capítulo septuagésimo sexto

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Chichi chegava junto de Lápis e Kame as Terras Altas, sua entrada ao local foi fácil, vendo que já era esperada sua vinda.

De frente para a entrada do castelo, encontrava-se Kakarotto, com seus braços cruzados e com as feições um tanto fechadas, seus lábios em uma linha de nervosismo. Aparentemente parecia emburrado, mas era apenas uma máscara usada para disfarçar a emoção de ver Chichi novamente. Por Deus, ele a amava, amava o filho deles, não podia negar. Mas o orgulho ferido dele, por ela não confiar em sua palavra, por acreditar nas palavras de Vados e não nas deles antes disso, o manteve longe dela por mais um mês.

Usou esse tempo para pensar, como aconselhou o rei. Pensou em como seria sua vida caso decidisse pelo divórcio, de como se sentiria em perdê-la, e seus sentimentos mostravam que só de imaginar isso, seu coração já se partia. Era dolorido demais imaginar isso. Imagina viver a situação, seria um homem quebrado se caso concretizasse suas ideias.
Isso sem falar que existia Goten, seu pequeno e precioso herdeiro. Um filho homem, do qual ele já tinha muito amor e afeição. Claro que não demostrava isso como deveria, pois um guerreiro era, e como tal deveria agir, mas seu filho morava em seu coração, e lhe doeria muito ter que viver longe dele, mas a ideia de toma-lo de Chichi, caso o divórcio fosse a única solução, era tão doloroso quanto. Lembrava-se daquele dia no quarto, dela chorando e com a voz embargada, enquanto conversava com o pequeno, por medo de perdê-lo. Não! Kakarotto não conseguiria ser cruel ao ponto de tirar um filho de uma mãe – mãe essa que era o amor da sua vida –, para  ficar com a criança. Não teria um dia sequer de paz se fosse o portador da dor de Chichi.

Ao chegar a essa constatação, Kakarotto surpreendeu-se com ele mesmo. Como uma mulher podia mudar um homem. Logo ele, alguém um tanto egoísta, que se importava muito mais com suas conquistas e hierarquia –  tanto, que no passado, não mediu esforços para tomar o lugar de comandante que por direito era de seu irmão mais velho –, mas agora, media suas ações para não magoar Chichi, mais do que já magoara.

Confuso, foi a procura de seu irmão, Raditz, que podia compreendê-lo. Afinal, já havia sofrido por amor.

- Você tem que estabelecer suas prioridades, Kakarotto. O que mais vale a pena na sua vida? Viver ao lado da mulher e do filho que ama? Ou viver amargurado e sozinho somente pelo fato dela não ter acreditado em sua palavra?

Kakarotto não soube responder de imediato, ficou até um pouco zangado pela forma direta que seu irmão impôs suas opções, mas logo compreendeu a intenção do mais velho. Afinal, ele tinha duas opções: Ou lutava por ela, ou desistia dela.

Quando viu a carruagem chegando, decidiu-se de imediato, pois só o fato dele saber que ela estava lá dentro, sentiu seu coração disparar. Kakarotto sabia o que queria, então decidiu deixar o orgulho de lado e lutar por ela. Um sorriso surgiu nos lábios do guerreiro quando a carruagem parou diante dele, desceu as escadas animado, mas algo o bloqueou de um provável beijo em sua esposa e uma declaração de amor.

Um homem, que para ele não lhe era estranho, desceu da carruagem, pegando na mão de sua mulher e ajudando-a a descer.

O clima ficou tenso, e novamente a carranca de Kakarotto ganhou vida, mas dessa vez não era pelo nervosismo de ver sua Chichi novamente, não, seu nervosismo tinha outro nome agora, e ele não gostou nada daquele sentimento, pois, pela primeira vez na vida, o comandante sentiu ciúmes.

- Boa tarde, senhor – Chichi abaixou a cabeça um tanto constrangida pela carranca de Kakarotto. – Como pediu, trouxe nosso filho para você vê-lo.

Kakarotto olhou para a criança no colo de Chichi, mas ainda assim não conseguiu sorrir, voltou a olhar com raiva para Lápis que o encarava com a mesma expressão fechada.

Uma Noiva para o LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora