Uma Noiva para o Lorde

capítulo septuagésimo segundo

Diferente de Bulma, Chichi não conseguia descansar. Ela até havia tentando, mas as coisas em sua cabeça não a deixava dormir tranquilamente. Ela era uma mulher preocupada e que se deixava abalar com os problemas.

Por isso, se encontrava deitada na cama, mas com os olhos abertos. A  mão estava sobre a face e o cotovelo ancorando-a. Ela admirava o pequeno Goten, que depois de mamar muito, havia finalmente dormido. Ela amava aquele bebê mais que a si mesma e, poderia ficar admirando seu rosto pequenino pelo resto de sua vida sem se cansar.

Um aperto em seu peito se mostrou presente quando imaginou que Kakarotto poderia tirar seu bebê dela. Seria cruel, com toda certeza seria. Isso a quebraria de uma maneira irremediável.

- Não posso viver sem você – ela sussurrou para seu bebê enquanto acariciava sua cabeça cheia de cabelinhos espetados para todos os lados.

Bem nesse momento, Kakarotto entrou no quarto, mas Chichi não se deu conta de sua presença. Ela estava deitada de costas para a porta e o barulho foi tão baixo com sua entrada silenciosa, que Chichi continuou a falar sem se dar conta da presença de um terceiro naquele quarto.

- Eu morreria de tristeza se seu pai o tirasse de mim, meu anjo – Chichi sentiu uma lagrima descer pela sua face. – Meu coração não aguentaria ficar um dia sequer longe de você.

Kakarotto sentiu seu peito se apertar ao ouvir a voz de Chichi tão triste. Ele se culpava por tudo que aconteceu, se ele não fosse tão imprudente em suas atitudes, eles não estariam passando por aquela dor desnecessária.

Ele não pretendia tirar Goten de Chichi, jamais, mas também não aceitava perdê-la. Era um momento difícil na vida de Kakarotto. Em sua cabeça dura, ele imaginava que fazendo Chichi voltar para ele, com o tempo, ela entenderia que ele não errou tanto assim. Que nunca havia tocado em outra, depois do casamento, que não fosse ela. E aquele beijo, que infelizmente ela tinha visto, não fora retribuído e que nada significava para ele e, o fato dela ter visto aquela cena justamente naquele tipo de situação foi uma infeliz coincidência, que se dependesse dele jamais se repetiria.

Quando Kakarotto viu Chichi erguendo a mão para limpar o rosto, percebera que ela estava chorando. Não suportando mais aquilo, ele se aproxima, silenciosamente.

Antes que Chichi se dera conta, sentiu o corpo deitando atrás dela e a puxando para perto do corpo rígido. Ela arfou ao sentir as mãos fortes em sua cintura e o beijo molhado em seu pescoço.

Ela teria gritado, se não fosse tão reconhecido para ela aquele cheiro e aquele toque.

- O que faz aqui, Kakarotto? – ela tentou soar zangada, mas falhou miseravelmente por seu tom de voz sair rouco.

- Vim busca-la – ele sussurrou em seu ouvido, inspirando o cheiro de seus cabelos. – Você e Goten.

- Eu não vou ...

A frase é cortada com ele a virando de barriga para cima e capturando seus lábios de maneira fervorosa. Chichi se odiava por se render tão facilmente as investidas dele, mas ela não conseguia lutar, então abraçou o pescoço dele, retribuindo aquele toque apaixonado.

Quando Kakarotto se afastou, a olhou com profundidade.

- Não quero vê-la chorar, esposa – ele pediu. – Não vou tirar Goten de você, vocês vão voltar comigo, juntos, para nossa casa.

Imediatamente, as imagens de Kakarotto beijando Vados invadiram a mente de Chichi e a raiva a consumiu. Com isso, ela o empurra para fora da cama, fazendo-o cair no chão.

- Ai! – ele protesta ao sentir as costas atingirem com tudo o chão.

Caiu de maneira tão boba que nem mesmo ele acreditava. Mas não havia tempo para se envergonhar, pois Chichi se levantou da cama com fogo nos olhos.