Capítulo 25 ~ Fim da paixoneta

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O quê que me chamaste?” Ele parou imediatamente.

“Nada...” a minha voz saiu com falhas. Mas o quê que foste dizer, Julianne? Não o amas. Quem é que amaria alguém sem lhe ver a cara ou saber o seu nome. Nada sei sobre ele.

“Quero que sabias que és perfeita.”

“Não digas isso.”

“Para de contestar. É a minha opinião, nada que tu digas me fará mudar de ideias. “

“Quando dizes essas coisas...”

“Continua.” Pediu.

“É estranho.”

“Por não receberes muitas vezes?”

“Também.” Pausei para levar a minha mão ao seu rosto.

“Eu continuo sem saber nada de ti, nem sequer o nome.”

“Não me pressiones, por favor.” Ele sai de cima de mim e anda para um canto qualquer.

“Tu és estranho.” Escapa-me.

“Porquê?”

“Por agires assim. És uma excelente pessoa, para quê te esconderes?”

“Para não ser rejeitado. Já te expliquei isso tantas vezes, Julianne.” Mandou um murro na parede.

“Queres agradar quem?”

“As pessoas têm de me aceitar. É assim tão difícil de perceber?” Grita.

“Não chega se eu aceitar?” Gritei-lhe de volta.

“Não!” Há  aquelas palavras que soam como facadas. As palavras na realidade são facas. Não cortam de verdade, mas ferem a alma de qualquer um. Há feridas que nunca mais curam. Esta é uma delas.

Levantei-me do chão e senti uma lágrima percorrer a minha cara.

“És um idiota.” Reclamei.

“Mas sou o idiota que tu amas.” Ele pegou no meu braço com força. Gemi de dor fazendo-o largar de novo.

“Infelizmente.” A raiva falou por mim. Recompôs-me e saí dali. Senti os seus passos a correr na minha direção.

“Julianne.” Ouvi a sua voz atrás de mim.

“Nunca mais me procures.” Olho-o com raiva e ele estremece.

Apressei o meu passo para fora dali. Preciso de ar. Meu Deus. O quê que eu faço de errado para só entrarem idiotas na minha vida? Desta vez pensava que era real, que nenhum idiota ia destruir a minha vida.

(...)

Cá estou eu. Mais sozinha que nunca mesmo estando no meio da multidão. Mais escurecida por dentro, mesmo em plena luz do dia.

Decidi faltar ao curso e ao trabalho o resto da semana e só hoje, segunda-feira, 20 de Outubro de 2014, resolvi voltar. As aulas vou justificar como doença, mas no trabalho foi mais complicado . Digamos que fico lá apenas mais duas semanas, isto é,  até chegar alguém que me substitua. Punição essa, justa tendo em conta que faltei sem justificação aparente.

"Jul, onde te enfiaste?" Ouço Jéssica do meu lado.

"Ficamos preocupadas contigo" junta-se Leah.

"Parem." Myriam pediu-lhes. "O mais importante é saber como te sentes."

"Bem." Sorri forçadamente.

The Girl behind the Mask ✗Onde histórias criam vida. Descubra agora