Uma Noiva para o Lorde

capítulo trigésimo quarto

A floresta das Terras Altas tinha semelhança com a da Inglaterra, decidiu Bulma enquanto descia do cavalo, e o amarrava em uma árvore. Florestas não eram muito diferentes umas das outras. Barulhos de animais, árvores para tudo quanto é lado, insetos no chão, pássaros voando e cantando, enfim, nada fora do comum para Bulma que já tinha feito aquele tipo de coisa várias vezes.
Quando estava entediada no castelo da Inglaterra, ela sempre dava um jeito de escapar com Chichi para caçar os animais, claro que elas nunca foram de matar os pobres em vão, não, aqueles que elas tiravam a vida era para comer. Não que faltasse alimento na cozinha do rei Beerus, mas o sabor de um animal fresco era muito melhor, sempre foi.

Sua mãe nunca aceitou esse lado selvagem de Bulma, queria que sua menina fosse delicada e amorosa como uma dama deveria ser, não uma sanguinária caçadora e assassina de animais, isso era coisa para homens.

- Quem decide o que as mulheres podem e não podem fazer?

Foi o que Bulma indagou para sua mãe enquanto jogava o porco do mato de quase dez quilos na mesa cozinha, assustando tanto a baronesa, quanto às cozinheiras reais, aquela foi a primeira vez que ela havia matado um animal, a algum tempo estava treinando com as flechas. Bulma tinha apenas quinze anos.

- A sociedade decide – a baronesa respondeu horrorizada enquanto Bulma tirava a flecha do bicho.

- Ótimo! Esperando pacientemente a sociedade desistir que é apropriado andar nua na rua para eu finalmente querer obedece-la – Bulma gargalhou e logo saiu correndo da cozinha, deixando as mulheres e sua mãe de bochechas vermelhas, bocas abertas e olhos arregalados.

- Por que você não é igual sua irmã, Bulma? – a voz da mãe dela havia saindo tão potente que Bulma pôde ouvir mesmo já estando no corredor.

A inglesa piscou os olhos voltando a realidade, que época boa aquela, pena ter passado tão rápido. Será que a baronesa Briefs ainda queria que Bulma parecesse com Tights? A falta de coragem da sua irmã mais velha foi o motivo de sua desgraça. Aceitava tudo que lhe empunhavam para ser uma dama respeitável, mesmo quando isso não era de seu agrado, claro que era seu sonho se apaixonar e casar, mas quando havia dinheiro envolvido em um casamento jamais o amor estaria junto dele. Jewel pagou uma fortuna no dote de Tights na época que ele quis desposa-la, ele era bonito e aparentemente romântico, mas o coração de Tights já havia sido fisgado, agora Bulma sabia o porque dela não querer corresponder ao galanteio de seu noivo.

Ajeitando o arco e a flecha nas mãos, Bulma começa a se aprofundar na mata, os passos curtos e delicados para não fazer nenhum barulho que assustassem os coelhos, fazendo os mesmos se esconderem em suas tocas.
Não demorou para o primeiro correr na sua frente, o disparo foi certeiro e a morte do animal rápida. Logo, como um chamariz pela morte do primeiro, surgiram os outros e Bulma os matava na primeira flechada, realmente era habilidosa com a arma. Os últimos dois que encontraram a morte diante de Bulma foram mortos com uma flechada apenas, a inglesa chegou a dar um pulo diante de um feito tão impressionante.

Com os bichos mortos e amarrados pelas pernas, Bulma caminhou até onde deixou seu cavalo e os amarrou de maneira firme na cela, para voltar ao castelo. Olhou para suas flechas antes de guarda-las na bolsa atrás das costas, e viu o quanto estavam sujas de sangue. O barulho das águas lhe chamou a atenção, seria interessante conhecer o rio que havia nas Terras Altas, além é claro, de aproveitar para limpar suas flechas. O sol ainda estava baixo, demoraria para a hora do almoço, então imaginou que tivesse tempo de se aventurar um pouco mais.

Subiu novamente no grande garanhão e galopou seguindo o barulho da água. Ficando mais e mais próximo, Bulma logo chega e suas pupilas se abrem em surpresa quando vê uma linda cachoeira de pelo menos cinco metros bem diante de seus olhos. As águas verdes formava um arco-íris magnífico acima da cachoeira. Era esplendoroso, uma das coisas mais lindas que ela já viu.