capítulo septuagésimo quinto

694 37 30
                                    

Demorou um pouco mais de um mês para Kuririn estabilizar o país. Sua coroação foi adiada por vários fatores, mas no fim, conseguiu finalmente ser declarado rei da Inglaterra.

Sua ira foi gigantesca ao saber que Jewel havia fugido. Na época, mandou vasculhar cada canto atrás do patife. Infelizmente, mais de trinta dias havia se passado e ainda não tinha pistas do paradeiro do maldito.

Também, outro caso que tomou bastante seu tempo, foi a retirada do barão Briefs do caixão de ferro. Por se tratar de um homem velho, o pouco tempo que ficou lá foi o suficiente para o mesmo adoecer, e se encontrava encamado desde então, aos cuidados da baronesa, sua esposa, e Bulma, sua filha caçula.

E por fim, tinha um último problema para ele resolver. Os divórcios de Vegeta com suas duas esposas. O de Maron era o mais simples, vendo que como era ilegal, por a primeira esposa não ter morrido realmente, era só esperar chegar a anulação. Em compensação, o de Bulma, era mais complicado. Não havia um motivo plausível para os dois se divorciarem, isso sem falar que havia um herdeiro. Sua cabeça estava fervilhando com isso, mas havia dado sua palavra ao lorde e agora teria que cumprir.

Seria tão mais fácil à ele, se ambos decidissem ficar juntos e acabasse com aquela guerra de egos.

- Droga! – resmungou o rei ajeitando os papéis sobre a mesa.

- Me chamou, majestade? – a voz de Lazuli o faz desviar os olhos da mesa, colocada na sala do trono por ordem dele.

Olhou Lazuli dos pés à cabeça, estava deslumbrante em seu vestido verde com mangas rendadas. O cabelo completamente loiro amarrado em uma trança embutida com a ponta jogada para o lado, seus olhos azuis brilhavam com a luz do dia, que entrava pelas janelas, e sua boca estava em um tom carmesim muito marcante em sua pele clara.

- Sim! Eu a chamei – ele se levantou, desviando da lateral da mesa e caminhando em direção a mulher.

Durante aquele curto período de tempo, entre seu retorno a Inglaterra e sua coroação, não pôde colocar suas ideias, em relação a Lazuli, no lugar. Ela o surpreendeu com sua atitude impetuosa e decidida para com ele em seu exílio.

Diferente do Whis pensava – e ele sabia que pensava, pois em duas oportunidades que teve fez piadas com o assunto –, Lazuli não o seduziu naquele quarto quando conversaram a sós.

Não, a discreta inglesa e, até então, um tanto invisível para seus olhos, se mostrou selvagem em outro aspecto. O jogando, literalmente, na parede e lhe dizendo verdades duras.

- Um Rei não se deve levar pelos seus sentimentos, príncipe Kuririn. Eu lembro de você valente, destemido e eu o admirava por isso, mas agora está aí, escondido como um covarde.

- Você precisa entender ... – ele ainda tentou rebater.

- Tudo isso por causa de uma quedinha? Patético. Bulma caiu do mesmo penhasco e voltou, ainda estando grávida.

- Não é isso...

- Ah, então é por conta de seu coração partido? – Kuririn arregalou os olhos na época. – Por perder seu pai ou por ter sido traído pela mulher que um dia amou ou ainda ama?

- Eu não a amo. Não mais. E como você...

- Paredes tem ouvidos, é só que o que tenho a dizer sobre esse assunto que não me interessa. Apenas toquei nele para abrir suas feridas e ver qual o seu real problema – um suspiro saiu dos lábios destemidos. – Vai continuar ai, escondido, enquanto o assassino do seu pai ocupa o SEU trono, ou agirá como o homem que eu sei que você é, e que está aí dentro de você, voltando assim comigo para a Inglaterra e o tomando de volta.

- Lazuli, eu não sou mais o homem que um dia eu fui.

- Não? Então entregará tudo de bandeja? Viverá para sempre nesse fim de mundo sabendo que decepcionou seu pai e seu país com suas atitudes egoístas e deprimentes?

Kuririn abaixou a cabeça não tendo coragem de responder.

- Que decepção. E tudo isso por uma mulher? Por alguém que não o valorizou – Lazuli estalou os lábios. – Poderia ter todas que quisesse, mas escolheu o fruto mais podre e agora quer reclamar do amargor dela?

Ele não ousava olha-la. Então Lazuli insistiu:

- Volte comigo, Kuririn, mostre a todos seu verdadeiro espírito, e faça qualquer uma que já o rejeitou e todos que o desafiou, se arrepender amargamente disso. Seja um homem de verdade.

Ela caminhou até ele e beijou-lhe a bochecha antes de sair do quarto.
Desde aquele dia, o príncipe não sabia dizer se foi as palavras de Lazuli que lhe trouxeram a coragem novamente ou se aquele beijo casto em sua bochecha. Porém, tinha uma coisa que ele sabia e tinha certeza, desde aquele dia, não havia parado de pensar nela, sua imagem se instalou em sua mente e não queria mais sair.

Então, começou a observa-la melhor. Sua voz, sua aparência atraente, seu jeito arrogante, seus gostos peculiares para a solidão e atividades isoladas, mas o que mais chamou a atenção de Kuririn, foi a discrição dela para tudo, isso lhe era inquietante, vendo que todas as mulheres com quem se interessou eram escandalosas e chamativas. Mas isso não lhe era mais atraente desde que se decepcionou com Maron, talvez por isso, Lazuli agora estava sendo tão cativante aos seus olhos.

- Aconteceu alguma coisa? – Indagou ela preocupada.

- Aconteceu sim – respondeu Kuririn quando parou na frente dela. – Estou com dificuldades em me concentrar e você é a culpada disso.

- Eu? – Lazuli abaixou as sobrancelhas e aparentemente se espantou. – O que eu fiz?

- O problema não é o que você fez, mas a atitude que não tomei ainda.

- Atitude? Do que o senhor...

Mas a frase é cortada com ele a puxando e capturando seus lábios ferozmente. Finalmente a sede por aquela boca sendo aplacada. Inicialmente, ela o impeliu assustada, mas quando sentiu as mãos dele apertando sua cintura, e a inclinado para baixo, tudo que Lazuli pôde fazer, foi render-se ao beijo apaixonado.

*****

Kiabe estava sentado junto a Nappa na mesa do almoço, o mesmo observava ao longe as duas mulheres que desde um constrangedor dia, não saiam de sua cabeça.

Inicialmente, ficou perturbado com aquilo, vendo que aparentemente era pecado. Chegou a confessar-se com o padre Champa, que agora parecia decidido a instalar-se ao clã Saiyajin, dizendo-lhe dos sonhos que tinha com Caulifla e Kale. Não contou ao sacerdote sobre o episódio no quarto das duas para não compromete-las, mesmo assim, o padre ficou horrorizado, dando-lhe uma penitência digna de um pecador grandioso. Seus joelhos ainda doíam de tanto tempo que passou ajoelhado naqueles grãos.

Infelizmente, mesmo depois de se redimir com Deus se confessando e cumprindo a penitência, ainda tinha pensamentos perversos com as duas. Então desistiu de se abrir com qualquer um que fosse, resolveu guardar seus sentimentos pecaminosos para si, já havia aceitado o inferno depois da morte.

- Deveria decidir entre as duas – disse Nappa fazendo Kiabe desviar o olhar das mulheres que roubavam seus pensamentos. – Não vê a confusão que dá ter duas esposas? Olhe para o nosso Lorde.

Kiabe arregalou os olhos para o guerreiro careca, depois de olhar para Vegeta, que parecia inquieto e não tocava na comida. Coisa comum desde que voltara da Inglaterra.

- Eu não quero duas esposas, eu...

- Não tinha decidido desposar Caulifla na festa de casamento de Raditz e Tights? – Nappa o cortou, a tempos estava curioso sobre esse assunto. – O que o fez desistir?

- Eu... – Kiabe começou a gaguejar. Era um péssimo mentiroso, então decidiu dizer a verdade. – É que eu quero as duas desde que...

- Desde... o que? – Nappa se coçava agora de curiosidade.

Kiabe inspirou profundamente e começou a contar a história, tudo aos sussurros para os outros homens sentados a mesa não escutar. Nappa arregalou os olhos em certos momentos e se desconfortou em outros, por fim, ficou horrorizado e perplexo.

- Despudoradas – resmungou o mais velho por fim. – Isso é falta de um homem, é falta sim.

Kiabe fez uma careta achando aquela frase de Nappa errada para ele. Não sabia porque, mas acreditava que não era falta de um homem que elas tinham.

Afinal, as duas eram órfãs, e sempre se cuidaram sozinhas. Trabalhavam, lutavam e aparentemente viviam bem, até mesmo para os prazeres da carne arrumaram um jeito de se virarem sem um homem. Claro, que biologicamente, não poderiam ter filhos, mas isso era algo que poderia ser resolvido com uma adoção, por exemplo, como fez Raditz ao se apaixonar por uma mulher que ele acreditava ser estéril.

- Não acho que lhes faltem um homem – por fim o mais jovem se opôs. – Mas isso não significa que eu não queira ser o homem delas.

- Está contaminado pelo pecado das duas, Kiabe – resmungou Nappa entredentes. – Mas quem sou eu para dizer o que você ou elas devem fazer, nunca me meti na vida alheia, não será agora que mudarei isso.

Kiabe acenou levemente a cabeça, admirava aquela neutralidade do guerreiro.

O silêncio voltou a rondar entre eles, e Kiabe voltou a admirar suas duas musas ao longe.

Nappa balançou a cabeça negativamente, e se aproximou de Kiabe, dizendo-lhe:

- Se as quer, diga isso à elas.

- O que? – ele assuntou-se. – Não, elas não aceitariam.

- Só saberá se tentar – Nappa ergueu os ombros levemente. – Elas não tem mentes corretas mesmo, um pecado a mais, um pecado a menos, não lhes fará diferença. Você não tem nada a perder.

Kiabe espantou-se, para um velho com pensamentos arcaicos, Nappa estava liberal demais em seus concelhos, talvez sua neutralidade a vida alheia lhe fazia ser assim. De qualquer forma, as palavras agiram como um diabinho de ombro para Kiabe.

O que ele tinha a perder, afinal?

Nada, respondeu-se em pensamento. Teria que tomar uma atitude para aplacar seus desejos. Ate porque, se o inferno o aguardava, que ele descesse com plenitude.

*****

Chichi andava de um lado para o outro com Goten em seu colo, estava nervosa e ansiosa para dia de amanhã. Por ordem do novo rei, teria que levar seu filho para o pai ver, vendo o que o mesmo exigiu que o levassem através de uma carta. Era seu direito e o mínimo que um pai exigiria naquela situação que os dois se encontravam.

- Você tem sorte, Chichi. Se seu marido não fosse um homem maleável, provavelmente estava exigindo a tutela do herdeiro, assim como o Lorde Saiyajin.

Kuririn não media as palavras para não ferir os sentimentos de uma dama, dizia o precisava dizer, independente se fosse homem ou mulher. Realmente ele voltara a ser o que era.

E em partes, Chichi concordava com Kuririn. Kakarotto, com toda certeza, era mais maleável que Vegeta, mas isso não queria dizer que ela não estava furiosa com ele, vendo que foi embora sem conversarem.

