Harry aparecia nas fotografias com uma rapariga loira muito bonita. Quando reparei na data percebi serem de há um ano e meio atrás. Os dois sorriam alegremente como se fossem inseparáveis e a maneira como se tocavam mostrava que trocavam sentimentos. Eles pareciam bem mais do que amigos. Mas quem seria aquela rapariga?
Mesmo sabendo que era errado, peguei numa das fotografias e guardei-a no meu bolso. Eu preciso mesmo de saber quem é a rapariga da fotografia. Se bem conheço o Harry, quando ele esconde algo, é porque não quer falar disso. Por saber que não terei respostas dele, vou procurar respostas por mim.
Acabei por juntar as minhas coisas todas. Decidi mesmo que vou sair daqui.
(...)
Depois de uma manhã caótica e de duas horas a fazer trabalhos de grupo inúteis finalmente pude sair da universidade. A minha sorte é que amanhã já é sexta-feira porque sinceramente não tenho tido muita cabeça para isso. Olhei o telemóvel, 3 de Março. Faz hoje 17 dias que ele desapareceu e não me deixou notícias. Se ele pensa que quando voltar vou estar à sua espera, está muito enganado.
"Onde vais?" Jessica abordou-me pelo caminho.
"Vou à loja de música no fundo da rua." Informei.
"Vais voltar a tocar?" Ela sorri imensamente.
"Não. Vou falar com o meu antigo patrão."
"Vais voltar a trabalhar lá?"
"Também não." Esclareci. "Vou só conversar com ele. Preciso de um piano por uns 5 minutos."
"Já arranjaste casa?" Jessica pergunta meio a medo.
"Vou tratar disso hoje. Já estive a ver uns anúncios no jornal de manhã."
"Espero que encontres um sítio bom para ti."
"Eu preciso é de um trabalho. Não posso pedir dinheiro aos meus pais."
"Acho que te posso ajudar nisso." Ela diz pegando num bloco de notas e numa caneta. "Aparece logo ao final da tarde neste sítio."
"O que é?"
"Depois vês. Eles estavam a precisar de alguém que trabalhe em part-time. Acho que conseguias fazê-lo."
"Tudo bem." Guardei o papel na mala. "Obrigada."
"Tenho mesmo de ir agora. Boa sorte." Ela abraça-me.
"Até amanhã." Disse vendo a rapariga entrar no carro acenando. Hoje estava um dia terrível de chuva. Há muito tempo que não via Holmes Chapel com as ruas tão inundadas.
Abri a porta à minha frente ouvindo o sino tocar. Guardei o meu guarda chuva à entrada e dei um passo em frente.
"Boa tarde." O rapaz à minha frente aparece com um sorriso enorme no rosto.
"Boa tarde." Não consegui não lhe sorrir de volta. "O dono está?"
"Quem é, Liam?"
"É a rapariga de ontem." Ele anuncia e o senhor aparece com uma capa na mão. Quando o seu olhar cai sobre mim começa a caminhar na minha direção. "Oh Julianne... minha doce Julianne." Ele abraçou-me apertadamente e depois pegou na minha mão. "Onde tens andado?"
"Por aí. Como disse, andava com uns problemas." Confessei e ele puxou-me para me sentar no sofá da entrada.
"Já estão resolvidos?"
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The Girl behind the Mask ✗
Novela JuvenilEscolhas. Talvez a coisa mais dura que fazemos na nossa vida. Eu fui uma escolha dos meus pais, e isso demonstra quanta responsabilidade cai sobre os ombros de quem escolhe. Estaria aqui a tentar explicar o porquê das escolhas serem tão duras, mas s...