capítulo septuagésimo primeiro

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Kuririn e Vados acabaram por ficar mais próximos nos últimos tempos, mas não de uma maneira romântica, não, pareciam mais com dois irmãos que trocavam confidências. Talvez tenha sido as circunstâncias de serem somente os dois naquele fim de mundo que os aproximaram, ou até mesmo a carência de ambos colocarem para fora o que os afligiam por dentro. Não importava no fim, o importante era que acabaram por criar um laço, um laço que na presença de Whis não foi possível, vendo que o irmão gêmeo de Vados era mais humorado para assuntos sérios, e isso, de certa forma travava Kuririn em se abrir com Vados, por medo de Whis brincar com a situação e constrangê-lo. Por isso, até então, apenas havia falado de seus sentimentos com Whis, e Vados estava cega naquela história, isso, é claro, antes de pegarem intimidade.

O que surpreendeu Vados durante uma confissão e outra do príncipe acovardado, depois de quebrarem as barreiras da falta de intimidade, era que ele tinha o coração partido, não apenas por conta da morte de seu pai e de seu atentado a quase um assassinato, mas também por conta de uma mulher. E qual foi sua surpresa ao descobrir que essa mulher era ninguém mais, ninguém menos, que a rival de Bulma. Maron.

Surpreendeu-se ao descobrir que Kuririn a amou de verdade, que entregou-lhe o coração apenas para ela esmaga-lo como uma fruta podre.

- Eu confiava nela, e ela despertou o melhor e, depois, o pior em mim. Maron é uma mulher muito bonita como bem sabe, e não foi difícil ficar encantando por ela quando ela começou com suas investidas. Eu era o príncipe, o futuro rei, e nada me era negado, nem mesmo ela. Mas ela não se entregava à mim, dizendo que somente me daria o que eu pedia na noite de núpcias, quando a tornasse minha esposa. Então, louco de amor e desejo, jurei que a esposaria.

Vados escutava tudo em silêncio, estava sentada na grama, com os joelhos dobrados e abraçados pelos seus braços, e a cabeça estava ancorada entre os joelhos, olhando com atenção para Kuririn.

- Naquela tarde, conversei com meu pai, sobre minha decisão. Inicialmente ele não ficou satisfeito, queria que eu me casasse com alguma princesa de outro país, para criar alianças, mas bati meu pé e o convenci de que aquela era minha decisão irrevogável. Ele admirava isso em mim. Sabe, Vados, eu já fui impetuoso e intimidador – o sorriso triste foi perspectivo aos olhos de mulher. – Bom, eu ia pedi-la em casamento na manhã seguinte para seu pai, como manda a tradição, mas durante a noite algo me fez mudar de ideia. Eu fui ao quarto dela, de surpresa, para contar-lhe que no próximo dia ela se tornaria minha noiva, mas qual foi minha surpresa ao descobrir que ela não estava sozinha em sua cama.

Vados mordeu o lábio já adivinhando o que Kuririn ia dizer, mas não ousou interrompe-lo.

- Ela gemia como uma puta nos braços daquele homem, era um guarda qualquer do castelo. Enfim, não me importei em descobrir quem era aquele que a fazia gemer daquele jeito. Fiquei ali, atrás daquela porta entreaberta, me torturando e escutando aquilo. Quando terminaram, ouvi as palavras dela, me mostrando o quão podre era ela.

- O que ela disse? – Vados indagou num sussurro.

- Que logo se tornaria rainha e que a único sacrifício dela seria se deitar com um homem como eu. De que eu estava caindo na sua armadilha, como o tolo que eu era, e o fato dela não se deitar comigo até então era porque eu lhe causava ânsia, mas estava sendo uma arma e tanto para ela alcançar o poder.

Vados mordeu o lábio, podia sentir o rancor nas palavras de Kuririn, ele era um homem quebrado.

Ela poderia deixar o silêncio dominar a conversa, pois era o que a situação pedia, mas Vados precisou perguntar:

- Por que não se vingou? Digo, você era o herdeiro ao trono, poderia tê-la feito pagar pelas suas palavras.

