Capítulo 37 ~ Sparks

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Já lá vai quase um mês e meio. Parece que passou mais de uma eternidade. Contei cada dia, cada hora, cada minuto. Parecia que o meu tempo não andava mais para a frente. Tecnicamente acabei por ficar em casa do Harry. Ele nem sequer sabe porque teve uma viagem de negócios junto com o resto da equipa. Haviam muitas lutas em atraso para realizar, afinal o clube precisa de render dinheiro. Como era de se esperar o rapaz da mota também não apareceu mais. O que mais me revolta é o facto de ele me ter mentido, me ter usado. Nos primeiros dias, esperei que ele aparecesse no local do costume e adivinhem, ele não apareceu. A Leah ficou revoltada tal como eu. Ela esperava uma resposta do Zayn e ele sumiu. Eu esperava do rapaz da mota. Eles viajaram no dia 10 e mesmo assim já tinha desaparecido antes. Ele riu-se às minhas custas e isso não lhe perdoo. Chega disto do vai e vem, ele vai ter de pagar.

Agora vocês devem estar a perguntar-se como é que eu entrei. Pois bem, num certo dia do inicio de novembro, isto é, no mês passado, cruzei-me com a Gemma. Ela tinha ido ao shopping fazer compras e eu tinha ido comprar coisas que eu estava a precisar. Acabamos por ficar a lanchar juntas, junto com uma rapariga que meio que me olhava de lado chamada Emily. Assim que o assunto foi Harry, a sua cara ficou pálida, mas nem quero saber a razão. Quando contei à irmã do bóxer que estava a morar numa pensão perto do meu trabalho ela ficou preocupada comigo. Contei-lhe que havia discutido com o Harry e que não sabia se a sua proposta estava de pé. Ela, excêntrica como só ela, ofereceu-se para me dar a chave da casa dele dizendo que ele não se iria importar. Meio reticente, e como ela tem uma insistência enorme, acabei por ceder aceitando o convite.

Cá estou eu. Larguei a pensão e arranjei-me na já melhorada casa do bóxer. Não sabia a sua reação quando me visse no local, mas isso não faz mal agora. De vez em quando sou visitada pela Anne e pela Gemma para ver se preciso de algo. Acho a mãe do Harry tão doce que me faz lembrar a minha. Por falar na minha, com isto de poupar não tenho podido ir a casa. Além disso teria de lhes contar que estou a viver sozinha numa casa que não é minha. Pelo Skype, local de contacto quase diário com a Cloe e a minha mãe, negociei com o meu pai que iria sustentar-me e que apenas aceitaria o seu dinheiro para me aguentar na universidade.

O frio de dezembro bateu no meu rosto causando-me arrepios. Hoje é dia 6 de dezembro e esta manhã de sábado prova a aproximação com o inverno. Quase que nem dá vontade de sair de casa. A leve camada de gelo espalhada nas estradas e as luzes de natal a enfeitar as ruas são a melhor combinação do inverno. Parece que o meu interior aquece com esta visão. Eu amo o natal, toda a minha vida amei. Cada detalhe que dele advém, deixa-me entusiasmada como eu fosse uma criança de 5 anos.

Caminhei pela rua do mercado procurando algo especial. Este ano quero uma arvore de natal. Posso não estar em casa mas também mereço uma arvore. Tenho de comprar alguns enfeites e luzes para enfeitar a casa.

(...)

"Julianne?" ouvi chamarem-me e automaticamente o meu corpo rodou. "Deixa-me ajudar-te." pediu e eu assenti. As alças dos sacos passam das minhas mãos para as suas.

"Ha tanto tempo que eu não te via." admiti.

"Sim, é verdade." Ben sorri. "Onde tens andado?"

"Como mudei de casa andei até agora a decorar tudo."

"Onde estás agora?"

"Em casa do Harry?"

"Sim." sorri

"Vocês namoram?" olhou-me embaraçado.

"Claro que não. Ele desponibilizou-me a sua casa para ficar durante uns tempos. Ainda não tenho muito dinheiro para comprar um sitio para mim. Na verdade, ele não sabe ainda que me mudei, nunca mais consegui falar com ele sobre isso."

The Girl behind the Mask ✗Onde histórias criam vida. Descubra agora