Ela usou esses dias para pensar na relação dos dois e em como ela se sentia em relação a Vados, que para sua raiva pessoal, havia de instalado no castelo. Evitava contato, pois sua vontade era pegar no pescoço dela e quebra-lo, como de uma galinha. Entanto, mesmo com esse ódio todo em relação a mulher, sua instalação no mesmo teto que ela mostrou que realmente ela e Kakarotto não tinham nada, vendo que o mesmo foi embora com dois quentes e um fervendo, e não a levou junto. Isso, além do que já tinha ouvido da boca da infeliz, a convenceu que errou em seu julgamento aos fatos.

Mas isso também não isentava Kakarotto totalmente da culpa, afinal, ele, mesmo não a tendo traído de fato, a abandonou grávida depois de descobrir que ela quase perdera o bebê. Ele, a isolou de sua vida, ignorando sua existência enquanto ficava de conversa com outra mulher, dando assim, abertura o suficiente para ela o beijar. Por isso, Chichi ainda tinha raiva de Kakarotto, e ainda pensava se o divórcio não era uma boa ideia.

Porém, ela ainda amava o desgraçado, e analisando tudo em um pacote, ela tinha dúvidas em seu coração. Poderia ela lhe dar outra chance? Será que ele realmente seria diferente se ela, por exemplo, engravidasse novamente? Ela não sabia dizer, e nem ousava pensar muito nisso, vendo que seu marido aparentemente desistiu dela, vendo que foi embora sem nem conversarem decentemente. Talvez o melhor fosse o divórcio mesmo.

- Olá, Chichi – a voz a faz parar de caminhar nos jardins do castelo.

Ela se vira, sorrindo, por reconhecer aquela voz e responde:

- Olá, Lápis.

Durante aquele mês que se passou, Lápis se manteve bastante próximo de Chichi. Ia visita-la no castelo constantemente. Os dois voltaram a amizade da infância, primeiramente lembrando-se dela e depois falando da vida adulta e dos problemas ao qual passaram desde que não se viram mais.

Lápis se abriu, dizendo que ainda não havia se casado por estar ocupado demais em crescer, com suas terras e exército, por isso, não havia tido tempo para pensar em família ainda.
Chichi, por sua vez, contou-lhe de seu casamento com Kakarotto e tudo que havia passado em sua gravidez, de como se sentia em relação as novas informações que tinha e as antigas.

- Aproveitando o pouco sol que a nesse lugar? – perguntou Lápis quando se aproximou o suficiente dela.

- Ah, não – riu Chichi. – Apenas estou respirando um ar e colocando as ideias no lugar.

- Está me parecendo preocupada – Lápis fez uma careta passando a mão na cabeça de Goten. – Aconteceu alguma coisa?

Chichi sorriu tristemente e contou sobre a carta e de que teria que ir às Terras Altas para o pai de seu filho o ver.

- E você não pode mandar outra pessoa em seu lugar? – Lápis não parecia feliz com a notícia.

- Até pensei em mandar meu pai, mas como Goten ainda depende de mim para comer, por conta da amamentação, não tenho outra opção.

Lápis colocou as mãos no quadril e abaixou a cabeça, parecia pensativo.

- Eu irei com você – por fim decidiu.

- O que? – ela se espantou. – Não precisa, eu não quero atrapalhar e outra, você tem seus afazeres e...

- Não estou pedindo, Chichi, estou apenas anunciando que irei com você.

Chichi ergueu as sobrancelhas surpresa.

- Dá pra ver que está preocupada e inquieta com esse reencontro, Chichi – Lápis sorriu. – Como amigo, lhe darei o apoio que precisa. Terá mais coragem de enfrentar seu marido assim.

- Obrigado! – foi tudo o que Chichi conseguiu dizer.

De certa forma, sentiu-se melhor sabendo que não precisaria ir sozinha encontrar seu marido, mesmo não sabendo como seria recebida por ele, tinha medo de seus sentimentos. Com Lápis, ela se sentiria mais corajosa. Ele vinha se mostrando um grande amigo, afinal.

*****

A respiração descompensada, o coração batendo mais devagar no peito. O fim estava próximo, mas aqueles que estavam à sua volta não queria aceitar.

Tinha vivido bastante, ele sabia disso, e para um mundo cheio de guerras e doenças, até que viveu em plenitude.
Sentia muitos arrependimentos, mas estava feliz em como viveu sua vida.

Bulma e sua mãe choravam ao ver como o barão estava, a idade o debilitou de anticorpos necessários para resistir ao frio e a fome que passou durante os dois dias que passou no caixão de ferro. Uma provável gripe, muito forte, o consumiu, fazendo assim seus dias serem os últimos.

Lutou bravamente contra a doença, mas ela o consumiu, fazendo assim, precisar de um padre para seus ritos finais.

Naquela noite, sua filha e sua esposa seguravam sua mão, uma de cada lado da cama.

Com a voz fraca, despediu-se primeiro de sua amada baronesa:

- Uma vida não seria o suficiente para ama-la como gostaria – disse e ganhou um beijo molhado em seus lábios, as lagrimas os deixando mais úmidos. – Diga a Tights, quando puder visita-la, que eu sempre a amei e que sinto muito por tê-la forçado a casar-se com aquele crápula.

- Vou dizer sim, meu amor – prometeu a baronesa com um sorriso triste.

- E quanto a você, minha pequena – Briefs apertou o mais forte que pôde a mão de Bulma. – A vida é um sopro, passa tão rápido quando as asas de um beija-flor, não disperdesse esse tempo com rancor e egoísmo. Faça de tudo para ser feliz.

Bulma mordeu o lábio para não chorar alto, então concordou com a cabeça, caindo sobre o corpo de Briefs chorando baixo.

- Eu te amo, papai.

Horas mais tarde, depois de dar um beijo em seu neto, o barão veio a falecer. Morreu com a expressão tão serena quanto a de um anjo.

*****

Chichi esperava o cocheiro arrumar as malas na carruagem, ao seu lado estava Lápis, com um semblante sério e intimidador.

- Que fatalidade a morte do Barão Briefs – Chichi tentou cortar o gelo. – Bulma está arrasada.

- Perder o pai deve ser doloroso – suspirou Lápis. – Você deseja ir ao enterro? Podemos ir às Terras Altas ao anoitecer.

- Não! – Chichi apertou Goten com mais força em seu colo. – Me sinto muito mal em velórios, é muito triste. Já expliquei a Bulma e a Baronesa meus motivos de não ir.

- Elas não se ofenderam?

- Não, me compreenderam e pediram para mim entregar essa carta a Tights – Chichi mostra a carta tirando-a de sua manga.

- Por Deus, havia me esquecido da primogênita deles. Ficará arrasada, certamente ficará – Lápis parecia realmente preocupado com os sentimentos de Tights ao receber a notícia.

- Pelo menos só precisarei entregar-lhe a carta, odiaria ser a portadora das palavras tristes.

- Vamos? – Indagou o cocheiro ao terminar de arrumar as malas.
Antes de Chichi responder, uma voz masculina a impediu.

- Duquesa? – era o visconde Kame.

Chichi se assuntou ao ver o velho homem, a muito tempo não o via, a última notícia que teve era de que estava viajando.

- Visconde? Não sabia que havia voltado.

- Voltei a pouco de viagem – suspirou ele ao chegar próximo dela. – Muitas notícias para absorver, tanta coisa aconteceu.

- Sim, bastante – Chichi enrugou a testa. – Infelizmente não estou com tempo para conversa, Visconde, como pode ver, estou saindo de viagem.

- Sim, seu pai acabou de me dizer – sorriu ele um tanto sem jeito. – Não quero ser inconveniente, mas posso ir com vocês?

- Por que? – Lápis perguntou desconfiado.

- Minhas duas filhas se encontram nas Terras Altas, por ambas terem casado com guerreiros Saiyajins. Estou com saudades.

- Oh – Chichi sorriu. – Que pai zeloso que é, Visconde. Acaba de ganhar minha admiração. Mas o senhor sabe da situação de sua caçula, Maron, com o Lorde Saiyajin, o Rei já pediu a anulação do casamento deles.

- Sim – o velho abaixou a cabeça. – É outro motivo para eu querer ir às Terras Altas, trarei Maron de volta, se trata de uma moça bonita e prendada, e com o dote que tenho a oferecer, não ficará só.

- Tudo bem então – Chichi diz por fim. – Precisa de um tempo para arrumar as malas.

- Não, estão feitas no meu quarto, por eu ter acabado de chegar de viagem não tive tempo de desfazê-las. Se puder busca-las para mim, cocheiro.

O mesmo obedeceu prontamente seu superior, indo aos aposentos de Kame para buscar-lhe as malas.

- E o enterro? Também não ficará por não gostar de velórios? – Lápis não parecia feliz com a nova companhia de viagem.

- Oh, não, já dei minhas condolências a viúva. Não faz diferença eu ir ao seu enterro.

Lápis bufou de uma maneira nada educada, fazendo Chichi dar-lhe um cutucão pelos maus modos.

Antes do meio-dia, estavam a caminho das Terras Altas.

*****

Logicamente, as terras de Jewel,  um dia depois de sua fuga, foi o primeiro lugar que o rei mandou vasculhar. O que infelizmente os guardas que foram ao local não sabiam, é que havia um porão subsolo na casa de Jewel. E era lá que se mantinha escondido, com a proteção de Dodoria, e seu exército que fingia ter se voltado contra seu senhor e estar a favor do novo rei.

Junto dele, estava Maron, que achou melhor manter-se invisível até poder colocar algum plano em ação.

Por sorte, ninguém importante do castelo sabia que ela havia retornado, por ter justamente colocado seus pés na Inglaterra quando Jewel assumiu o trono, sua presença foi totalmente ignorada por qualquer olhar que fosse. Ninguém sabia que ela não estava mais nas Terras Altas, nem ao menos sabiam que ela havia sido expulsa.

- Senhor? – Dodoria chamou Jewel abrindo a porta que levava para do porão para a casa.

- Sim, Dodoria.

- Acabei de receber a notícia que o Barão Briefs, seu sogro, morreu. O enterro será hoje a tarde.

Jewel, que estava sentado ao lado de Maron, em um sofá improvisado, em frente a lareira acesa pelo fogo –  tudo mundo sombrio por se tratar de um porão –, olhou para ela com um sorriso cruel.

- Acho que essa é a oportunidade que esperamos.

- O que quer dizer? – indagou Maron um tanto confusa. – Seu sogro morreu e...

- E essa é a brecha que você precisa para sequestrar o bebê de Bulma. Pegando o bebê, será fácil atrai-la para minhas garras.

- Como eu vou fazer isso? – Maron arregalou os olhos.

- Você tem passagem para entrar no castelo, diferente de mim. Será fácil. Todos estarão no velório – Jewel não estava com muita paciência.

- Mas e se Bulma levar o bebê ao enterro, o que eu...

- Então você a espera no quarto dela e seja rápida – Jewel revira os olhos. – Vamos, Maron, você conseguiu me tirar de lá, mesmo eu sendo um prisioneiro. É fácil para você tirar Bulma sem nenhum barulho.

- Só estou preocupada se Kuririn me ver, ele me odeia.

- Você consegue – Jewel deu dois tapinhas no ombro de Maron em sinal de incentivo.

- É – ela sorriu confiante. – Eu consigo sim. Então, quando nos livrarmos de Bulma e eu levar o bebê são e salvo para Vegeta, poderemos ser felizes.

- Claro! – Jewel sorriu de maneira sombria.



Uma Noiva para o LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora