"Divertir-me sem ficar presa a nada.""Posso ensinar-te umas coisas." ele disse ele num tom de brincadeira.
"Para aproveitar a vida?"
"Exato."
"Quando começamos?" Os seus olhos arregalam-se.
"Estás a falar a sério?" ele ainda pergunta.
"Claro." disse saindo da cama.
"Quem és tu e o que fizeste à Julianne calma e tímida?"
"Também não me disse que me ia embebedar e envolver com um gajo qualquer."
"Ninguém disse isso." Ele sorriu. O seu sorriso era tão adorável que me apetecia morder aquelas bochechas.
"Podemos começar agora?”
“Já?” Passou a mão na nuca. “Estás mesmo a falar a sério?”
“Mesmo. Estou farta de estar assim.” Limpei a humidade da minha cara com as costas da minha mão. “Podemos começar.”
“Então e que tal se começasse-mos por nos divertir com alguma coisa?”
“O que sugeres?”
“E que tal uma festa?” Ele disse calmo e tirou do bolso dois bilhetes. “Deram-mos para um baile importante que vai decorrer hoje. Primeiro, pensei em ficar contigo e esquecer o baile. No entanto, se quiseres mesmo sair de casa, eu sugiro o baile.”
“Estavas mesmo a pensar em não ir?”
“Estava.” Ele sussurra. “Não te ia deixar aqui sozinha, não achas?”
“Isso é fofo da tua parte.”“Estás a brincar? Vou ver-te de vestido isso já compensa.” Ele brincou.
“Nunca vais mudar.”
“Tu até gostas deste meu lado.”
“Por acaso...” olhei-o.
“Estás a falar a sério?”
“Claro que não!” disse correndo para fora da cama. E lá vem ele de novo a correr atrás de mim. “Tens de parar de me prosseguir.” Eu grito.
“Não consegues nunca falar a sério?” ele grita de volta.
“Nunca!” fiquei encurralada no canto da sala.
“Ora bem, eu devia simplesmente encher-te de cócegas, mas o baile começa em nada mais que 1 hora e ainda é longe.”
“O bóxer vai ser visto com a estudante de enfermagem.” Atirei ainda com um sorriso na cara.
“Uma estudante gostosa, por isso eles que falem.” Ele brincou fazendo-me rir também.
“Não tenho o que vestir...” Disse subindo as escadas.
“Não tens um vestido?”
“Tenho um. Usei-o uma vez.” Ele seguiu-me até ao armário do meu quarto. “Ora bem...” procurei o tecido. “Que tal este?” tirei um vestido rosa do armário.
“Acho que não te vais sentir confortável nisso, tendo em conta que todas aquelas pessoas são ricas para caralho e vão levar vestidos de gala que quase as fazem cair.”
“Mesmo assim, isso não me importa. Divertir sem nos prender a nada lembras-te?”
“Oh claro.” Ele revira os olhos.
“Mas aqui...” tirei uma caixa debaixo do armário. “Este é o meu vestido do jantar do caloiro. Comprei-o...”
“No dia em que nos cruzamos pela primeira vez.” Ele completou sorrindo.
“Sim, nesse dia.”
* * Flashback on * *
Acabei por vestir o vestido que mais gostei. Era branco e comprido, duas coisas que eu adoro num vestido. (...) Dei uma soltada no cabelo e prendi a franja com ganchos. O meu cabelo encaracolado caía-me levemente pelas costas.(...) Após alguns passos em direção às minhas amigas, esbarrei acidentalmente num homem. Eu e ele viramo-nos para trás ao mesmo tempo enquanto eu deixava escapar um “desculpe”. Assim que ele se virou lentamente [...] retirou os óculos de sol tipo aviador da cara e olhou-me nos olhos. Posso dizer que os dele eram um esmeralda lindíssimo, talvez o mais lindo que eu já tenha visto. Ele olhou-me de cima abaixo e sorriu de lado. Tenho que confessar que parecia no mínimo sedutoramente irresistível.* * * *
“Deixa-me dizer-te que estavas linda.” Ele levantou-se e andou para junto de mim.
“Também não estavas nada mal.” Comentei e afastei-me um pouco.
“Leva esse vestido.” O seu conselho saiu mais sobre a forma de pedido.
“Achas que com ele estarei à altura do grande Harry Styles?”
“Tenho pena de eu não estar ao teu nível.” Ele aproximou-se novamente.
“Se me responderes a uma pergunta, eu o usarei.”
“Pergunta então.” Ele pausou a sua mão na minha cintura.
“Porquê que me chamaste de doce coincidência?”
“Perguntei-me isso durante muito tempo.” Suspirou. “Foi como uma associação entre a coincidência de nos encontrarmos tantas vezes e o facto de seres doce. Pelo menos parecias doce, não esse pitbull” ele riu-se fazendo-me rir também. “Já vais usar o vestido?”
“Sim vou.”
“Vais ficar bem.” Olhou o relógio por segundos. “Tens só 20 para isso. Acho que consegues.”
“Claro que sim. Agora dê-me licença!” eu bati o pé.
“Sim, senhora!” ele saiu correndo.
(...)
“Não achas que estás a demorar demais?” Ouvi Harry a falar do lado de fora da porta.
“Não podes ser mais educado de vez em quando?” resmunguei e ele entrou mesmo sem bater.
“Não, não po- “ ele parou para me olhar. O seu olhar era intenso e um sorriso meio tosco formou-se na sua cara. Ele já tinha o habitual smoking preto desportivo vestido. Sim, ele estava lindo como sempre.
“Ajuda-me a fechar o fecho antes que desista. Já o fechei sozinha mas parece que já não quer fechar.” Ele só assentiu. “Podes fazê-lo, por favor?” Pedi-lhe e ele andou até mim. Muito calmamente, ele foi-se aproximando.
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The Girl behind the Mask ✗
Teen FictionEscolhas. Talvez a coisa mais dura que fazemos na nossa vida. Eu fui uma escolha dos meus pais, e isso demonstra quanta responsabilidade cai sobre os ombros de quem escolhe. Estaria aqui a tentar explicar o porquê das escolhas serem tão duras, mas s...