"Ela é sempre assim tão atiradiça?" Ele já estava de volta.
"Só com todos os rapazes bonitos."
"Incomoda-te?"
"De tu e ela...?" Assentiu. "Claro que não. Os dois fazem o mesmo género."
"Mesmo género?" Arqueou as sobrancelhas. Vício idiota.
"Sim, os dois têm essa ideia de que somos livres para dormir com uma pessoa diferente todos as noites."
"Não é bem assim. Ontem dormi no sofá da tua sala."
"E então, uma vez por outra não te faz mal."
"Queres saber uma coisa?"
"Não."
"Vou dizer na mesma." bufou. "Não durmo com pessoas com essa frequência toda que tu imaginas. Assim tenho mais fama que proveito."
"Não quero saber."
"A tua prima quer."
"Harry, não quero mesmo saber." Quase gritei na cara dele.
"OK,OK." ele suspirou. "Voltas comigo para Holmes?"
" Sim, assim evito transportes públicos."
"Então e já decidiste se ficas comigo?"
"Primeiro preciso de resolver uns problemas. Vou ficar em casa da Leah esta noite."
"Leah?"
"Sei que não te interessa mas a Leah é neta do irmão do dono da loja de música."
"O dos pianos?"
"Sim."
"A nova enfermeira?"
"Sim, essa."
"Exato, não me importa."
"Eu sei." Suspirei e vi Cloe e James, o filho da vizinha a conversar debaixo da árvore.
"Ele quer comê-lá" Harry atira percebendo o local onde se focava a minha atenção.
"Harry!" repreendi. "Eles são amigos."
"Que estão mais que enrolados..." completou.
"O amor é bonito sabias?"
"O amor é uma merda. As pessoas só se magoam."
"Isso é mentira. Estar apaixonado é a sensação mais loucamente entusiasmante."
"Julianne, tens de parar de ler essa merda de romances."
"Devias ler mais. Pensarias mais no amor e menos no prazer."
"Prazer e amor são coisas demasiado opostas, nunca as ligaria. O prazer faz-nos ser nós mesmos, relaxa. Já o amor só fode os nossos dias."
"Não sabes o que dizes."
"Aposto que a tua ausência no trabalho deve-se a algum caralho que não te conseguiu foder e tu pensavas que era amor." Parecia mal humorado. Deem as boas vindas ao Harry idiota.
"Isso já é a minha vida. Não sabes do que falas. Para tua informação, ele pode ter errado mas não deixa de ser o rapaz de que eu gosto." Levantei-me bruscamente. "Ele teve mais amor de mim do que tu algum dia vais ter de uma das tuas namoradas." Comecei a afastar-me.
"Para tua informação não preciso seja lá do que for." Agarrou o meu braço.
"Toda a gente precisa de amor."
"Ninguém precisa de um amor qualquer." Atirou e eu soltei-me. Virei as costas. Ele não acrescentou mais nada.
(...)
"Estava a ver que nunca mais."Leah abraçou-me. "Parabéns, minha princesa!"
"Obrigado, anjo."
"Tens de me explicar porquê que não me disseste para te ir buscar a central de camionagem. Podias demorar menos."
"Precisava de pensar um pouco antes de voltar."
"Deixa-me ver se percebi. Desapareceste das aulas porque viste dois rapaz da mota, saiste feito uma doida e Acabaste no hospital com o idiota do boxer."
"Ainda há mais..." ela parecia chocada.
"Mais ainda?"
"Eu e Harry tornamo-nos próximos. Dormi na casa dele e ele na minha e acabamos por discutir hoje no meu aniversário."
"Ele foi a Crewe?"
"De propósito para ser o primeiro a desejar-me os parabéns."
"Ele gosta de ti."
"Não, ele é o segundo rapaz da mota."
"Hã? O segundo?"
"Ele em todas as vezes que esteve comigo relembrou que me ajudou e abrigou para ajudar um amigo. Tal como o segundo rapaz da mota disse ao primeiro. O Harry mora num barracão que era do rapaz da mota e disse que um conhecido do Zayn lho vendeu."
"Espera. Zayn é o agente do Harry?"
"Exatamente. O Zayn tem andado demasiado preocupado comigo. Eles usam o mesmo perfume."
"Que porcaria." De repente o seu olhar mudou. "Então o Zayn é..."
"O rapaz da mota." concluí.
"E tu não deste por nada?"
"Sim, sou idiota."
"Ele é que é por fazes estes jogos contigo." Bufou visivelmente chateada. "Tens a noção que andava interessada no moreno?"
"Por isso é que estás assim?"
"Também. No dia seguinte à luta, passei por ele e recebi um sorriso fascinante. Adivinha, no primeiro dia a serio entrei no ginásio, fui recebida por um monte de papeis com corações no gabinete colados na parede. No final do dia, recebi um bilhete a pedir para esperar no estacionamento. Adivinha, era ele. O Zayn estava lá para me dar o número dele."
"Ele é tão idiota."
"Calma, pode até nem ser ele."
"Amanhã saberemos."
"O quê que estás a pensar fazer?"
"Eu vou fazer uma armadilha. O rapaz da mota vai ter comigo."
"Mas nem sabes onde o encontrar."
"Por acaso sei." ela olhou-me chocada. "Seja quem for, está no ginásio amanhã. O Harry tem pouquíssimos amigos pelos quais ele faria um sacrifício como me aturar que, segundo ele, é uma tarefa por vezes difícil."
"Como o Harry está demasiado enfiado no ginásio..." ela seguiu o meu raciocínio. " Só pode ser um dos rapazes. Isso faz sentido! Como é que chegaste lá?"
"Se não fosse alguém do ginásio, como é que o rapaz da mota saberia que eu estaria lá naquela noite?"
"Entendo."
"E é aí que tu entras."
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The Girl behind the Mask ✗
JugendliteraturEscolhas. Talvez a coisa mais dura que fazemos na nossa vida. Eu fui uma escolha dos meus pais, e isso demonstra quanta responsabilidade cai sobre os ombros de quem escolhe. Estaria aqui a tentar explicar o porquê das escolhas serem tão duras, mas s...