- Eu não consegui! – Kuririn ergueu os ombros. – Preferi ignora-la depois daquele dia, me doía olha-la, talvez eu fosse um tolo mesmo. E depois desse episódio, me tornei o covarde que sou, com medo de me expressar, de me impor; de encarar as coisas. Toda vez que eu ia fazer algo, as palavras dela vinham em minha mente, fazendo eu me sentir o mais desprezível dos homens. Meu pai até mesmo insistiu em saber do porque de eu ter mudado da água para o vinho, e se Maron tinha haver com àquilo, vendo que não a pedi em casamento. Desconversei e disse que casar com Maron não deixava nosso país mais forte, ele se convenceu e me deixou em paz. Não deu um ano depois disso, meu pai foi assassinado e eu fui jogado daquele maldito penhasco. Mas na verdade, isso foi o maior alívio que tive, ficar longe de tudo me dá uma sensação de paz, posso ser um covarde, como Bulma disse, mas pelo menos não preciso me preocupar com as humilhações e com as decepções.

Vados inspirou profundamente, entendia Kuririn, o compreendia, mas não via a atitude dele como certa. Aquele homem se dizia estar em paz, mas ela podia ver que a infelicidade o consumia. Ele tinha que mudar seu destino, e o isolamento não era a melhor opção.

O silêncio finalmente reinou, e Vados, diante de seus devaneios, começou a pensar em Kakarotto. Ela ainda não tinha esquecido dele, e provavelmente nunca o esqueceria. Mas agora, não era a saudade que a dominava, mas uma culpa em seu coração. As palavras de Kuririn podia ter despertado nela algo do qual, distraidamente, ainda não tinha se dado conta.

Kuririn sofria com a traição em seu coração, então imagina como se sentia a esposa de Kakarotto depois do que viu entre ela e seu marido naquele dia. Mentalmente, ela começou a se indagar se aquilo tinha se resolvido, ou se as sequelas ainda estavam marcadas em Chichi. Talvez devesse voltar e tentar amenizar a dor dela, mas provavelmente não seria bem recebida e até mesmo atrapalharia caso os dois tivessem se entendido. Concluiu então, que o melhor era ficar em seu exílio, aonde não machucaria ninguém.

Estavam prontos para levantar da grama e entrar para dentro, para começar a preparar o almoço, quando o barulho de cascos de cavalo chamou a atenção de ambos. Levantaram um tanto apreensivos, e aguardaram a aparição do estranho, que eles rezavam para ser Whis.

Qual foi a surpresa ao se depararem com a imagem de Whis ao lado de uma mulher, cada um montado em um cavalo.

Kuririn arregalou os olhos ao contemplar a mulher, loira e de boa aparência, que para ele era alguém conhecida, vendo que fazia parte da corte da qual seu pai um dia governou.

- Lazuli?

*****

A fuga não foi fácil para Bulma e Chichi, os bebês, por terem sido tirado do berço, ao qual dormiam tão tranquilamente, se agitaram, e a todo instante resmungavam e insinuavam que chorariam.

A sorte de Yamcha – que não precisou derrubar mais do que cinco guardas durante o trajeto do quarto até a tal passagem-secreta –, era que os cuidados quanto a fortaleza não estava reforçada. Aparentemente o número de guardas diminuiu, muito provavelmente por conta da festa que ocorreu naquela noite com os membros da corte pela coroação do novo rei. A maioria deveria estar dormindo ou transando com alguma mulher, era comum isso ocorrer com os nobres, e desde que não fossem pegos, nada lhes aconteceriam.

Quando Yamcha derrubou o quinto guarda, já bem próximo da passagem-secreta, respirou um tanto cansado, estava com um corte leve na testa, e com um dos lábios inchados.

- Aonde você aprendeu a lutar desse jeito? – Bulma tentou anima-lo da aparente canseira, motivando seu ego.

- Tem algumas coisas que você não sabe sobre mim, milady – Yamcha jogou o cabelo para trás de maneira charmosa. – Nem sempre fui um membro da corte.

- Parece uma história interessante – Chichi respirou fundo. – Mas acho que poderá contar em outra ocasião, não é, Conde? Temos algo mais sério para nos preocupar agora.

Yamcha assentiu, depois de se dar conta de como aquela mulher era mandona e de como gostava de controlar a situação. Se fosse um homem, provavelmente seria um comandante.

Bulma foi na frente, balançando Trunks que parecia que choraria a qualquer momento, de tanto que resmungava. Chegou a porta, que mais parecia uma parede de tijolos, que os levaria para a passagem-secreta, e pediu para Yamcha empurrar um dos tijolos, que segundo ela, estaria frouxo. O conde obedeceu sem pestanejar. Assim que o movimento foi concluído, a porta se abriu e Bulma sorriu, entrando dentro do corredor escuro que havia lá dentro.

Yamcha pegou um castiçal de velas, que estava próximo deles, e entrou logo atrás de Chichi. Fechando assim a porta em seguida.

Essa até então foi a parte fácil, a difícil seria pegar uma carruagem sem serem vistos. Foi necessário “molhar a mão” do cocheiro que cuidava do estábulo aquela noite. Yamcha até poderia ter lhe apagado como os fizera com os guardas,  mas por se tratar de um homem de idade achou que destruiria com seus princípios e o tornaria um covarde perante suas próprias crenças. Então resolveu agir com ele de maneira mais branda, e foi uma tremenda sorte o velhote se tratar de um homem ganancioso.

Passar pelos guardas, que cuidavam dos portões do castelo, foi outro desafio, mas como o conde não tinha proibição específica de não poder sair das terras do rei – como os Briefs, por exemplo –, foi concedida sua saída. O problema foi quando quiseram revistar a carruagem, mas a lábia de Yamcha se mostrou eficaz, e depois de dizer que se tratava de duas concubinas para eles, com um tom de voz que convenceu até o próprio Yamcha, conseguiram finalmente sair e ir para a estrada.

Quando estavam bastante longe, Chichi entregou Goten para Bulma, que arregalou os olhos por agora estar segurando dois bebês, e também por ver o que Chichi iria fazer.

- Concubina né, seu desgraçado – ela pegou no pescoço de Yamcha, pela janela que dava acesso ao cocheiro com os passageiros.

Yamcha arregalou os olhos e começou a sentir o ar se esvair, fazendo a direção dos cavalos sair do reto.

- Me solta, sua louca – ele pediu com muita dificuldade.

- Solta ele, Chichi – Bulma choramingou quando a carruagem foi muito para o lado e os bebês começaram a chorar.

Chichi, escutando o choro de Goten, finalmente largou o pescoço de Yamcha, que freia os cavalos e olha para trás muito espantado.

- Você quase me matou, sabia?

- Isso é para você aprender a não me chamar de concubina nunca mais – ela resmungou pegando Goten.

- Chichi – Bulma olhou seria para a amiga –, Yamcha só disse isso para os guardas não verificarem a carruagem.

- Ele que arranjasse outra desculpa – ela não admitiria que estava errada, acreditando fielmente que estava mais do que certa em estar ofendida.

- Mulheres inglesas são malucas, elas são sim – Yamcha suspirou voltando aos cavalos, então se deu conta de algo, por isso voltou a olhar para a pequena janela. – Bulma, eu não tive tempo de pensar para onde podemos nos esconder até a volta de Kuririn, você conhece algum lugar?

- Vamos para a casa do meu primo, o Barão Gohan.

- Ele não está lá, Bulma, viajou recentemente, pelo que fui informado.

- Não importa, tenho livre acesso a suas terras. Nos deixarão entrar com toda a certeza – Bulma disse confiante.

- Se você diz.

- Agora coloca essa carruagem para andar – resmungou Chichi ainda com raiva. – E olhe para frente porque vou amamentar meu bebê, e aí de você se ousar virar essa cabeça para trás.

Yamcha arregalou os olhos e virou rapidamente para frente, o pescoço duro não ousava se mexer, o único lugar para onde ele olhava era o horizonte, onde a estrada de pedra se seguia. Com sorte, chegariam até a casa do barão sem nenhum empecilho adiante.

*****

Antes mesmo de Gohan chegar, junto de Vegeta e seu exército na entrada das terras da Inglaterra, um forasteiro informou-lhe que uma coroação havia sido feita no dia anterior, e o país tinha um novo soberano.

Os nervos do barão, que já não estavam em seu melhor, simplesmente saíram do controle.

Como assim um novo rei? E como ousaram tomar essa decisão sem ele, um membro importante da corte, não estar presente.

Era uma afronta, uma audácia; um desrespeito tão grande que ele poderia até mesmo declarar guerra por conta daquilo.

Mas Gohan era um homem muito sensato, e por isso, inspirou profundamente e tomou a decisão mais plausível naquele momento. Descobrir primeiro o que estava acontecendo, para depois tomar uma atitude.

O forasteiro não soube dizer o nome do novo rei, pelo simples fato de ter se esquecido, por considerar um nome difícil para ele. Por isso, Gohan estava cego em alguns aspectos daquela novidade. E não sabendo exatamente com quem ele estava lhe dando, instruiu os Saiyajins, após conversar com Vegeta, para mudarem a rota deles.

O castelo da Inglaterra talvez não fosse mais um local seguro, e antes de agir de maneira imprudente, o melhor era ir para suas terras, descobrir todos os lados da verdade e só então ver o que podia ser feito.

Inicialmente nem Vegeta, e muito menos Kakarotto, gostaram daquela mudanças nos planos, vendo que estavam impacientes com o que desejavam fazer, mas mantiveram a segurança de todos como prioridade, e deram ouvidos a razão.

Quando chegaram as terras de Gohan, o sol já se encontrava alto no céu, apesar do tempo de gelar os ossos.

O barão franziu o cenho ao ver uma carruagem que não lhe pertencia em frente ao seu casarão, desceu de seu cavalo, junto aos Saiyajins, desconfiado e com a mão no cabo de sua espada, que seria tirada de sua bainha no menor dos ruídos.

Dando um sinal silencioso a Vegeta, ele começa a caminhar em direção a porta de sua casa, desconfiado por ninguém estar de fato ali fora cuidando de suas terras, o que era no mínimo estranho.

Videl imitou seu marido, e começou a caminhar cautelosa ao lado de Gohan, que olhou feio para sua esposa, por ver que ela também lutaria caso houvesse algum perigo. Videl como resposta fez uma careta para ele, como se dissesse que não ficaria parada diante daquela situação.

Vegeta comandou, através de sinais, para alguns de seus homens acompanharem ele junto de Kakarotto para dentro daquela casa, enquanto o resto aguardava ordens diretas.

Gohan chegou a porta e a abriu com um chute, correndo para dentro com sua espada já em mãos, os outros, incluindo sua mulher, correram para dentro o imitando.

Todos pararam ao ver Yamcha, na sala principal, conversando com alguns dos homens de Gohan, com as mãos para cima.

- Calma, senhores – o conde disse um tanto assustado. – Invadimos as terras por um bom motivo, eu garanto.

- Conde Maclaurin? – resmungou Gohan guardando a espada em sua bainha. – O que faz em minhas terras?

Yamcha respirou profundamente, tinha acabado de explicar a situação aos homens de Gohan, mas concluiu que teria que repetir a história toda e o mais rápido possível, ao analisar as expressões desconfiadas de todos os presentes.

- Já está ciente que perdi a coroa, Barão? – perguntou Yamcha tentando dar início a conversa longa.

Quando o barão confirmou com a cabeça, ele pôde começar a explicar, mas assim o nome de Jewel foi dito, um dos Saiyajins, entrou em um estado de nervo que simplesmente foi difícil controlar a situação, que já não estava totalmente no controle.

*****

Cabeças iriam rolar.

Jewel estava com o diabo no corpo quando descobriu que Bulma não estava mais no castelo. Havia acordado cedo para colocar seu plano em prática, e qual foi a sua surpresa ao receber a notícia de que sua cunhada não estava em lugar nenhum do castelo.

Quando lhe foi informado que Yamcha havia ido embora à noite, com o que disseram ser duas concubinas, não foi difícil ele somar aquela equação.

Afinal, não somente Bulma e seu filho havia desaparecido do castelo, mas também Chichi com o recém-nascido.

Yamcha a partir daquele momento seria considerado um traidor e sua cabeça séria posta a prêmio. Pagaria caro por desafia-lo e atrapalhar seus planos. 

O ódio o consumiu, e ele precisaria ser aplacado de alguma forma, ou ao menos diminuída, por isso, não somente os guardas, que facilitaram a fuga de Bulma, sentiriam sua ira naquele exato momento.

- Tragam meu sogro aqui – ele ordenou com um grito, fazendo um dos guardas correrem para fora, provavelmente para obedecê-lo rapidamente.

*****

Bulma estava adormecida em um dos quartos, estava exausta por conta da noite agitada que teve, e seu filho, Trunks, dormia ao seu lado na cama.
Os olhos cansados estavam fechados, e o peito desvia e subia, enquanto ela ressonava, os lábios rosados estavam levemente abertos.

As coisas lá embaixo não estavam exatamente claras, pois, após Yamcha revelar o nome do novo rei, não somente Gohan entrou em surto, mas também Raditz, que imediatamente pensou em Tights e no perigo que ela poderia correr com aquele maldito vivo.

O conde tentou explicar, mas a confusão já estava armada, e todos falavam juntos, até mesmo achou que deveria falar de Kuririn, mas simplesmente não lhe davam espaço, então em meio as vozes alternadas, ele soltou que havia fugido com Bulma e Chichi, chegando assim as terras de Gohan.

Foi a vez de Kakarotto e Vegeta entrarem em surto, querendo saber aonde elas estavam e sobre os herdeiros, se os tinham trazido junto.

Yamcha suspirou pesadamente, estava impossível ter uma conversa civilizada, e ele não ia ficar gritando para ser ouvido. Então cruzou os braços e esperou quieto. Infelizmente para o conde, isso também não deu certo, vendo que Vegeta e Kakarotto o seguraram pelo colarinho, exigindo saber aonde estavam suas esposas e herdeiros. Somente naquele momento Yamcha se deu conta de algo importante. Como Vegeta sabia de seu herdeiro?

Não deu tempo de perguntar, pois Gohan se meteu, pedindo para os bárbaros soltarem Yamcha, e olhando para o mesmo, exigindo que levasse o lorde e o comandante até suas mulheres, e para depois voltar a sala principal, aonde lhe explicaria tudo, pois suas palavras não batiam com uma realidade aceitável.

Assim, depois de toda essa confusão, Vegeta entrou no quarto onde Yamcha disse estar Bulma, e então deparou-se com a aquela cena, dela dormindo tranquilamente ao lado de um bebê.
Ele entrou devagar, admirando a imagem que aqueceu seu coração. Trancando a porta com cuidado para não acordar ambos, ele finalmente se aproxima, chegando perto dos dois. Olhou para Bulma com certa mágoa, mas era inegável que seu coração acelerava na sua presença. Se abaixou e pegou o bebê em seu colo, com todo cuidado para não acorda-lo.

Um sorriso no canto dos lábios do lorde foi inevitável ao ver o quão semelhante ele era dele. O orgulho o dominou, por ter um herdeiro, um herdeiro homem. Quando o pequeno abriu os olhos, acordando, o coração de Vegeta se apertou. Ele tinha os olhos azuis, tão azuis quanto o da mãe.

- Como vou esquecer dela assim? – ele sussurrou para seu filho, que o olhava sério, mas sem sinais de que choraria. – Tinha que puxar logo os olhos de sua mãe.

Um resmungo saiu da garganta de Trunks, fazendo Vegeta rir discretamente.

Os olhos de Bulma se abriram com o pequeno barulho, antes não teria acontecido, mas desde que se tornou mãe, o menor dos ruidos a despertava de um sono pesado.

Sentou-se na cama assustada quando viu Vegeta de pé na beirada da cama, e com Trunks no colo.

- Vegeta? – ela sussurrou apavorada. – O que faz aqui? 

O lorde desviou os olhos de seu filho, e olhou para Bulma, que somente agora ele percebera que tinha acordado. Ela o olhava com o medo transbordando em seus olhos.

- Vim ver com meus próprios olhos a verdade, Bulma – Vegeta ajeitou o menino no colo, ficando mais ereto. – Você realmente ia esconder meu filho de mim?

Bulma se levantou da cama.

- Dei-me Trunks, Vegeta – ela exigiu, aproximando-se dele. – Me de meu filho.

- Seu? – Vegeta rosnou se afastando dela. – Quem disse que ele é seu?

Uma Noiva para o LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora