capítulo quadragésimo sétimo

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*** Alerta de gatilho: Contém cenas de violência física e psicólogica, caso não goste desse tipo de leitura, aconselho não ler esse capítulo ***

Tights estava encolhida na carruagem quando chegaram a sua casa. O medo do que lhe aconteceria a consumindo. Durante o trajeto, Jewel não a agrediu ou lhe dirigiu a palavra. Mas ela sabia que quando chegasse em casa não escaparia das mãos covardes dele.

Saindo da carruagem, ele caminhou ferozmente até o outro lado, abrindo a pequena porta e a puxando.

Tights gritou quando sentiu seus fios capilares serem puxados, ela caiu no chão, e ele a arrastou, com brutalidade, pelos cabelos.

- Alguém me ajude – ela gritou entre lágrimas, sentindo a dor no coro cabeludo e a sua roupa se rasgando pelas pedras do chão ao qual era arrastada.

- Acha que alguém vai ajuda-la, sua puta – Jewel sorriu a puxando com mais força, fazendo ela gritar mais. – Você é minha esposa e eu posso até mata-la, que ninguém vai dizer que eu estou errado.

Os serviçais, guardas, e todos que trabalhavam ali, saíram para fora para ver o que acontecia, mas ninguém movia um músculo para ajudar Tights, observavam com pena o que ele fazia com ela. Apenas Dodoria olhava aquilo sem um pingo de pena em seus olhos, parecia apreciar o espetáculo.

Tights se segurou na grade do portão, se negando a entrar para dentro de casa, então Jewel a soltou, irritando por ela adiar o que aconteceria.

Se erguendo, ele começou a chuta-la, acertando o pé em suas costas e cabeça. Tights continuava a gritar, sentindo a dor pelas pancadas lhe atingindo.

- Para, por favor, para – ela começou a chorar, sentindo a cabeça ficar tonta pelos chutes.

Mas ele não parou, chutou-a até quase desmaiar, mais um pouco e ela apagava, e então, só ai, ele parou, quando ela não tinha mais forças nem para gritar.

Tights estava no chão, com a boca sangrando e o corpo dolorido, não conseguia se mexer, não conseguia falar, os olhos sem vida olhava para o nada, ela se sentia um nada.

Jewel suspirou, recuperando o fôlego por tamanho esforço para dar uma lição em sua esposa. Passando as mãos no cabelo, ele os joga para trás.

- Isso é tudo culpa sua, Tights – ele disse balançando a cabeça negativamente. – Não vê que sempre que faz coisas erradas eu tenho que disciplina-la?

Tights, mesmo com dor, se sentou lentamente, com certa dificuldade.

- Minha culpa? – disse ela indignada, sua voz rouca e baixa. – Então agora é minha culpa você ser um covarde?

Jewel arregalou os olhos. Como ela ousava falar com ele daquela maneira?

- Cuidado com suas palavras – ele alertou-a. – Posso ter que disciplina-la mais.

- Então o faça, meu odioso marido – ela gritou, sentindo a garganta queimar por fazer tal esforço. – Aliás, por quê não mata de uma vez? Prefiro a morte a ter que continuar com você. A ter que dividir a cama com você mais uma vez – ela fez uma careta enjoada. – Toda vez que me procura é o pior dos tormentos para mim, tenho vontade vomitar só de lembrar.

Jewel olhou para seus criados, que olhavam aquilo como uma grande apresentação. Ninguém falava nada, ninguém se movia, pareciam estátuas do julgamento. Apenas julgando tudo, sem tomar nenhuma atitude, sem ajudar em nada.

Jewel se enfureceu e voltou a pegar nos cabelos de Tights.

- Então prefere a morte? – ele sussurrou. – Vou dá-lhe o que quer, esposa.

Uma Noiva para o LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora