Capítulo 29 ~ Perto da verdade

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"Bom dia." Harry soa sonolento.

"Bom dia, Sr. Styles!" Ouvi a enfermeira. "Já adormeceu de novo?"

"Ela já acordou?" Harry soa surpreendido.

"Sim." Confirma a técnica de saúde. "Parecia que um tornado passara pela sua cabeça. De pouco se lembra e as dores de cabeça são normais."

"Fora isso ja passou certo?"

"Sim. Peço-lhe que não a deixe ficar nervosa. Só amanhã terá alta."

"Tudo bem."

"Julianne, hora do pequeno almoço." Ouvi a enfermeira sussurrar perto do meu ouvido e lentamente abri os olhos. Lá estavam os dois com os olhares postos em mim.

"Bom dia." A minha voz soou mais rouca do que esperava.

"Como te sentes?" A enfermeira pergunta. O meu olhar prende-se no de Harry queimando-me por dentro.

"Estou só com dores, como à pouco. " respondi sem sequer desviar o olhar. Até que ele o faz saindo da sala.

"Vou deixar-te a comer." Informou. "Logo de seguida tomas isto,  está bem?" Assenti colocando o comprimido no tabuleiro da comida.

Fui comendo lentamente ate me aperceber que a porta abria de novo. O rapaz dos olhos verde esmeralda caminhou até ao sofá sem proferir uma só palavra. Já parecia mais acordado agora e talvez mais pensativo.

"Harry?"

"Diz." Murmura.

"Eu consegui ouvir-te. Tu sabes...enquanto eu dormia."

"Ouviste o quê exatamente?" Ele parecia frio e nervoso.

"Tudo." Sussurrei assim que o meu olhar encontrou o seu.

"Jul!" Ouvi gritar enquanto a porta abria num estrondo. "Estávamos preocupados." Cloe abraçou-me e Ben já estava em cima de mim.

"Meninos, cuidado." A minha mãe entra depois. Típico dela que gosta de dar passos pequenos. "Como te sentes amor?"

"Agora melhor." Segurei a sua mão. "Como soubeste de mim?"

"O teu amigo colorido ligou-me." Olhei Harry que tinha as mãos no ar como sinal de rendição. O Ben levantou-se da cama e andou até Harry. O silêncio prevalecia entre eles. O rapaz de caracóis baixou-se ao nível do meu irmão.

"Ficas à saber que ela odeia que mexam nas suas coisas. É meio..." Bem parou para escolher palavras.

"Psicótica?" Harry gozou.

"Se isso significar maluca, então sim." Lá começou a gargalhada masculina. Deram um aperto de mãos para celebrar a estupidez conjunta. "Sou o Ben."

"Harry." Cloe olhava-o atento.

"Harry, tipo, Harry Styles, o bóxer?"

"Exatamente esse." Parece orgulhoso.

"Como não me disseste que conhecias o Harry? " Cloe soa como uma adolescente desvairada.

"Desde quando gostas de boxe?" Questionei.

"Já viste bem os lutadores? Vê lá se não vale a pena." Cloe soa perversamente.

"Cloe!" Repreensão materna enviada.

"Quem diz verdade não merece castigo" concordo. "Ben, faz as honras." Pico e ele revira os olhos.

"Bom, Eu sou o Ben, como podes ter reparado e aquela é a Cloe. Somos irmãos da Julianne." Harry parece surpreendido.

"Eu como sabem sou o Harry." Sorriu simplesmente. Espera aí!  Quem é aquele e o que fez ao Harry otário e completamente porco? "Vou só comer qualquer coisa e já volto."

(...)

Harry brincava no telemóvel sentado no sofá, tal Como Ben. É verdade. A enfermeira deixou-os passar o dia comigo. Já escureceu, devido ao hora de inverno. Aqui às 17 horas já escurece.

"Então e domingo já pensaste no que vais vestir?" A animação da minha irmã é notável.

"Domingo?" Harry olha Bem que encolhe od ombros.

"Sim, não irei à luta lembras-te?"

