Capítulo 24 ~ Rendidos

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(...)

Organizar o local levou-me mais de meia hora e depois anda tive de procurar as fichas dos rapazes. Pelo que percebi são uns 25 e treinam todos pelo mesmo: serem campeões. Imagino que seja difícil um ser grande e os outros não. 
Analisei todas as fichas com cuidado até que uma me chamou mais à atenção. Não só por ser do único lutador que eu conheço, mas também por causa dos hábitos. Já fumou e já bebeu muito. Normalmente tem problemas de sono e o seu maior vício é o café. Já percebo bem porquê que ele não dorme e está sempre tão mal disposto. Peguei no meu bloco e decidi caminhar até ao salão de treino. Preciso de medir a tensão arterial durante e pouco depois do treino.

Ouvi uns assobios assim que entrei no salão e a maioria parou para me ver passar. Começo pelo primeiro da ponta.

“Podem continuar o que estavam a fazer!” Zayn interrompe as suas pausas. Mesmo contrariados, continuam no treino.

(...)

Aproximei-me com a máquina e o caderno do rapaz dos caracois que treinava ferozmente. Sim, ele esforça-se demasiado, mas como hoje nunca vi. Parece que ele está a descarregar a raiva toda. O seu longo cabelo comprido está apenas preso por um elástico e o seu rosto ainda meio magoado no nariz. No entanto, nada como aparecia nas noticias.

“Harry Edward Styles.” Disse atrás dele e este estremeceu.

“Sim.” Virou-se lentamente.

“Estou a fazer uns testes de saúde e queria começar pela tensão arterial.” Ele assentiu e sentou-se no banco do seu lado. É possível alguém ficar tão sensual suado? – Calma lá Julianne. Olha a tensão! – Exato!

Aproximei-me dele ajoelhando-me à sua frente. Pausei o seu braço no seu joelho e coloquei a pequena braçadeira apertando-a. Ele olhava-me atento. Tanto ele como os outros que haviam parado para me ver trabalhar.

“Parece-me que o teu primeiro dia já te está a render admiradores.” Revirei os olhos.

“Já cá faltavam os teus comentários.”

“De calções, no meio os rapazes, não devias esperar mais nada.”

“Tarados.” Disse enquanto retirava a bracelete. E registava o resultado. Levantei-me e ele ficou a olhar-me.

“Eu dizia-te o tarado.”

“Vou fazer de conta que nem ouvi.”

“Não deves ser santa nenhuma.”

“Para Harry!” pedi e ele assentiu. “Hoje pareces mais aplicado do que do costume.”

“Estava a descarregar energia negativa. Tens de arranjar uma maneira de descarregar a tua.”

“Eu descarrego no piano.”

“Bem me parecia quando ouvi!”

“Vou continuar o meu trabalho.”

“Queres sair logo?” arregalei os olhos.

“Não, desculpa. Tenho algo combinado.” Ele sorriu de lado.

“Namorado?”

“Amigo.” Esclareci.

“Então porque não sair comigo? Vais-me dizer que ele é melhor que eu?”

“Harry, fica na tua, se fazes favor.” Disse e saí do local.

Ele tem sorte. Já acabou o treino e eu ainda tenho 1 hora de trabalho pela frente antes de ir embora. No entanto, tenho de levar com as piadas estúpidas dele a toda a hora. Como eu ODEIO este rapaz!

(...)

“Olá...” Sussurrei assim que entrei pela porta a dentro.

“Jul, entra.” Vejo um vulto a aproximar-se. Já disse que odeio o escuro nestas alturas. O seu braço nu passou por trás da minha cintura e ele beijou-me o rosto.

“Estás todo molhado.” Reparo assim que algumas gotas da sua cara molham a minha.

“Desculpa docinho. Cheguei agora do trabalho e precisava de um banho.” Olhei-o atentamente e notei no seu cabelo molhado e peito descoberto.

“Vai-te mas é vestir.” Dou-lhe uma pancadinha no ombro.

“Anda cá.” Ele diz e corre atrás de mim para me abraçar.

“Nem penses.” Quase grito entre risos. Assim que dou conta o meu corpo embate no chão. Boa! – És sempre a mesma coisa, Julianne. – Obrigado pela parte que me toca.
Mas não só eu caí, como ele acabou por tropeçar e cair também. Adivinhem onde. Exato, em cima de mim. “Pocha.” O seu cabelo pingava na minha cara e pelo seu peito, ainda molhado, escorriam pequenas gotas. Só nesse momento havia percebido que ele estava apenas de toalha, visto que senti as suas pernas entrelaçadas com as minhas. Os seus braços musculados sustentavam o seu corpo e a sua boca estava a centímetros da minha.

“Ficas a saber que ficas mesmo linda aí de cabelo espalhado pelo chão.” A sua respiração era acelerada.

“Para de brincar.” Pausei. “Vim para conversar como tu pediste.”

“Humhum.” Sentia o seu olhar em mim. A pouca luz que entrava na sala, fez-me perceber isso.

“Já podes sair e cima de mim.” Pedi meio impaciente.

“Estou com vontade de te beijar.” Ele surpreende-me.

“Mas....” Senti o seu dedo indicador nos meus lábios.

“Simplesmente relaxa. Não te vou fazer mal nenhum.” A sua boca aproximou-se do meu rosto lentamente. Senti os seus lábios tocarem nas minhas maçãs do rosto e seguirem até à minha orelha. Assim que ele mordeu o lóbulo desta, estremeci quase automaticamente. O meu corpo arrepiou-se de uma maneira que nem eu mesmo podia controlar. Ao de leve mordiscou a pele do meu pescoço e depois depositou lá uns beijos. As minhas mãos já estavam na sua nuca a puxar o seu cabelo. O ar saia muito dificilmente de dentro da minha boca quase em forma de suspiros pesados. Lá seguiu o seu rasto de beijos até à alça da minha t-shirt e, agregada a ela, a alça do meu soutien. A sua mão direita agarrava-me a cintura e senti-o sorrir contra a minha pele. De seguida, os seus dentes fizeram deslizar as alças pelo meu braço e encheu o espaço, anteriormente ocupado por elas, com um rasto de beijos e mordidelas.

“Amor....” Sussurrei entre suspiros pesados.

The Girl behind the Mask ✗Onde histórias criam vida. Descubra agora