Capítulo 57 ~ Minha cara metade

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Quando ele larga a minha mão de repente e os meus pés se movem continuamente sem me deixarcair, senti a liberdade nas minhas veias. Senti aquela sensação de que se pode fazer o que quisermos desde que nos esforcemos.

do outro lado da pista e, como eu não sabia travar nisto, acabei por embater no gradeamento caindo de rabo no chão. Harry apareceu logo para ver se me tinha magoado. Olhou-me sério tentando perceber o que sentia.

"A isto eu chamo uma paragem artística!" Disse logo fazendo o seu ar preocupado desaparecer e ser substituído por uma boa risada por parte dos dois. A melodia que as suas cordas vocais faziam durante o riso, fez-me perceber que a perfeição existe mesmo e está na voz dele.

"Vamos mas é embora!" Ele diz ajudando-me a levantar. Mas a força com que ele me puxou era de tal ordem, que embati com força no seu peito. Não sei porquê, os seus braços acabaram por envolver o meu tronco. Senti-me verdadeiramente protegida, como há muito não sentia. A minha cabeça acabou por descansar, quase involuntariamente, no seu peito duro, por alguns segundos.

"Não íamos embora?" Sussurrei.

"Humhum..." foi a única coisa que saiu da boca dele. Deixou-se estar naquela posição mais uns segundos até finalmente caminhar, comigo debaixo do braço, até ao vestuário onde estava o meu casaco e o meu calçado. Ele deslargou-me sem dizer uma só palavra. Apenas me olhou e sorriu. E aquele sorriso timidamente feliz, foi o mais bonito e sincero que eu já vira na minha vida.

(...)

Depois de uma manhã na patinagem do shopping, a fome apertou e acabámos por ficar a almoçar por lá. Falámos de coisas banais como a vontade dele e pintar o jipe e a minha de fazer um canto no meu quarto para os livros. Falámos desse tipo de projectos até ele se cansar e comprar algo para comer. Ele escolheu pizza extra queijo para ele e eu pedi uma de marisco para mim. Olhei pela janela e ainda caía chuva lá fora.

"Estás a sorrir porquê?" Franzi as sobrancelhas. "Tenho a boca suja ou assim?"

"Tu deves ser das poucas raparigas com quem comi fora, que pede pizza no lugar de uma saladinha."

"Estás a brincar?" olhei-o séria. " Achas que este corpinho se mantém só com salada depois do pobre pequeno almoço que teve?" Ele caiu na gargalhada de novo.

Não sei porquê estava a irritar-me aquele "raparigas com quem comi fora" naquela frase.

Lembro-me sempre do harry-emperuado-come-todas.

"Estás bem?" Ele pergunta-me. Os seus olhos esmeralda hipnotizantes quase me fazem perder o rumo da conversa. "Ficaste calada, de um momento para o outro." Justifica a sua pergunta.

"Hoje estavas mesmo rodeado de fãs" Acabo por puxar o assunto.

"Peço desculpa." Ele passa aquela mão vagarosamente pelo cabelo. "Eu não queria deixar-te constrangida."

"Não fiquei." Disse sinceramente.

"Então, porquê te incomodou?"

"Sei lá. Lembrei-me que não és só o Harry que divide comigo a casa. Também és aquele que é rude com algumas pessoas, que diz montes de palavrões..."

"Tu sabes que estou a aprender a conter a linguagem, certo?" Assinto. "Estou a fazer um esforço para que pareça normal."

"Porquê?"

"Para não te sentires mal do meu lado."

"Pior que dizer asneiras é tentares ser uma pessoa que não és. Sim, às vezes exageras no tipo de linguagem, no entanto, conter-te só para não me fazer sentir "mal" como dizes, " fiz aspas com os dedos enquanto ele me olhava atento. "não é seres tu mesmo. Percebes?"

The Girl behind the Mask ✗Onde histórias criam vida. Descubra agora