual motivo, resolveu leva-la na última hora. Ela já estava ciente da grandiosa festa, os empregados de sua casa não falava em outra coisa, mas já imaginara que não iria. Jewel gostava de mante-la trancada as sete chaves naqueles muros. Mas ele a surpreendeu ao falar que a levaria, mas falar isso depois de ter levado uma surra a fez sentir que estava caminhando para a forca e não para um baile.

Tentando recompor-se de seu sofrimento, Tights senta na cama e corajosamente limpa as lágrimas. Seus braços, costas e ombros tinha diversos hematomas, mas nenhum sangrava, não seria necessário tampa-los com uma compressa. O fato de ir aquele baile tinha apenas um lado bom: entregar o documento. Talvez conseguisse entrega-lo a Gohan e assim, de uma vez por todas, se livrar de Jewel.

Ela tomaria um banho para relaxar a pele machucada, e colocaria um lindo vestido. Um que não lhe apertasse muito para não machuca-la mais do que já estava, e também colocaria luvas para cobrir os roxos de seus braços. Enfim, vestiria algo digno da esposa de um marquês, talvez com bastante camadas para esconder o documento por debaixo das saias sem ser descoberta.

Hoje ela arruinaria aquele que a feria tanto, nem que para isso tivesse que morrer. Aquele sofrimento tinha que acabar e Deus estava lhe dando uma chance, ela podia sentir.
- Diga para mim que não a feriu no rosto, Jewel – o bispo diz quanto viu o marquês entrar na cozinha.

Freeza bebericava a xícara quente de chá, sentado com os cotovelos sobre a mesa de maneira bastante calma e natural. Parecia que ele falava sobre o tempo e não sobre a violência daquele homem com a esposa.

- Não, senhor – Jewel se sentou de frente para ele.

- Isso é bom, pois se realmente pretende leva-la ao baile, ela precisa estar apresentável.