"Não percebi ainda o motivo." O rapaz estava mesmo despistado.

"Aniversário da Julianne, não sabias?" Ben interveio.

"Não." O meu olhar encontrou o dele.

"Bom,  nós vamos embora que viagem é demorada. O tempo não ajuda." A minha mãe despede-se com um beijo na testa.

"Exato." Cloe ri.

"Eu levo-os à saída do hospital." Harry ofereceu.

"Não obrigado. Tenho de agradecer o apoio que tens dado à Julianne."

"Somos amigos. Devo-lhe isso." A minha mãe simplesmente sorri e sai a seguir aos meus irmãos.

Harry voltou a repetir o gesto de há umas horas e simplesmente sentou-se no sofá em silêncio. Parecemos  um casal chato e cheio de problemas.

"Fala alguma coisa." Ele resmunga fazendo-me lembrar alguém.

"Porquê finges ser alguém que não és? Quer dizer, hoje não és o mesmo. "

"Qual te parece  ser o verdadeiro Harry?"

"O normal, dos outros dias."

"Porquê? "

"O Harry que eu conheço não estaria aqui, comigo, a conviver com a minha família."

"Eu tenho as minhas razões." Virou a cara para as mãos.

"Quais?"

"Porra, Julianne. Também metes-te em tudo."

"É a minha vida."bufo.

"Mas isto são assuntos meus." Resmungou.

Eu estava mesmo alterada. Queria passar-me e ir lá gritar-lhe na cara. Mas não. Tenho de ficar aqui a fazer-me de civilizada. E a porcaria da dor de cabeça voltou. A dor e as tonturas. Mas a minha raiva é tão grande. Tudo começou com a reconciliação com o meu príncipe,  que depois se multiplicou e acabei nas mãos de um homem provavelmente drogado que também morreu. Agora estou aqui com o idiota do Harry emperuado Styles!

"Julianne." A enfermeira entrou de rompante na sala e Harry levantou-se. "Eu disse-te para não te enervares." Relembrou tirando um comprimido da caixa.

"Foi só raiva."sussurrei.

"Mas isso deixou-te nervosa. Não pode ser."

"Tudo bem." Expirei pesadamente e meti o fármaco na boca.

"Agora vê se descansas." Saiu apressada e só lançou um olhar de morte ao Harry que saiu seguido dela. A minha visão estava agora turva e os olhos já não estavam a cooperar. Sinto-me a dormir mas ouço. Sinto-me estranha com isso.

Ouço umas botas a arrastarem no chão depois do chiar da porta. A sua mão pausa na minha e continuo sem perceber.

"Estou aqui, princesa." É ele! "Vejo que o Harry está a tomar conta de ti. Fico feliz por isso." Beijou o meu rosto. "Tenho saudades dos nossos momentos." Depositou um beijo leve nos meus lábios. Seu atrasado, não podes ir e vir sempre que te apetece! "Eu sei que me tinhas mandado afastar, mas é impossível fazê-lo. Amor, somos um. É como água e azeite, devido a polaridade das moléculas nunca se juntam mas permanecem agarrados. Tens o teu feitio e eu o meu,  mas não deixas de ser a minha "one and only"." Beijou de novo os meus lábios. "Queria poder levar-te para a minha, a nossa casa, o nosso esconderijo. Podíamos ser tão felizes." Pausou. "Viciei no teu sorriso, na forma como os teus lábios transmitem claramente o que sentes. Eles mexem-se de uma maneira tão intensa que fico magnetizado quando falas. Não vou ficar aqui a ser honesto. Precisas de descansar. Amo-te mesmo, nunca te esqueças. "

Tentei apertar a sua mão e não fui capaz. Ele simplesmente saiu e eu fiquei. Segundos depois a porta abre de novo e alguém baixa a grade da cama, sentando-se do meu lado. A pessoa pega na minha mão exatamente como há pouco, ou pode ser apenas falta do rapaz da mota.

The Girl behind the Mask ✗Onde histórias criam vida. Descubra agora